Desenvolvedores dizem que programa de apoio de Ouya lhes deve dinheiro
Após a aquisição da fabricante de microconsoles Ouya pela Razer, desenvolvedores independentes indicaram a sites como Vice e Kotaku que a empresa lhes deve milhares de dólares por meio do programa de apoio "Free the Games".
Criado em 2013, o programa trazia um fundo de US$ 1 milhão, que seria revertido a desenvolvedores que arrecadassem ao menos US$ 50 mil pelo Kickstarter, dobrando seu orçamento ao prometer exclusividade temporária de ao menos 6 meses. 50% do dinheiro seria transferido após a criação de um beta funcional, 25% após seu lançamento, e os 25% finais após o fim do período de exclusividade.
A iniciativa passou por problemas iniciais após certos desenvolvedores abusarem de suas regras, mas até meados deste ano continuou a financiar seus projetos.
Porém, após a aquisição pela Razer, no início de junho - embora só oficializado na segunda (27) -, desenvolvedores beneficiados pelo programa passaram a não receber mais estes pagamentos. De acordo com fontes que não quiseram se identificar, esta dívida varia de US$ 5 mil a US$ 30 mil, dependendo do projeto.
"[Ouya] pagou a primeira parte quando enviamos nosso beta", declarou um desenvolvedor à Vice. "Estive trabalhando em lançar o jogo esperando receber as outras parcelas, mas isso não vai mais acontecer. Dediquei muito trabalho muito trabalho no suporte ao controle e elementos de interface apenas para Ouya. É difícil pedir por arte adicional para terminar um jogo quando a parte final do seu orçamento desaparece, muito menos fazer o marketing de seu lançamento.
"Uma mudança assim pode também causar reverberações", disse outro designer. "Já mandei um e-mail ao músico que contratei sobre prováveis cortes de orçamento, já que esta vai ser a maior área destes cortes, mas até agora ele não me respondeu, então está afetando meus relacionamentos profissionais, também".
No início do ano, a Ouya pediu aos desenvolvedores que assinassem um novo contrato, incluindo uma nova cláusula indicando que no caso de falência de uma das partes, o acordo - e, assim, o orçamento - seria anulado. Na época, a empresa já havia indicado que tinha planos de ser adquirida por um comprador interessado, sendo que a Razer já era cotada como principal candidata para a compra.
Compensação
Em entrevista com o site Polygon, o CEO da Razer, Min-Liang Tan, afirmou que a empresa irá pagar os dividendos restantes desta iniciativa, o que custará cerca de US$ 600 mil.
De acordo com o executivo, a Razer não sabia sobre os específicos do programa Free the Games.
"Nós adquirimos apenas a equipe, os assets, e a plataforma de Ouya", disse. "Não vimos os débitos porque não foi assim que o acordo foi estruturado conosco".
Tan indicou que o acordo com os desenvolvedores será essencialmente o mesmo que o de Free the Games, mas que não forçará a cláusula de exclusividade aos desenvolvedores. Ele também disse, porém, que ainda deverá acertar o acordo com sua equipe legal.
"Meus advogados nem sabem disso", declarou. "Eles provavelmente vão ter um ataque cardíaco".
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.