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Campeonato de "Dota 2" no BGS mostra lado menos glamuroso do eSport

Em clima de fim de festa, público acompanhou a final da Brasil Game Cup - Ricardo Set/MyCNB
Em clima de fim de festa, público acompanhou a final da Brasil Game Cup Imagem: Ricardo Set/MyCNB

Pedro Henrique Lutti Lippe

Do UOL, em São Paulo

16/10/2015 18h05

Disputado ao longo dos quatro dias de Brasil Game Show aberto a visitantes, a Brasil Game Cup colocou frente a frente algumas das melhores equipes latinas de "Dota 2", e mostrou algumas das dificuldades que torneios de eSports que não são "LoL" enfrentam no país.

Um número surpreendente de espectadores acompanhou a grande final da competição na segunda-feira (12), quando a maior parte do resto da feira já se preparava para fechar as portas.

Durante as etapas anteriores do torneio, porém, as disputas transmitidas no telão foram ignoradas. Enquanto os estandes vizinhos do YouTube e Azubu concentravam o movimento no pavilhão, as cadeiras destinadas aos espectadores das partidas acabavam servindo como ponto de recarga de energias para visitantes cansados.

"Já ouvi falar de 'Dota', mas nunca joguei", contou o estudante Caio Sampaio, 16, que sentava-se em uma das primeiras fileiras de cadeiras durante uma partida das quartas-de-final do torneio. "Vim para o BGS para jogar 'Star Wars' e 'Need for Speed' mesmo".

Em agosto, 12 mil fãs tomaram o estádio do Palmeiras - o Allianz Parque - para acompanhar a final nacional de "League of Legends".

Veja uma partida de 10 contra 10 em "Dota 2"

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Na sombra do Mundial de "League of Legends", que está sendo disputado na Europa, a Brasil Game Cup conseguiu atrair apenas um pequeno grupo dedicado de fãs de "Dota 2" para acompanhar todos os dias de disputa.

"Como está fácil achar lugar, venho para cá quando está rolando algo e assisto", disse o fã da paiN Gaming Henrique Palhares, 21. "Nos intervalos, aproveito o tempo para ir ver o resto da feira. Está sendo bem tranquilo".

Para Henrique, um dos maiores problemas enfrentados pelo cenário brasileiro de "Dota 2" é a falta de apoio da produtora Valve. "Você vê a Riot sempre organizando eventos, torneios, enquanto em termos de 'Dota' a própria comunidade é que precisa se organizar", disse. Um dos resultados disso, admite o jovem, é que vários fãs do jogo sequer conhecem os pro-players em evidência.

Na grande final, prevaleceu a tradição da paiN Gaming, que levou o bicampeonato do torneio e o prêmio de R$ 40 mil. Mesmo assim, participaram também da competição equipes montadas na véspera do evento, como a da INTZ, que recentemente tinha encerrado suas atividades de "Dota 2".

Mas nada disso é permanente, de acordo com Pietro Salvador, 25 - um dos torcedores que mais comemoravam as jogadas durante a final do torneio. "O número de fãs já está muito maior do que no ano passado, e tenho certeza que ano que vem será melhor", afirmou.