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Crise econômica faz edições especiais de games sumirem do Brasil

Edições limitadas como a de "Watch Dogs 2" ficaram caras demais para o Brasil - Divulgação
Edições limitadas como a de "Watch Dogs 2" ficaram caras demais para o Brasil Imagem: Divulgação

Pablo Raphael

Do UOL, em São Paulo

25/11/2016 19h34

2016 não foi um ano fácil para ninguém, e para os fãs de games, não foi diferente. Com dólar alto e o Brasil enfrentando uma crise econômica, ficou difícil manter um hobbie caro como jogar videogame.

Algumas das principais novidades do ano não foram lançadas por aqui, como o PS4 Pro, o Xbox One S e os óculos de realidade virtual PlayStation VR, HTC Vive e Oculus VR. Os jogos ficaram mais caros: edições convencionais já ultrapassaram a pesada barreira dos R$ 250 no ano passado. As cobiçadas edições de colecionador, por exemplo, sumiram das prateleiras brasileiras em 2016.

"Não trouxemos a edição de colecionador de 'Overwatch' para o Brasil", disse a Blizzard Entertainemnt ao UOL Jogos. "Os motivos foram a alta taxa do dólar no começo do ano e a carga tributária". O mesmo aconteceu com as edições especiais de "Watch Dogs 2", que incluem uma estatueta do hacker Marcus e, na versão mais cara, um robô. "Os impostos sobre brinquedos encarecem demais o valor final do produto", informou a Ubisoft.

Gears of War 4 - Ed. de Colecionador - Divulgação - Divulgação
Cheias de brindes, edições de colecionador como a de "Gears of War 4" têm tiragem limitada mesmo nos EUA
Imagem: Divulgação

Diferentes dos jogos comuns que são prensados no Brasil, as edições de colecionador dos games costumam trazer muitos itens extras, como livros de arte, caixas metálicas e estatuetas. Por isso, são importadas, e a carga tributária pode tornar os produtos ainda mais caros.

Isso não impediu o lançamento dessas edições no país em anos anteriores, em quantidade limitada, mas aliada ao dólar alto, que já encareceu os jogos desde 2015, as taxas de importação deixam a coisa bem complicada para as empresas, que precisam lidar também com a aprovação do Inmetro (Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia).

Para comercializar os bonecos e estatuetas que acompanham edições de colecionador de jogos como "Gears of War 4" ou "Dragon Ball Xenoverse 2", é preciso que esses itens sejam aprovados como seguros pelo Inmetro. É uma medida que beneficia o consumidor, mas torna o lançamento do produto no Brasil mais demorado.

Dragon Ball Xenoverse 2 - Ed. de Colecionador - Divulgação - Divulgação
Você pode comprar a edição de colecionador do novo "Dragon Ball" no site da Namco - masi vai ter que pagar os custos da importação
Imagem: Divulgação

A Bandai Namco disse ao UOL Jogos que está tentando trazer a edição de colecionador de "Dragon Ball Xenoverse 2", que inclui uma estátua exclusiva do herói Goku, para o Brasil, mas não tem detalhes sobre quando o produto estará por aqui ou quanto vai custar. A solução oferecida pela produtora japonesa é repassar o custo de importação para o consumidor, que pode comprar a caixa pela loja online Bandai Nanco Store, nos EUA, e enviar o produto para o Brasil. É o mesmo procedimento adotado pela Square Enix para vender as edições limitadas de "Final Fantasy XV".

Ainda é cedo para afirmar que as edições limitadas ficarão fora das prateleiras nacionais em 2017. O primeiro grande lançamento do ano que vem é "Resident Evil VII", que terá uma edição especial luxuosa, que inclui uma réplica da fazenda assombrada onde se passa o game. UOL Jogos entrou em contato com a WB Games, que distribui os jogos da Capcom por aqui, para saber se a empresa vai lançar essa edição no Brasil, mas até o momento da publicação desta reportagem, não obteve retorno.