Topo

Mais bonito e sem dublagem, "Xenoverse 2" repete erros do passado; testamos

Claudio Prandoni

Do UOL, em São Paulo

12/10/2016 19h51

Novos personagens e gráficos mais bonitos são algumas das principais promessas de "Dragon Ball Xenoverse 2", mas talvez isso seja pouco para justificar a continuação. Ao menos, essa é a impressão que fica depois de testar o beta fechado do game, que rolou até o último dia 11 de outubro - um beta aberto vai acontecer entre 14 e 16 de outubro.

O game continua o enredo do anterior, mostrando guerreiros responsáveis por proteger a história da série "Dragon Ball". Ao estilo RPG online, há uma cidade para explorar, repleta de lojinhas, missões paralelas, pessoas para conversar e locais clássicos da franquia para visitar, como a ilha do Mestre Kame.

Um extenso e detalhado tutorial explica muitas das mecânicas de jogo, que permite socar, chutar, voar, disparar como um cometa e lançar golpes diversos, desde inéditos até tradicionais, a exemplo do Kame-hame-ha. Pena que neste aspecto "Xenoverse 2" pouco difere do original, caindo nas mesmas armadilhas do jogo anterior e tantos outros de "Dragon Ball".

Muitos dos golpes estão lá mais pelo efeito visual do que exatamente a utilidade em combate. Apesar do amplo leque de poderes, é mais fácil apostar em um ou dois mais eficientes do que arriscar os demais.

Outro problema que se repete é a relação entre combos e esquivas. Sequências de golpes feitas ao esmagar botões sem muito cuidado podem ser evitadas com um rápido teletransporte. Em seguida, quem esquivou pode emendar um combo... que também pode ser esquivado! E assim sucessivamente, num ciclo que se repete e com poucas alternativas eficientes.

Os próprios controles também continuam desajeitados. Voar não é tão simples quanto parece nos vídeos, as opções para rastrear o adversário e se aproximar para o combate ficam devendo e até movimentar o herói é estranho: ele só se mexe quando você move a alavanca analógica completamente para os lados, empurrar só um pouquinho mantém o guerreiro parado.

Veja como é uma luta em Xenoverse 2

Start

Depois do tutorial, foi possível participar também da fatídica luta entre Goku, Piccolo e Raditz (algo dá errado e você precisa vencer Raditz para manter a história de "Dragon Ball" intacta). A luta é bacana, mas, cá entre nós, já apareceu tantas vezes em games da série que carece de qualquer novidade ou impacto, ainda mais em um game que promove poucos ajustes nos controles em relação ao antecessor.

"Xenoverse 2" promete explorar as histórias dos muitos filmes de "Dragon Ball", algo que ficou de lado no título passado. Por que não mostrar algum dos personagens e cenários dessas obras? Enquanto amostra do produto final, o beta de "Xenoverse 2" ficou devendo bastante.

Ao menos, os cenários das lutas estão muito maiores e mais bonitos, recriando bem o estilo característico do artista Akira Toriyama. Vale o mesmo para os personagens. É muito fácil criar um personagem do jeito que você quer, ainda mais agora que há opções extras para personalizar as raças adicionais.

Em linhas gerais, "Xenoverse 2" mantém a qualidade média do game anterior, o que deve ser o bastante para fãs mais fervorosos de Goku e amigos. Porém, fica a sensação de muitas oportunidades perdidas. Os controles poderiam oferecer combates mais variados e disputados, por exemplo. Sem contar que o título não vai apresentar dublagem em português, tratamento que os colegas de casa "Cavaleiros do Zodíaco" e "Naruto" receberam de forma brilhante e, muito infelizmente, este "Dragon Ball" não vai ter - seguimos esperando pelo primeiro game da franquia com vozes em nosso idioma.

No Brasil, "Dragon Ball Xenoverse 2" será lançado em 28 de outubro para PlayStation 4, Xbox One e PC.