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Jogamos: "Battleborn" é ambicioso, mas não tem o carisma de "Borderlands"

Victor Ferreira

Do Gamehall, em Novato*

27/10/2015 17h00

Previsto para 2016, "Battleborn" é um projeto extremamente ambicioso por parte da Gearbox, misturando elementos de jogos de tiro com MOBAs e trazendo mais de 25 personagens diferentes, que poderão ser utilizados tanto na campanha do jogo quanto em seus diferentes modos multiplayer.

À convite da 2K Games, UOL Jogos teve chance de testar o título e, após algumas horas com o jogo, é possível ver que a produtora se dedicou a criar uma experiência diferente com estes personagens, com cada um deles sendo controlado de formas relativamente diferentes - algo melhor visto no multiplayer competitivo, que altera a estratégia de cada equipe conforme a escolha dos jogadores.

Por outro lado, ao tentar trazer tantos elementos diferentes, há um estranho senso de vazio em "Battleborn", em especial na sua campanha e na própria personalidade e senso de humor do jogo, que parece tentar repetir a fórmula de "Borderlands" sem muito sucesso.

Battleborn - Campanha - Divulgação - Divulgação
Campanha de "Battleborn" levará jogador a enfrentar raças alienígenas e robôs gigantes
Imagem: Divulgação

O início do fim

Em "Battleborn", quase todas as estrelas e planetas do Universo foram destruídas por uma raça conhecida como Varelse, com todas as raças sobreviventes fugindo para o sistema solar da estrela de Solus. Lá, diferentes facções são formadas para derrotar esta ameaça, com cada um de seus guerreiros sendo conhecido como 'battleborn'.

Durante o teste, a Gearbox disponibilizou uma missão da campanha do game, que como no caso de "Borderlands" pode ser completada sozinho ou cooperativamente. Com objetivo de derrotar e recrutar o robô ISIC, é preciso invadir sua base, derrotando seu exército mecânico no caminho.

Enquanto é uma boa forma de descobrir o estilo de cada personagem, esta seção acabou não empolgando muito. Em geral os inimigos acabam sendo grandes 'esponjas de balas', o que é menos notável ao jogar em grupo, mas que pode ser uma grande dor de cabeça ao jogar sozinho.

Experimentar a campanha solo também revela outro possível problema de "Battleborn": Ao contrário de "Borderlands", que por ter uma seleção de personagens menor tinha um design de combate mais equilibrado, é fácil escolher alguém cujas habilidades não sejam boas para determinada fase.

Além disso, a Gearbox também não parece ter evoluído muito o estilo de humor em relação a "Borderlands", mantendo diversos elementos de sua outra franquia - o próprio vilão do game lembra muito Handsome Jack -, mas sendo bem menos efetivo do que no outro jogo da produtora. Os personagens também não parecem reagir muito ao que está acontecendo ao seu redor, com comentários sendo feitos por figuras secundárias como ISIC ou o robô que serviu de chefe final da sessão.

É importante, porém, dar ao menos o benefício da dúvida, já que é difícil saber o tom completo do jogo por apenas uma missão.

Battleborn - Meltdown - Divulgação - Divulgação
Modo Fusão mistura ação frenética com estratégia de campo
Imagem: Divulgação

Arena de combate

Por outro lado, o multiplayer competitivo se mostra mais promissor, mostrando a variedade de diferentes formações de personagens, e como elas funcionam dependendo do modo de jogo.

Seja mais ofensivo, defensivo, ou suporte, cada personagem pode desempenhar um papel único durante as batalhas, sendo ao planar para atacar inimigos ou ao preencher a barra de vida de seus companheiros após uma luta difícil.

Durante o teste, cooperação foi vital para vencer as partidas, independente do modo, assim como as escolhas de evolução de personagem que, semelhante a MOBAs, começam a batalha com nível 1, ganhando mais poderes conforme o jogo prossegue (isso também vale para a a campanha).

Durante o teste, foi possível jogar dois modos diferentes: "Capture" e "Meltdown". O primeiro segue o mesmo modelo de captura de bases visto em jogos como "Battlefield" e "Team Fortress 2" e, embora não seja inovador, diverte com as diferentes formações possíveis entre equipes.

Meltdown, por sua vez, foi o ponto alto do evento. Comparado (de forma meio bizarra) ao futebol por um dos desenvolvedores, no modo as duas equipes devem escoltar um grupo de robôs para serem triturados, enquanto tentam destruir o de seus inimigos. Mais do que Capture, em Meltdown é necessário um bom entrosamento, com cada jogador sabendo seu papel, e uma boa variação de personagens ofensivos e defensivos

O modo também requer uma boa noção do caminho que os robôs farão até seu objetivo, o que pode fazer a diferença na reta final da partida. Em uma delas, por exemplo, consegui levar meu time à vitória após todos os outros jogadores - amigos e inimigos - irem para um lado do mapa, deixando um caminho livre para o triturador (o que certamente compensou minha dúzia de mortes durante o resto da partida).

Meltdown parece servir como um meio-termo entre o mata-mata de um FPS e o modo mais "MOBA" de "Battleborn", que não foi testado durante minha visita. Ele requer mais planejamento do que o normal, mais ainda dá a chance a jogadores de aniquilar o que quiserem - seja os robozinhos ou os jogadores do time inimigo.

"Battleborn" chega ao PC, PS4 e Xbox One em 9 de fevereiro. Uma fase de testes limitada terá início nesta quinta, 29 de outubro.

* O jornalista viajou a convite da 2K Games