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Acredite: games de corrida podem te fazer um motorista melhor

Mais do que treinar para chegar em primeiro, games de corrida podem ensinar conceitos básicos de direção e ajudar motoristas a sair de situações de risco - Divulgação
Mais do que treinar para chegar em primeiro, games de corrida podem ensinar conceitos básicos de direção e ajudar motoristas a sair de situações de risco Imagem: Divulgação

Rodrigo Lara

Do Gamehall

23/02/2017 10h29

Fãs de jogos de corrida têm diversas opções para se divertir. A escolha pode ir desde jogos mais "arcade", como "Need for Speed", "Driveclub" ou "Forza Horizon", passando por games intermediários no quesito realismo como "Forza Motorsport" e "Gran Turismo" até simuladores mais "hardcore", caso de "Asseto Corsa" ou "Rfactor".

Considerando essas duas últimas categorias, além da diversão, das disputas com amigos e da possibilidade de pilotar carros dos sonhos, dedicar um tempo a estes jogos pode causar um resultado benéfico: melhorar suas habilidades ao volante na vida real. E não falamos de uma possível situação de "track day", quando motoristas levam seus carros para autódromos, mas sim do cotidiano, seja nas estradas ou no trânsito pesado das grandes cidades.

Uma das razões mais básicas para tal é que, ao adotar uma física mais realista, esses games dão aos jogadores uma boa noção de como um carro se comporta. Conceitos primordiais, como não exagerar na velocidade nas curvas ou frear no meio delas e redobrar a atenção em piso molhado podem tanto representar a vitória em uma corrida virtual quanto um acidente evitado na vida real.

O mesmo vale para conceitos mecânicos. Games mais realistas tendem a emular o efeito de desgaste de determinadas peças de um automóvel, como os pneus ou a suspensão. Uma vez que o jogo "treina" o jogador para perceber quando esses itens já não funcionam de maneira correta, ele acaba tendo uma chance maior de identificar problemas do tipo em seu próprio carro. E, se em um jogo um pneu gasto significa um tempo de volta maior, na vida real esse item tem relação direta com a segurança.

Até mesmo jogos menos realistas podem ajudar com este efeito: um estudo conduzido pela Universidade de Nova York Shanghai e Universidade de Hong Kong concluiu que jogadores de "Mario Kart" tem reflexos e controle motor superior ao de pessoas que não tem acesso ao game - quanto mais a simuladores mais complexos.

Ainda assim, para se aproveitar ao máximo jogos com foco na simulação, é necessário ter um caro e pouco prático volante. De fato: a imersão e a precisão proporcionadas pelo acessório são capazes de tornar a experiência muito mais realista. Ainda assim, os conceitos citados acima podem ser aprendidos ao se jogar com um controle convencional.

Logitech G29 - Divulgação - Divulgação
O uso de um volante torna a brincadeira mais cara, mas é uma boa forma de melhorar sua coordenação motora
Imagem: Divulgação

Quem utiliza um volante, porém, ganha uma vantagem extra na hora de encarar a vida real. Isso porque, ao praticar em um acessório mais próximo ao encontrado em um carro de verdade, o jogador aprimora sua coordenação motora para usar esse tipo de comando. Ganhando agilidade nos braços e fazendo com que os movimentos de mãos sejam coordenados com os pés, algo que pode ser crucial na hora de desviar de uma situação de perigo.

Opinião de profissional

"Se pensarmos em um simulador desenvolvido especificamente para o uso urbano, no qual a pessoa possa se familiarizar com o carro, as trocas de marcha, sinalizações ou até mesmo simular o percurso para casa, identificando todos pontos de atenção, espelhos, setas, corredor de motos, etc, seria muito mais eficiente", aponta o piloto profissional e instrutor de pilotagem Beto Gresse. 

Beto Gresse - Reprodução/Arquivo pessoal - Reprodução/Arquivo pessoal
Para Beto Gresse, simuladores e games ajudam mais em competição; detalhes como regras de trânsito e presença de outros motoristas acabam limitando aprendizado nos games
Imagem: Reprodução/Arquivo pessoal

De acordo com Gresse, a utilidade de games e simuladores para pilotos profissionais acaba sendo maior do que para motoristas comuns. "Eles são extremamente úteis para aprender um novo circuito e realizar o traçado correto", aponta. 

Ou seja: ainda que jogar com frequência esse tipo de jogo possa trazer alguns benefícios, é preciso considerar que há um fator limitante nesta questão. Afinal, você pode ter a consciência sobre a física do carro e ter sua coordenação motora aprimorada ao usar um volante, porém situações de trânsito, como sinalização para a troca de faixa e interação com outros motoristas não estão presentes nesse tipo de game.

Não adianta, portanto, ser o fera nos games, ter coordenação motora aprimorada e saber como um carro se comporta se, na hora de encarar o trânsito, você não agir com civilidade, respeitar os demais condutores e seguir as leis. Melhorar suas habilidades ajuda, mas respeitar as regras ainda é o maior segredo para se manter seguro no trânsito. 

UOL Jogos encara um simulador de direção

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