Mesmo com falhas, novo Mega é ideal para crianças de hoje (e dos anos 90)
O novo Mega Drive da Tectoy chega às lojas do Brasil em junho, mas quem comprou o videogame na pré-venda já vai recebê-lo agora em maio. Então, com o videogame finalizado, UOL Jogos teve a oportunidade de testar por alguns dias o aparelho.
Anunciado no final do ano passado, o modelo dividiu opiniões de fãs, especialmente por conta da ausência de saída HDMI e preocupações em relação à qualidade sonora, que a própria Tectoy avisou que não seria 100% fiel ao Mega Drive original.
De cara, vale deixar claro: o novo Mega Drive não é para quem busca uma experiência totalmente fiel ao querido videogame 16-bits lançado no final dos anos 80. As limitações sonoras não chegam a incomodar, mas são evidentes. Alguns cartuchos e muitos acessórios não funcionam e a própria qualidade visual sofre nos televisores de hoje em dia.
Dito isto, é sim um videogame perfeito para crianças, sejam as de hoje ou as que cresceram nos anos 90.
Quem viveu aquela época mágica da Tectoy no início da década de 90 e acabou se afastando dos games com o passar do tempo, ou simplesmente não se preocupa tanto com qualidade pixels e os graves e agudos das músicas, vai se maravilhar com o videogame.
Desde a caixa que recria fielmente o primeiro modelo vendido no Brasil (com a foto do "Altered Beast" na televisão!) até o ótimo controle com 3 botões e detalhes caprichosos, como a entrada para fone de ouvidos e até o slider que controla o volume, tudo acerta em cheio na nostalgia.
Quem tem cartuchos guardados em caixas velhas empoeiradas, no fundo de um armário ou na casa dos pais, vai ficar feliz em pegar essas 'fitas', encaixar no Mega e jogar de novo como se fosse 1990 de novo.
E aí entra outro ponto positivo do videogame: assim como foi lá atrás, hoje em dia continua sendo uma ótima porta de entrada para crianças conhecerem videogames. Mães e pais de hoje têm a oportunidade de comprar um aparelho novo, com garantia e assistência técnica, com mais de 20 jogos na memória e mostrar para os filhos.
Ah, e isso tudo com um preço muito mais em conta do que qualquer PlayStation ou Xbox. É verdade que R$ 450 é um preço alto por um Mega Drive cheio de limitações, mas ainda é um preço muito mais baixo do que os outros aparelhos. E há também de se levar em conta a simplicidade do videogame. É muito mais fácil manusear um Mega Drive do que um videogame mais moderno, tornando-o ótima diversão para crianças pequenas - e sem muitas complicações para os pais.
Teria sido muito legal se a Tectoy tivesse conseguido já lançar o novo Mega Drive com alguns cartuchos, mas ao menos isso está prometido ainda para este ano, com o relançamento de "Turma da Mônica na Terra dos Monstros".
Limitado, mas versátil
Pelo lado mais técnico do novo Mega Drive, o grande destaque fica para o discreto cartão micro SD, que fica na parte de trás do aparelho. É nele que fica o sistema operacional do novo videogame e também as ROMs dos 22 jogos licenciados pela Tectoy. A seleção é boa e traz jogos excelentes como "Comix Zone", "Shadow Dancer", "Shinobi III" e "Sonic 3" ao lado de opções menos convencionais.
Como você já deve imaginar (e foi sugerido de leve pela Tectoy), dá também para espetar o cartão micro SD no PC e colocar outmenras ROMs de Mega Drive que funciona tranquilamente - até mesmo alguns games que não funcionam em cartucho, como "Eternal Champions" e "Super Street Fighter II".
O indispensável controle clássico de 6 botões funciona (e confesso que ainda tenho esperanças que a Tectoy o relance), mas outros acessórios mais complexos não são compatíveis, a exemplo do 32X, o adaptador para cartuchos de Master System e o Sega CD.
Precisamos agora falar sobre o som. O Mega Drive original foi abençoado com um chip produzido pela Yamaha capaz de feitos incríveis para a época. Esse chip não é mais fabricado hoje em dia e, segundo a Tectoy, sairia caro recriar o componente hoje em dia unicamente para o novo Mega Drive. A solução foi apelar para outras peças. Felizmente, o resultado até que surpreende.
Sim, o som do novo Mega não recria fielmente o aparelho original, mas ainda está bem superior ao visto em modelos lançadas por outras fabricantes, como o terrível Mega Drive da AtGames, nos EUA. Quem mais vai notar e se incomodar com as diferenças são os fãs mais puristas que, como falei no começo do texto, vão preferir outras alternativas ao novo aparelho da Tectoy, como usar um videogame antigo ou mesmo emuladores.
A situação é parecida com os gráficos, reproduzidos via cabo composto. O resultado em televisores modernos é apenas aceitável e muito aquém das estimadas lembranças de infância de muita gente. Caso tenha a oportunidade, tente plugar esse Mega em uma TV mais antiga para resultados melhores. Ainda assim, para partidas rápidas, só para matar as saudades de um ou outro jogo, jogar em um televisor atual é uma opção a se considerar.
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