Brasileiros preferem comprar jogos de PlayStation por download, diz Sony

O primeiro ano do PlayStation 4 foi um sucesso em quase todo o mundo, com cerca de 13 milhes de unidades vendidas. Quase, pois no Brasil, o console vendido oficialmente pela Sony não teve muitas chances diante da concorrência (ou dos PS4 importados dos EUA e de outros mercados).

A rejeição ao PlayStation 4 nacional está no preço: os infames R$ 4 mil, que tornaram o console motivo de piada na internet e praticamente inexistente nas prateleiras das lojas, que optam por oferecer um produto importado por conta própria ao invés do videogame da Sony Brasil.

Durante o PlayStation Experience, evento realizado pela Sony em Las Vegas (EUA), UOL Jogos conversou com  Rossana Aranibar, gerente de marketing responsável pela marca PlayStation na América Latina sobre a situação dos consoles da fabricante japonesa no Brasil.

Rossana não pôde falar sobre políticas de preço ou fabricação nacional do PS4, dois pontos cruciais para a performance do console no Brasil, mas se revelou otimista com as vendas em 2015, principalmente pela maior oferta de jogos, citando títulos como “Bloodborne”, “Until Dawn” e “Uncharted 4”, que devem atrair os consumidores brasileiros.

A gerente de marketing ressaltou o crescimento das compras digitais nos consoles. “Temos recebido muitas informações através da rede PSN e da PS Store, nossa loja digital, que é a forma preferida dos jogadores brasileiros comprarem jogos para consoles PlayStation”.

A PS Store chegou ao Brasil em 2011 e levou um bom tempo para conquistar os jogadores, ainda mais com a oferta de outras lojas digitais (Xbox Live, Steam, Origin e mais) disputando a atenção (e a carteira) dos consumidores.

“Foi preciso encontrar uma forma de lidar com as taxas de câmbio, que estavam por todo lado no ano passado, com os impostos e conseguir oferecer preços competitivos com o mercado”, conta Rossana. “Após resolver os problemas com a aceitação de cartões de crédito, descobrimos que os jogadores brasileiros estavam prontos para consumir games digitais”.

Outro aspecto que continua sendo trabalhado na PS Store brasileira é a diferença entre os conteúdos ofertados no Brasil e nos EUA. Mesmo que a loja nacional seja um espelho da versão norte-americana, há muitos jogos que não aparecem por aqui - caso de títulos mais antigos, de antes da chegada da PS Store brasileira ou de produtoras que não demonstram interesse no mercado nacional.

“Temos conversado sobre os jogos da PS Store de antes do lançamento no Brasil, sobre como levar esses títulos para o mercado brasileiro, mas não temos nada para anunciar ainda”, disse Rossana. “Mas em 2011, nossa meta era levar 95% do catálogo para o Brasil, e hoje conseguimos colocar praticamente 100% das ofertas que saem nos EUA”.

Segundo Rossana, emplacar a loja digital no Brasil era uma etapa necessária antes da Sony investir na promoção do PS4 no país. “Nós tínhamos que conseguir fazer isso antes de poder concentrar todos os esforços no PlayStation 4”.

* O jornalista viajou a convite da Sony