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Com sexo e violência, "The Witcher 3" é "Game of Thrones" dos jogos

Pablo Raphael

Do UOL, em São Paulo

15/04/2015 14h00

Um reino devastado por uma guerra tem suas estradas pontuadas por rebeldes enforcados. Intrigas da corte influenciam a vida de nobres e camponeses, amantes transam sempre que possível e monstros sombrios espreitam nas florestas.

Parece uma sinopse de "Game of Thrones", da HBO, mas é um resumo do que você vai encontrar em "The Witcher 3: Wild Hunt", jogo que sai para PC, PlayStation 4 e Xbox One em maio.

"Comparar 'The Witcher' com 'Game of Thrones' é válido", disse Alex Boiret, da CD Projekt, em entrevista ao UOL Jogos. "Em ambos os casos são histórias de fantasia, mas com uma atmosfera sombria e se passa em um mundo onde as coisas não são preto e branco, nunca está claro se alguém é bom ou mau. É um lugar de sofrimento, como todo lugar onde há uma guerra".

"Há heróis nesse mundo, mas no fim do dia, será que eles são mesmo heróis?", pergunta o desenvolvedor. "Não há heróis de verdade em 'Game of Thrones' e é a mesma coisa aqui. Geralt [o protagonista do game], é um feiticeiro, um caçador de monstros profissional. Não vemos ele se proclamando um herói". O jogo também tenta ser impiedoso com os personagens, característica vista também na série da HBO. "Às vezes pessoas boas morrem", avisa Boiret.

VEJA TRAILER DE "THE WITCHER 3" EM PORTUGUÊS

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Sexo, amor e traição

Outro elemento importante tanto em "Game of Thrones" quanto em "The Witcher 3" é o sexo. Foram gravadas 16 horas de captura de movimentos para as cenas de sexo do jogo, que incluem desde insinuações eróticas até relações tórridas. O sexo é um elemento das aventuras de Geralt e suas parceiras e encarado com uma maturidade ainda rara nos games.

Geralt é um feiticeiro, um personagem dotado de poderes mágicos e reflexos sobrenaturais, que ganha a vida caçando monstros de cidade em cidade. Em "Wild Hunt", o jogador acompanha a busca de Geralt por Yennefer, uma bela mulher de cabelos negros e com cheiro de lilás e groselha e antigo amor do bruxo.

Não espere por uma clássica história de "cavaleiro em busca da donzela": Geralt teve outros pares românticos, como a ruiva Trish (de "Witcher 2") e não esconde seu fraco por um rabo de saia.

GUERRA DOS TRONOS

  • Divulgação

    Além da temática madura, "The Witcher 3" também traz no elenco Charles Dance, o Tywin Lannister de "Game of Thrones".
    No Brasil, o jogo conta com vozes da versão dublada da série, como Sarito Rodrigues (Melisandre) e Andrea Suhett (Shae), entre outros.
    Curiosamente, Geralt é dublado por Sérgio Moreno, que já fez a voz de Tom Cruise em alguns filmes. Na série da HBO, Jaime Lannister é dublado por Ricardo Schnetzer, que também empresta a voz para o galã no cinema.

Como ele mesmo diz para Yennefer em uma das cenas iniciais do jogo: "Você preferiria que eu fosse inexperiente?".

As aventuras de Geralt em "The Witcher 3" acontecem em um mundo enorme, onde muita coisa acontece independente da participação do jogador. Cabe à você decidir quando intervir nesses acontecimentos aleatórios, como ao ajudar um viajante que teve a carroça roubada por monstros (apenas para descobrir que tudo era um engodo do próprio comerciante para roubar as moedas do chefe).

Outro encontro envolve um caçador que vive isolado da aldeia para a qual Geralt está trabalhando. O caçador é um pária social e não é bem vindo na aldeia pelos outros moradores. O motivo? Homofobia. "Eu sou uma aberração", diz o caçador que surpreende o bruxo e o jogador ao contar sobre sua relação com outro homem e como isso levou ao isolamento. De repente, os camponeses que você está protegendo não parecem tão bonzinhos assim.

O game é cheio dessas pequenas reviravoltas, traições e personagens complexos, que fazem o jogador questionar suas escolhas e ações. Ao jogar, vale seguir o conselho dado por Mindinho para Ned Stark em "Game of Thrones": "Não confie em ninguém".

Totalmente em português, "The Witcher 3: Wild Hunt" sai em 19 de maio para PC, PlayStation 4 e Xbox One.