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Brasileiros enfrentam a 'maldição do HUE BR' em beta de "Tree of Savior"

Claudio Prandoni

Do UOL, em São Paulo

16/11/2015 20h50

Neste ano de 2015 muitos fãs veteranos de "Ragnarök Online" encontraram uma nova morada no game coreano "Tree of Savior", em teste beta desde o mês de janeiro.

Desenvolvido pelo novo estúdio de Kim Hakkyu, que é considerado o "pai de 'Ragnarök'", é um RPG online que mistura elementos 2D e 3D. Ele tem um estilo visual e um sistema de combate que são claras alusões ao clássico game que foi o mais jogado no Brasil durante os anos 2000.

Porém, muitos jogadores brasileiros têm tido de lidar com o legado da 'maldição do HUE BR' - jogadores brasileiros que desrespeitam jogadores de outros países, causando confusão e manchando a imagem do país.

Tanto que há pouco mais de duas semanas foi aberto um novo servidor dedicado à América Latina, justamente por conta de "discussões e conflitos entre jogadores de diferentes países e regiões", como informou a equipe de produção do título em comunicado oficial.

Ainda que o jogo continue funcionando bem neste novo servidor, ficou para algumas pessoas uma certa sensação de abandono. "Sinto que temos menos atenção que os outro servidores", comenta o jogador Pedro Reis. "Por exemplo, ainda não vi os Game Masters [espécies de líderes da comunidade online de jogadores] entrarem no servidor e falarem qualquer coisa, algo que acontece com freqüência nos outros servidores".

Para a fã Debora Cascaes, a experiência de jogo "tem sido a mesma, já que no horário em que estou online sempre encontro mais brasileiros". Ainda assim, para ela o "Tree of Savior" perdeu muito em termos de interação com jogadores estrangeiros. "De fato, os encontros com players de outros países têm acontecido menos agora. Espero que na versão final não exista tanta divergência e possamos jogar harmoniosamente".

"O engraçado é que o chamam de 'brasileiro' como se isso fosse ofensa", explica Leandro Vidal, mais um jogador testando o "Tree of Savior", sobre sua experiência em outro game, o "Heroes of the Stom". "Em 'Tree of Savior' eu não sofri nenhum problema, mas existe um chat global e lá sim eu já li diversas ofensas a brasileiros em geral, inclusive com adjetivos racistas".

Claro, a medida não trouxe apenas aspectos negativos. Conforme conta Leandro, o servidor latino "facilitou a comunicação entre jogadores para formarem grupos, justamente por estarem jogando com pessoas da mesma região".

Ainda sem data de lançamento definida, "Tree of Savior" também não possui qualquer tipo de previsão de chegada oficial ao Brasil - tal qual aconteceu com o próprio "Ragnarök Online", pela distribuidora Level Up.

Ainda assim, os fãs estão otimistas que será possível jogar tranquilamente por aqui, com ou sem lançamento oficial: "não me preocupo muito quanto a um 'lançamento no Brasil'", conta Pedro. "O jogo já está no Steam, foi anunciado como free-2-play, os servidores atuais não possuem latência tão alta, já está localizado em inglês e uma página de fãs já postou sobre o jogo possuir uma localização em português".

Quando estiver um pouco mais perto do lançamento e com os problemas corrigidos, naturalmente as empresas vão começar as negociações, tenho quase certeza de que o jogo virá para o nosso país. O brasileiro é apaixonado por games e certamente somos uma boa porcentagem de jogadores em 'Tree of Savior'", diz um confiante Leandro.

Empolgada, Debora diz que "é um jogo que estou curtindo na fase beta e que promete muito! Recentemente divulgaram que terá um sistema de plantio, novas montarias, mapas e mais. Será muito bom ter uma nova experiência, espero que seja melhor do que a que tive com 'Ragnarok'"!