Playground: Produtores falam sobre os desafios de criar jogos no Brasil
Nos últimos meses temos percebido que desenvolvimento de jogos no Brasil está em franca ascensão. Começando com "Krinkle Krusher", o primeiro jogo brasileiro a chegar no PlayStation 4, passando pelo sucesso de crítica de "Chroma Squad" e do artístico "Toren", que foi o primeiro game a captar recursos da Lei Rouanet.
"A gente vem trabalhando com games autorais há algum tempo e estamos conseguindo um resultado muito positivo", diz Saulo Camarotti, diretor e fundador da Behold Game Studio que lançou recentemente "Chroma Squad", um jogo de estratégia inspirado em séries como "Flashman", "Changeman" e "Power Rangers".
"Chroma Squad" ganhou notoriedade ao lançar sua campanha no Kickstarter, site de financiamento coletivo no qual o estúdio ganhou notoriedade. Mas isso não quer dizer foi fácil arrecadar esse dinheiro. "Foi basicamente o mesmo trabalho que lançar um jogo de tanto trabalho que deu", conta Saulo.
De acordo com Saulo, a Behold conseguiu atingir a meta de desenvolvimento do jogo, porém quando o dinheiro chegou, o estúdio descobriu as diversas taxas e tributações que dificultam ainda mais a captação de recursos fora do país.
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"Do dinheiro arrecadado no Kickstarter, o que chegou de verdade na nossa conta foi 46%, porque 10% fica com o Kickstarter, 30% vai para o governo americano devido o imposto de renda, depois existem taxas desse dinheiro chegando ao Brasil. No final das contas o dinheiro que chegou, cerca de R$ 100 mil, equivale a 1/4 do desenvolvimento do 'Chroma'. O resto foi investimento nosso mesmo das vendas de 'Knights', que segurou a gente por alguns anos", conta Saulo.
O estúdio brasiliense já tem figurado notícias nacionais e internacionais desde o lançamento de seu primeiro jogo, "Knights of Pen & Paper", que recebeu mais de 30 nomeações e prêmios de diversos veículos nacionais e internacionais.
Mas também existem jogos que têm como objetivo atender o mercado nacional, como foi o caso de "V de Vinagre", "Artilheiro Brahma" e "Avenida Fighter", desenvolvidos pela Flux Game Studio.
"Jogos, não só os de entretenimento e autorais como os games da Behold, podem servir para diversos fins, como treinamento, educação, marketing, relacionamento... Isso mostra que para outros setores da economia que jogo também serve como ferramenta e mídia", conta Paulo Luis Santos, fundador e CEO da Flux.
O mercado está em ebulição e o sucesso disso se deve em parte pela forma que os estúdios se comunicam e são parceiros. Saulo conta que enquanto produzia "Chroma Squad", estava esperando pelo lançamento de "Toren", do estúdio gaúcho Swordtales.
"Acompanhamos o 'Toren' há tantos anos, somo amigos próximos do [Alessandro] Martinello, do Vitor [Leães] e Conrado [Testa] e até para nós está sendo um alívio que o jogo foi lançado e está sendo bem recebido", disse Saulo "A indústria brasileira [de desenvolvimento de games] sempre foi próxima".
Você pode acompanhar o bate-papo completo com Paulo e Saulo no Playground dessa semana logo abaixo, que fala sobre esses assuntos e outras curiosidades de como é ser desenvolvedor no Brasil.
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