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Agora no PS4, "The Last Guardian" brilha com relação entre menino e monstro

Victor Ferreira

Do UOL, em São Paulo

17/06/2016 17h40

Para ser honesto, eu já não esperava mais que este dia iria acontecer.

Após quase uma década de silêncio, piadas recorrentes e perguntas constantes por parte da mídia e fãs desesperados, “The Last Guardian” ressurgiu, primeiro na E3 2015 e do PS3 para o PS4, e agora, finalmente, com uma data de lançamento divulgada na E3 2016.

Mais do que isso, a Sony deu chance a visitantes da feira testar parte do aguardado jogo de Fumito Ueda, mente por trás dos aclamados “Ico” e “Shadow of the Colossus”, e o UOL Jogos esteve entre os felizardos a jogar os primeiros 45 minutos do game.

Um garoto e seu monstro

Assim como os últimos jogos de Ueda, “The Last Guardian” dá foco, tanto em narrativa quanto mecanicamente, ao relacionamento entre dois personagens centrais - neste caso, um garoto (controlado pelo jogador) e uma criatura mítica conhecida como Trico.

A sessão inicial mostra a evolução do relacionamento inicialmente hostil entre os dois, com Trico ferido por duas lanças e aprisionado, incapaz de se mover. Após libertá-la, a criatura começa a lentamente confiar no menino, e a partir daí o jogador deve encontrar uma forma de escapar do local onde estão.

A julgar pela demo, as mecânicas de “The Last Guardian” são essencialmente um misto das implementadas nos projetos anteriores de Ueda. Como em “Ico”, a ideia é de juntar as forças dos dois personagens para resolver problemas, e subir em Trico lembra as escaladas de Wander nas criaturas de “Shadow of the Colossus”.

Ao contrário de Yorda em “Ico”, porém, por muitas vezes Trico não segue ordens  - ou pelo menos, não inicialmente - sem algum tipo de incentivo, principalmente comida. Em certo momento, por exemplo, ele não quer pular em uma lagoa subterrânea, e cabe ao jogador encontrar uma forma de convencê-lo a ir para baixo.

Além disso, em certo momento o jogador também descobre um misterioso escudo, capaz de iluminar superfícies e fazer com que Trico lance raios em sua direção, destruindo possíveis obstáculos.

Para guiar o jogador, o game é narrado pela versão idosa do protagonista, que reconta sua aventura e serve para estabelecer a história e, se preciso, ajudar o jogador nos quebra-cabeças.

A jogabilidade, por sua vez, leva algum tempo para acostumar (algo que, se me lembro bem, também era um problema em “Shadow of the Colossus”). O garoto pode ser um pouco “escorregadio” demais, assim como o timing de pular e se agarrar em parapeitos e outros objetos. Após um tempo de adaptação, porém, já parecia ter pego o jeito das coisas.

Apesar de estar limitado a áreas mais fechadas e com pouca iluminação, a demonstração do game está visualmente impressionante, com destaque especial para a área onde o garoto encontra o escudo, e pelo design do próprio Trico, sendo quase impossível não se identificar com o jeito que ele age, parecido com um animal de estimação.

Infelizmente a demonstração termina após o jovem e Trico adentrarem uma área mais aberta, mas deu vontade de continuar a aventura, e descobrir como os dois foram parar lá e como deverão escapar.

Demorou muito, mas pelo visto “The Last Guardian” finalmente saciará a vontade do público de ver mais um jogo de Fumito Ueda, mais de 10 anos depois do lançamento de “Shadow of the Colossus”.

“The Last Guardian” sai em 25 de outubro para PS4 (embora eu só acredite nisso mesmo quando tiver o jogo em mãos).