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Incipiente no país, "World of Tanks" terá brasileiros em final mundial

Com partidas estratégicas, "World of Tanks" é o terceiro MMO mais jogado do mundo, mas ainda conta com poucos jogadores no Brasil - Divulgação
Com partidas estratégicas, "World of Tanks" é o terceiro MMO mais jogado do mundo, mas ainda conta com poucos jogadores no Brasil Imagem: Divulgação

Rodrigo Lara

Do Gamehall

29/03/2016 18h18

"World of Tanks" não é exatamente um jogo novo. Já se passaram quase seis anos desde o lançamento da versão para PC do jogo, que inicialmente chegou à Rússia, em 2010, e à Europa e aos Estados Unidos, em 2011. Criado pelo então pouco conhecido estúdio Wargaming - cuja nacionalidade é dividida entre Bielorrússia e Chipre -, o game apostou em um ambiente online competitivo, no qual jogadores controlam tanques de guerra de dois exércitos distintos e, com habilidade e estratégia, têm a missão de acabar com as unidades rivais.

A temática mais séria faz o jogo se diferenciar bastante em relação a games populares entre os eSports, como "League of Legends", "Dota2" e "Smite", sendo mais próximo - guardadas as óbvias diferenças - de "Counter-Strike: Global Offensive". Segundo dados de 2015 da consultoria SuperData Research, "World of Tanks" é terceiro MMO do mundo em número de jogadores ativos (9,1 milhões), perdendo apenas para "League of Legends" (67 milhões) e "Dota 2" (10,9 milhões). A Wargaming, por sua vez, alega que há 110 milhões de jogadores registrados no game em todo o mundo.

Já no Brasil...

Esse sucesso mundial, contudo, ainda não se repete no Brasil. "Acreditamos que no país exista uma comunidade ativa de 10.000 jogadores. Considerando o meio profissional, existem duas equipes mais sólidas, mas há outras competindo no cenário amador do game", afirma Marlon “Mallone” Barbosa (27), gerente do time de "World of Tanks" da equipe Red Canids.

O time será o representante brasileiro nas finais mundiais do game, que serão realizadas em Varsóvia, na Polônia, nos dias 8 e 9 de abril. A vaga foi obtida após a vistória sobre a INTZ, na final do campeonato brasileiro do jogo.

Mallone aponta duas principais razões para, em termos profissionais, "World of Tanks" ainda ser incipiente no Brasil. "É um cenário novo, com um ano de vida. Há um bom potencial de crescimento, já que o jogo é relativamente leve, porém precisa de um servidor ou cluster nacional pra eliminar completamente as barreiras que geralmente espantam os jogadores em jogos online". Por ora, os principais torneios são os organizados pela Xtreme League, disputados online, e os de responsabilidade da Brasil Mega Arena, com partidas presenciais.

Por ora, a expectativa é que o próximo passo relevante do game no país seja dado com criação de um servidor nacional. "A população brasileira no servidor norte-americano está crescendo bastante e isso já deve ter chamado atenção da Wargaming. Os jogadores especulam que há planos da empresa nesse sentido", afirma Tomas "___GaMeOvEr___" da Rosa (24), jogador da Red Canids. Procurada, a Wargaming afirmou que está avaliando a criação de um servidor, porém que não há planos concretos nesse sentido.

Mundial será aprendizado

Mais do que uma competição, os jogadores da Red Canids encaram a final mundial do game como aprendizado. "Não achamos que tenhamos a mesma experiência que as demais equipes estrangeiras que participam há mais tempo, porém temos uma boa equipe com jogadores muito habilidosos, iremos com a mesma determinação que sempre jogamos games competitivos", aponta Mallone.

Como preparação, profissionais como Henrique Dante (23), que disputa partidas do jogo há cinco anos, chegam a jogar até oito horas ao dia. Para ele, o ponto alto do evento será encontrar a elite do eSport. "A expectativa em encontrar os melhores do mundo é muito alta, já que pela primeira vez poderemos participar de um evento de tal magnitude. Estamos ansiosos", afirma.

A opinião é compartilhada por ___GaMeOvEr___, que também enxerga a competição como um teste pessoal. "Enfrentar os melhores do mundo também é a forma ideal de avaliarmos o nível do nosso jogo", aponta. Para chegar ao nível de encarar adversários de ponta, ele, que joga "World of Tanks" há três anos, diz que dedicação é fundamental. "Treinar é importante dominar as mecânicas do jogo e se manter atualizado. Participar com frequência de torneios dentro do servidor norte-americano também ajuda", diz.

Equipe - World of Tanks - Divulgação - Divulgação
Campeões no Brasil, equipe da Red Canids vê a final mundial como forma de testar sua força contra os melhores jogadores de "World of Tanks" do mundo
Imagem: Divulgação

Na final mundial, a Red Canids enfrentará outras 11 equipes de diversas partes do mundo. Ao todo, o evento pagará US$ 300.000 em prêmios aos jogadores, que se enfrentarão em partidas de sete contra sete. O time brasileiro entrará em uma das três vagas destinadas às equipes chamadas "wild cards", cuja seleção envolve critérios como desempenho durante a temporada. Em seu grupo, eles enfrentarão os norte-americanos da equipe SIMP e o time europeu Wombats on Tanks.

As partidas poderão ser acompanhadas pelo canal da Wargaming no Twitch e outras informações sobre o evento podem ser obtidas na página do campeonato. UOL Jogos também realizará cobertura in loco do evento.