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40% dos jogadores de "Tomb Raider" eram mulheres, diz presidente da Eidos

Forte e inteligente, Lara Croft é uma personagem que apela tanto para homens quanto para mulheres - Reprodução
Forte e inteligente, Lara Croft é uma personagem que apela tanto para homens quanto para mulheres Imagem: Reprodução

Pablo Raphael

Do UOL, em São Paulo

06/12/2016 19h49

Hoje em dia, Lara Croft é sinônimo de heroína de videogame e símbolo de representação feminina no mundo dos games. E, segundo o executivo Ian Livingstone, presidente vitalício da Eidos, a personagem já era importante para as meninas desde o primeiro jogo. "'Tomb Raider' sempre teve uma audiência feminina muito forte", contou Livingstone ao UOL Jogos. "Mesmo em 1996, quando lançamos o primeiro game, 40% dos jogadores eram mulheres".

"Isso aconteceu porque Lara Croft, como personagem, é uma mulher forte, independente, atlética e inteligente. Ela apela tanto para homens quanto para mulheres", explicou o executivo veterano, que já acumula 40 anos na indústria de jogos, com passagens por RPGs de mesa, jogos de estratégia e jogos de tabuleiro, além dos videogames.

"Mesmo nos livros-jogos eu sempre mantenho em mente o desafio de não assumir que o protagonista é um homem, pois quero que tanto os meninos quanto as meninas se divirtam jogando. RPGs são assim, por natureza", comentou Livingstone. "Jogos são para todos!"

Ian Livingstone - Pablo Raphael/UOL - Pablo Raphael/UOL
Veterano da indústria de jogos, Livingstone esteve no Brasil para lançar a nova edição de seus livros-jogos na CCXP
Imagem: Pablo Raphael/UOL

Aventuras fantásticas

Autor da série "Fighting Fantasy", que chegou ao Brasil em meados dos anos 1980 com o selo "Aventuras Fantásticas" - e recentemente foram relançados pela editora Jambô com o título original - Livingstone esteve no país durante a Comic Con Experience 2016, para promover os livros-jogos. A série completará 35 anos em 2017 e Ian se diz feliz pelos livros terem passado pelo teste do tempo.

Com nomes sugestivos como "O Templo do Terror", "A Masmorra da Morte" e "A Cidadela do Caos", a série Fighting Fantasy coloca o leitor no papel de um aventureiro, um herói lutando contra monstros, buscando tesouros e escapando de armadilhas. Além de escolher como avançar, indo e vindo pelas páginas, é preciso enfrentar situações de combate - o personagem do leitor é definido no começo do livro, usando um sistema bem simples de regras de RPG e o combate é resolvido com rolagens de dados de 6 faces.

"Vejo pessoas que jogaram meus livros quando eram crianças, nos anos 1980, e agora seus próprios filhos estão se divertindo com eles. Acho ótimo ver uma nova geração de crianças que se divertem com livros-jogos". O autor revelou que vai escrever um novo livro-jogo para comemorar os 35 anos da série no ano que vem.