Topo

Para estúdio de "CoD", eSports têm potencial para estar nas Olimpíadas

Rodrigo Lara

Do UOL, em Los Angeles*

05/09/2016 10h16

Por três dias, milhares de fãs de "Call of Duty" se reuniram na casa de espetáculos The Forum, em Los Angeles (EUA), para acompanhar o Call of Duty XP. O evento, um verdadeiro parque de diversões para o público da franquia, permitia aos presentes testar games, participar de atividades como tirolesa e paintball e acompanhar as finais do Call of Duty World League.

Durante o Call of Duty XP, UOL Jogos teve a oportunidade de conversar com Jay Puryear, diretor de desenvolvimento de marca da Treyarch, um dos estúdios da Activision responsáveis pela produção dos games da franquia. E, na opinião do executivo, os eSports ainda têm grande potencial para crescimento. Inclusive para, até mesmo, se tornarem uma modalidade olímpica.

"Se olharmos a geração atual, muitas pessoas ou jogam ou já jogaram videogames, assistem partidas via streaming ou então marcam presença em eventos como esse. E se levarmos em conta a quantidade de gente que acompanha eSports, a resposta é absolutamente sim, há esse potencial. Todas as mudanças nas modalidades olímpicas são feitas com antecedência, mas eu vejo, sim, a presença dos eSports como modalidade em uma Olimpíada".

Na próxima Olimpíada, que será realizada em 2020 na cidade de Tóquio, haverá a estreia de modalidades como skate e caratê na competição.

Mundial de verdade

Apesar de levar a alcunha de “mundial”, o campeonato de “Call of Duty” reuniu equipes da América do Norte, Europa e Austrália e Nova Zelândia. Há, porém, o intuito de criar meios de permitir a inscrição de equipes de outras regiões.

"Esse foi nosso primeiro ano e nós queríamos ter a certeza de que criamos uma boa base. 'Call of Duty' têm uma base de fãs em todo mundo e é uma questão de tempo até que possamos criar uma infraestrutura que permita que pessoas do mundo todo possam participar", afirma Puryear.

Quando perguntado se há a possibilidade de, se possível, houver um evento do tipo na América do Sul, ele diz que essa é uma de suas metas. "Nós temos membros da comunidade do game em todo o mundo e, para mim, o objetivo é que eventos do tipo, com essa estrutura, aconteçam em todo o mundo".

Vencedores da casa

Se ainda há alguma dúvida de que “Call of Duty” pode se dar bem no segmento dos eSports, basta presenciar uma disputa como a realizada durante o Call of Duty XP para apagar essa incerteza.

Mesmo o ritmo veloz, típico das partidas multiplayer de “Call of Duty”, não atrapalham a compreensão do público, que vibra a cada jogada mais elaborada. Da mesma maneira, mesmo novatos têm facilidade em saber o que está ocorrendo durante as disputas.

O campeonato teve início na quinta-feira (1º) e reuniu 32 times dos Estados Unidos, Europa e Oceania. A final, realizada no domingo (4), consagrou os norte-americanos da EnVyUs como campeões, que levaram para casa US$ 800 mil.

Resta, agora, vermos se essa nova fase do game como eSport terá força para competir com gigantes do gênero, como “Counter-Strike: Global Offensive”. A julgar pela estreia, o futuro competitivo da franquia parece promissor.

* O jornalista viajou a convite da Activision