"Assassin's Creed Unity" tropeça com missões genéricas e pouco polimento
Com ao menos um jogo por ano desde 2009, "Assassin's Creed" é uma série que deixa os fãs mais dedicados preocupados: seria possível manter qualidade com um ritmo tão forte de lançamentos?
Mesmo com diferentes equipes trabalhando simultaneamente em diversos episódios da franquia, eventualmente os excessos afetaram a qualidade da série e o novo "Assassin's Creed Unity", já disponível para PlayStation 4, Xbox One e computadores, é prova disso.
O jogo sofre de excesso de conteúdo mal desenvolvido. Não que seja ruim: "Unity" preserva elementos-chave da experiência de um "Assassin's Creed" e até consegue ser melhor que outros da série, mas tudo é raso, pouco elaborado e variado.
As missões buscam resgatar a furtividade mais simples e eficiente dos primeiros episódios da franquia, mas repetem demais a mesma fórmula de invadir um lugar, enfrentar guardas e eliminar um alvo.
Objetivos opcionais adicionam pouca variedade e há dezenas e dezenas de baús espalhados por uma Paris virtual com recompensas fracas.
Para piorar, alguns deles dependem de aplicativos externos ao game, como um game para navegador e um app para smartphones e tablets que mesmo três semanas após o lançamento de "Unity" ainda não funcionam direito e simplesmente impedem o jogador de acessar o conteúdo.
Logo no lançamento também o título foi assombrando por diversos bugs e defeitos terríveis, que variavam desde bizarrices visuais até travamentos e outros problemas que impediam avanço jogo - tipos de problemas que nunca tinham aparecido com tanta intensidade em um "Assassin's". O drama foi tamanho que a produtora Ubisoft até pediu desculpas pelos problemas e ofereceu um game gratuito para quem já havia comprado de forma antecipada o conteúdo extra do jogo.
Será que não teria sido melhor deixar o game mais algumas semanas em desenvolvimento, cortar parte do conteúdo e focar em oferecer um jogo mais polido e variado?
Talvez, mas tudo leva a crer que o irredutível cronograma anual não permitiu que "Unity" fosse adiado para 2015, o que aconteceu com outros grandes títulos esperados para este ano como "Batman: Arkham Knight" e "The Witcher 3".
De qualquer maneira, nem tudo está perdido: o foco em mais missões de furtividade remonta aos períodos de glória dos primeiro episódios, especialmente "AC II", e deixa esperança para o futuro.
Futuro, aliás, que sem querer já foi revelado nesta última terça-feira, dia 2, com o vazamento de imagens e informações sobre "Assassin's Creed Victory". O jogo está previsto para chegar em 2015, para as mesmas plataformas de Unity, e será ambientado na Inglaterra vitoriana.
Para ler a análise completa de "Assassin's Creed Unity", basta clicar aqui.
TRAILER MOSTRA ATRAÇÕES DE "ASSASSIN'S CREED UNITY"
Revolução em poucas palavras
Desde que surgiu, em 2007, a série "Assassin's Creed" brilha ao usar de forma inteligente eventos históricos marcantes da humanidade como cenários para fictícios duelos entre assassinos e cavaleiros templários.
Esperava-se o mesmo tipo de capricho ou até mais com "Assassin's Creed Unity": é o primeiro episódio feito especialmente para PlayStation 4 e Xbox One e ainda usa como pano de fundo histórico a Revolução Francesa, um momento tão querido e reverenciado na França, justamente terra-natal da produtora Ubisoft.
Pena que isso não acontece. A aventura estrelada por Arno Dorian mostra de forma rasa o evento que derrubou a monarquia francesa, explicando pouco episódios marcantes, como a queda da Bastilha, e personagens icônicos.
Alguns como Napoleão Bonaparte, Maximilien Robespierre e o Marquês de Sade até aparecem, mas de forma rápida, sem muita explicação, diferente do que acontece com episódios anteriores, que desenvolvem melhor figuras históricas marcantes.
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