Com audiência em crescimento, Brasil vira país estratégico para o Twitch
Por mais que já existam alternativas, o Twitch é de longe o maior serviço de streaming de games, e tem olhos voltados para a expansão de seu mercado com uma investida no Brasil.
Com 55 milhões de espectadores mensais e mais de 1 milhão de jogadores que transmitem suas partidas com frequência, ele atraiu a atenção da gigante Amazon, que comprou o sistema pela vasta soma de US$ 970 milhões.
E apesar de já fazer sucesso no Brasil dentro de círculos competitivos como o de "League of Legends", o Twitch ainda não se firmou com servidores próprios para o país ou um escritório local.
Mas o diretor de parcerias estratégicas da empresa, Mark Candella, diz que isso vai mudar. "O Brasil já é nosso segundo maior mercado em termos de crescimento, ficando atrás apenas da China", revela. "Queremos muito estar aqui e conversar diretamente com a comunidade para melhorar nosso serviço".
Mark vê "LoL" como a porta de entrada de novos usuários para o Twitch
Mais conhecido pelo apelido "Garvey", Mark não revela prazos ou detalhes de seus planos para firmar raízes no Brasil. "Não gostamos de fazer anúncios antes de podermos levantar as cortinas e dizer 'Aqui está!'", explica.
Mas Mark garante que seu plano, que ele descreve como um "projeto de estimação pessoal", vai além de apenas instalar servidores no país para melhorar a conexão dos usuários. "Quero transformar o Twitch em uma plataforma global, que inclua não apenas os EUA e a Europa, mas também mercados emergentes, em pé de igualdade", afirma.
PLATAFORMA GLOBAL
Há jogadores em todos os cantos do mundo, então, para o Twitch, não existe uma região que seja mais importante do que as demais
Explica Mark, ao ser questionado sobre a importância de cada uma das regiões onde o Twitch atua"Quero encontrar no Brasil pessoas que falem chinês e acompanhem o cenário local de 'LoL', por exemplo, para montar transmissões do que acontece aqui para o público da China. E também quero que fãs brasileiros possam descobrir o que acontece por lá".
Com os tiroteios de uma partida de "Combat Arms" ao fundo, Mark ressalta: "Esse jogo é um sucesso aqui no Brasil, mas não lá fora. Isso é assim porque ninguém lá de fora olha para o Brasil. Eles não sabem o que é e o que não é popular aqui. E eu quero mudar isso".
Por trás do plano de Mark está o que ele chama de "real propósito" do Twitch. "Nosso sistema existe para que os usuários consigam descobrir coisas novas", afirma. "Uma pessoa conhece o Twitch quando vai assistir a uma partida de 'LoL', mas depois pode fazer o que quiser".
"Ela pode decidir assistir a uma transmissão de um jogo novo. Ela pode não gostar do primeiro streamer porque ele xinga muito, e aí passar para um próximo. E com esse próximo ela pode descobrir um interesse pelo game em questão, e acabar jogando".
Caso a plataforma global vire uma realidade, usuários do Twitch terão mais oportunidades para descobrir coisas novas. "Se alguém da Europa puder ver o que está acontecendo no Brasil de uma maneira prática e em seu idioma, e vice-versa, esse alguém tem muito mais chances de encontrar um novo game", conclui o executivo.
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