Por um triz: repórter do UOL quase vence pro-player em duelo "LoL"
"League of Legends" é um jogo pensado para jogar em time, com trabalho em equipe sendo sua principal estratégia para sair de uma partida com vitória. Entretanto, muitos jogadores fazem regras para duelos (ou 'X1', como se diz na comunidade) e as regras são simples: Vence quem fazer o primeiro abate, ou quem conseguir alcançar 100 tropas abatidas ou ainda quem derrubar a primeira torre.
Durante o Brasil Game Show tive a oportunidade de fazer um duelo com Carlos "Nappon" Rücker, o Caçador das Selvas do CNB. O twist era que esse duelo seria em frente a centenas de torcedores do time que estavam no estande da HyperX, ansiosos para fazer o mesmo. Eu praticamente me senti como um jogador profissional – e deixei a vitória escorrer entre meus dedos.
A pressão começou já mesmo antes de sentar em frente ao computador. A cantora e apresentadora Bianca Jhordão era quem fazia as apresentações das disputas de um contra um, pedindo para os fãs da CNB fazerem suas apostas e comentários – e o pessoal estava um pouco bravo comigo por ter "furado a fila".
Já em frente à tela do monitor, ainda me ajustando à cadeira de corrida que os pro-players usam, comecei a pensar em uma estratégia. "Vou tentar sufocá-lo e não deixá-lo matar as tropas". Na minha cabeça, essa tática parecia simples e fácil de ser executada. Escolhi o Yorick, um personagem do tipo 'bully' e que jogo relativamente bem, caso não fosse a pressão de estar diante de centenas de pessoas gritando palavras de apoio para "Nappon".
Do outro lado do mapa, Carlos tinha em suas mãos a Fiora, uma duelista bem forte e agressiva que exige uma imensa habilidade para ser dominada, mas ao mesmo tempo, relativamente frágil.
Quando a partida começou, comprei meus itens e fui para a rota (um frasco cristalino, uma poção de cura e duas de mana). "Nappon", mais experiente nesse tipo de brincadeira, demorou um pouco para chegar rota e trouxe uma poção de cura extra.
Não deixei barato. Enquanto o caçador das selvas da CNB caminhava para chegar à rota, eu fui derrubando tropas. Consegui uma vantagem de 5 soldadinhos. "Nappon" já chegou com sangue nos olhos, queria derrubar meu campeão o quanto antes, pois Yorick se torna praticamente imortal em níveis avançados.
Seus primeiros ataques causaram muito dano e, com isso, o público gritou entusiasmado "Nappon, Nappon". Bianca até tentou puxar algumas vozes de apoio para mim, mas foi em vão – os espectadores só queriam que eu fosse embora logo.
Conforme fui abatendo tropas e ganhando experiência para meu campeão, ficava mais e mais preocupado. Sabia que tinha que abater Fiora antes do nível seis, quando os campeões ganham a habilidade "Ultimate", a que causa mais dano. Com isso fui me tornando mais e mais agressivo, disparando meus golpes na duelista. Isso foi drenando minhas poções de mana.
Nappon não deixava por menos. Ele usava o tempo de recarga das minhas habilidades para causar dano no meu campeão. Em certo momento baixei a guarda e a duelista do Caçador das Selvas acertou uma combinação de golpes que praticamente não me causou dano. Não pensei duas vezes, usei todas as habilidades de Yorick em cima de Fiora.
Cada golpe ia deixando a duelista com menos e menos vida, até que, quando faltava apenas um golpe para ganhar a disputa, Nappon usa o feitiço de invocador chamado "Flash" para ficar longe do meu personagem e voltou para a base para se curar.
O público, que até então estava torcendo contra mim, começava a gritar e me apoiar. "Será que dá pra ganhar de um jogador como o 'Nappon'?", perguntou Bianca. "Dá sim, Yorick é mais forte que a Fiora", disse um dos meus torcedores. E isso me deu uma confiança acima do normal.
O público, que até então estava torcendo contra mim, começava a gritar. E isso me deu uma confiança acima do normal.
Fiquei na rota abatendo tropas para ganhar mais ouro e experiência e consegui chegar ao nível 6 – já contava com minha habilidade Ultimate e a Fiora de Nappon ainda estava no nível 5. Era hora de partir para o "tudo ou nada".
Entretanto, a Fiora de Nappon voltou forte e destemida. Ele sabia que eu não tinha voltado para a base e que estava sem mana. As investidas da sua duelista não me deram descanso. A velocidade de seus golpes lembrava um desenho animado. Um golpe atrás do outro causando mais e mais dano. Entretanto, me faltaram dedos e agilidade de um jogador profissional.
Fui abatido. Justamente quando estava ganhando a confiança do público.
Levantei da cadeira sob aplausos educados da plateia e cumprimentei "Nappon" que, como esperado, jogou melhor e retribuiu o cumprimento. E assim acaba minha experiência de "pro-player" por um dia – quero dizer, por 15 minutos, que foi o tempo que durou a partida.
Saí do palco com aquele gostinho amargo da derrota logo depois de ter a vitória tão perto de minhas mãos, mas ainda assim, perto o bastante de saber como é se sentir um campeão.
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