Publisher de "Call of Duty" é processada por família de rebelde angolano

De acordo com o jornal britânico The Guardian, a publisher Activision Blizzard está sendo processada pela família do líder rebelde angolano Jonas Savimbi pela sua representação no jogo "Call of Duty: Black Ops II".

Três dos filhos de Savimbi, agora vivendo na França, abriram um processo, argumentando que o jogo retrata seu pai como um "bárbaro", e pedindo 1 milhão de euros como ressarcimento para a divisão francesa da publisher.

Em "Black Ops II", Savimbi aparece na primeira missão do jogo, liderando um ataque contra as forças do governo angolano ao lado de um dos protagonistas do jogo, Alex Mason.

A advogada da família, Carole Enfert, diz que  no jogo Savimbi é visto como "um grande brutamontes que quer matar todo mundo".

Em sua defesa, o advogado da Activision Blizzard francesa Etienne Kowalski argumentou que o jogo mostra Savimbi como um aliado, e retratou-o como "um personagem na história de Angola, um guerrilheiro que lutou contra as forças da MPLA".

Não é a primeira vez que o jogo envolve um processo por retratar uma figura histórica: em 2014 o ex-ditador do Panamá, Manuel Noriega, tentou processar a Activision por sua representação em "Black Ops II". Eventualmente o processo sendo desconsiderado pelas cortes americanas.

Guerrilheiro angolano

Figura controvérsia, Jonas Savimbi formou a Unita (União Nacional para a Independência Total da Angola) para lutar contra o governo, representado pela MPLA  (Movimento Popular de Libertação da Angola). Savimbi teve apoio do governo dos EUA, enquanto a MPLA era financiada pelos soviéticos.

O conflito gerou uma guerra civil que durou décadas, matando ao menos 500 mil pessoas e criando milhões de desabrigados até 2002, quando Savimbi foi morto durante uma batalha.

"Call of Duty: Black Ops II" foi lançado em 2012 para PC, PS3 e Xbox 360.