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Ousadia de "Crackdown" quer provar valor da computação em nuvem do Xbox One

A metrópole de "Crackdown 3" é um playground de destruição para até 4 jogadores - Divulgação
A metrópole de "Crackdown 3" é um playground de destruição para até 4 jogadores Imagem: Divulgação

Claudio Prandoni

Do UOL, em Colônia

07/08/2015 12h08

Tenho certeza que se a Microsoft tivesse mostrado "Crackdown 3" em ação quando anunciou os planos de computação em nuvem para o Xbox One o console não teria passado por tantas mudanças de estratégia nos últimos dois anos.

Durante a Gamescom tive a oportunidade de ver uma demonstração do jogo, comandada pelo próprio criador da série, David Jones, tão promissora quanto surpreendente.

Especificamente para o modo multiplayer online cooperativo, para até quatro pessoas, o Xbox One atua em conjunto com o serviço Microsoft Cloud para fazer cálculos de simulação de física aparentemente bem complexos.

Isso porque neste modo de jogo tudo é destrutível.

Sim, tudo mesmo.

Cada bala conta, cada explosão abala os edifícios que, por sua vez, contam com uma estrutura completa por dentro, como barras de ferro, paredes e, claro, encanamentos de gás que, eventualmente, explodem.

Prédios abalados, obviamente, caem pelo cenário, derrubando outros prédios e casas e destruindo carros e postes para criar cenários caóticos absolutamente imprevisíveis.

Em certo ponto da apresentação, Jones ligou um indicador especial dessa versão teste que mostrava quantos servidores em nuvem eram utilizados a cada momento.

Nas sequências de mais puro apocalipse, com vários prédios caindo - e explodindo! - ao mesmo tempo e quatro jogadores atirando foguetes aos quatro ventos o que se viu foram 16 servidores sendo usados na nuvem. Isso sem contar o processamento do próprio Xbox One.

Tudo lindo e maravilhoso no pequeno ambiente de teste criado ali no estande da Microsoft, mas, como um outro jornalista presente bem apontou, "isso parece um pesadelo online prestes a acontecer nos servidores no dia do lançamento".

David Jones foi rápido ao minimizar o drama e dizer que o serviço Microsoft Cloud está mais do que preparado para isso.

É verdade que "Master Chief Collection" está aí para mostrar como a Microsoft já teve problemas com servidores em títulos 'first-party', mas também é fato que "Crackdown 3" será a estreia do tão alardeado e prometido poderio extra proporcionado pela computação em nuvem.

Fica a expectativa de que a promessa vire realidade e a destruição toda do jogo abra o caminho para que mais jogos usem isso.

E se eu jogar offline?

Vale reforçar: a tal computação em nuvem só vai funcionar especificamente nesse modo online cooperativo para até quatro pessoas.

A campanha single player não terá ambientes 100% destrutíveis, mas também não exigirá conexão online, funcionando mesmo para quem não estiver ligado à internet - ou passando por um dia de "instabilidade do sinal".

Ficou no ar a menção de outro modo multiplayer online, sem 'cloud computing' e cenários para quebrar, mas pouco foi dito sobre ele

Aliás, aproveitei a ocasião para entender o motivo pelo qual o jogo deixou de ser um reboot chamado apenas "Crackdown" e virou uma sequência dos dois títulos anteriores.

Segundo Jones, durante o desenvolvimento a equipe percebeu que queria levar o universo do game mais para o futuro, adiante no tempo, e que isso não afetaria ou atrapalharia em nada os jogos anteriores.

Assim, como uma forma de deixar claro que os eventos anteriores ainda valem e que o novo game acontece depois deles, o game foi renomeado para "Crackdown 3".

Exclusivo para Xbox One, "Crackdown 3" sai em meados de 2016.