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CEO da Gearbox diz não se arrepender de "Aliens: Colonial Marines"

Do UOL, em São Paulo

17/07/2015 20h10

Mesmo após a péssima recepção de crítica e público, acusações de fraude pela publisher Sega, e prejuízos de seu próprio bolso, o CEO da Gearbox, Randy Pitchford, diz não se arrepender do trabalho da produtora em "Alien: Colonial Marines".

"Eu perdi entre US$ 10 milhões e US$ 15 milhões que investi no jogo. Ainda não me arrependo", disse em entrevista com o site IGN. "Não trocaria a experiência por nada".

Pitchford disse que, por mais que o público não tenha gostado do jogo, tanto ele quanto a Gearbox ficaram felizes em criar um título no universo de "Aliens", recriando ambientes como a nave Sulaco e a colônia Hadley's Hope.

"Entendo que há algumas pessoas não gostaram e sinto muito por isso", declarou. "Esta é a natureza do entretenimento - algumas das minhas bandas favoritas que fizeram algumas das melhores músicas do mundo na minha opinião tiveram outras canções no lado B que não me interessaram. Isso acontece".

O executivo também negou que a Gearbox utilizou o financiamento da Sega para o jogo e o reverteu para desenvolver a série "Borderlands".

"Primeiro isso é absurdo, e segundo a verdade é o contrário, o que é bem mais embaraçoso", disse Pitchford. "Pegamos uma grande parte do dinheiro que arrecadamos com o primeiro 'Borderlands', investimos em 'Aliens' tentando fazer o melhor que podíamos, e mesmo assim desapontamos muitas pessoas".

Pitchford também procurou diminuir o impacto das demonstrações do jogo vistas em 2012, que pouco refletiam o produto final.

"Algumas pessoas foram infectadas por aqueles vídeos", disse Pitchford, utilizando como exemplo um vídeo de uma das demonstrações, que trazia elementos que não eram mostrados no jogo final, incluindo pedaços de vidro e sangue no chão. "As pessoas não tem problemas com a gente alterando completamente a direção de arte em 'Borderlands', mas isso? Isso prova que não é sobre as mudanças e sim como você se sente sobre o resultado. Então você pensa porque o resultado foi este, então você procura motivos pela mudança nas pequenas coisas".

O CEO também disse que esta demonstração não foi um dos chamados "vertical slices" - pequenos trechos criados de jogos para deixar o game mais atraente para o público em feiras e eventos.

 

Caça aos insetos

Anunciado em 2006, mas lançado apenas em 2013, "Aliens: Colonial Marines" foi extremamente criticado em seu lançamento por bugs, inteligência artificial fraca de inimigos, e em geral a qualidade pobre do título.

Nos meses seguintes ao lançamento, fontes indicaram que a durante o desenvolvimento, a Gearbox tirou fundos e membros da equipe de desenvolvimento do jogo para trabalhar no primeiro "Borderlands", enquanto ainda recebia a mesma quantia de dinheiro inicial da Sega. 

A Gearbox também não teve envolvimento total com o jogo, dividindo o projeto entre diversos estúdios, com a campanha principal ficando a cargo da TimeGate Studios, enquanto o DLC foi desenvolvido pelas produtoras Demiurge Studios e Nerve Software.

Eventualmente, uma ação coletiva foi lançada contra e a Sega e a Gearbox por "propaganda enganosa" envolvendo o título. A publisher decidiu entrar em acordo e pagar US$ 1,25 milhão a usuários que se sentiram lesados pelo game. A Gearbox foi removida do processo em maio.

O jogo seguinte da franquia, "Alien: Isolation" - com maior foco em aspectos de horror e menos em ação - foi melhor recebido por crítica e público.