Loucamente imprevisível, "Danganronpa V3" agrada por não temer desagradar
O mundo adora assistir a homicídios colegiais. Instigados pela proposta de um jogo em que é preciso matar para sobreviver, fãs transformaram "Danganronpa" em uma franquia multimídia. O nível de sucesso, que extrapola o que é normal para uma visual novel, gerou sequências, spin-offs e até animes. E agora a experiência chega ao clímax com "Danganronpa V3".
Dezesseis personagens inéditas estão presas em uma escola. Para escapar, os estudantes precisam matar um de seus colegas e enganar os demais em um julgamento. Quem conseguir matar sem ser descoberto é o grande vencedor, e o único que sairá com vida do jogo mortal.
O novo game traça uma história envolvente e surpreendente que até quem nunca jogou nenhum outro "Danganronpa" pode aproveitar - mas que é absolutamente obrigatória para todo mundo que é ou já foi fã dos outros capítulos da franquia.
Muito parecido com "Ace Attorney", "Danganronpa" não é um game de escolhas. A história se desenvolve através de diálogos, e o jogador pode apenas reagir aos eventos a seu redor.
Quando um assassinato acontece, é preciso investigar a cena do crime e coletar evidências - mas o jogo não progride a menos que você consiga todas as peças do quebra-cabeça.
O desafio da experiência está nos julgamentos, que testam a atenção do jogador aos detalhes. Cabe a ele apontar inconsistências nas falas de seus colegas, solucionar mistérios e apresentar evidências nos momentos certos para que o culpado seja descoberto. E todas essas ações acontecem através de minigames, que trazem variedade para as discussões.
O trunfo de "Danganronpa" - e de "V3", em particular - está na força do roteiro. O game sabe quando o jogador percebe a solução para um enigma, e usa isso a seu favor. Quando algo está óbvio, por exemplo, ele coloca um personagem que ainda não percebeu o que está acontecendo para fazer papel de bobo.
É um feito impressionante para o gênero, mas "Danganronpa V3" respeita a inteligência do jogador. Todos os assassinatos envolvem mecanismos complexos, e muitas vezes trazem detalhes interessantes que surpreendem até mesmo quem achou que já tinha resolvido o caso inteiro na cabeça.
A maior diferença entre "V3" e seus predecessores está na profundidade dos debates. Inconsistências nas falas dos outros personagens devem ser rebatidas com evidências, como é desde o primeiro "Danganronpa". Mas o novo game traz um elemento novo à mistura, que faz toda a diferença: mentiras.
Segurando o botão triângulo, o jogador consegue inverter o significado da evidência que ele tem em mãos. Em vários momentos, mentir é necessário para que as discussões tomem o rumo certo - algo que seria impensável para Makoto e Hinata, protagonistas dos games anteriores.
A novidade dá mais profundidade ao jogo. Com mais essa arma em seu arsenal, o jogador precisa pensar mais sobre como ele chegará aonde precisa. Às vezes, a verdade bastaria - mas mentir pode ser um atalho.
Concluída a 'campanha', "Danganronpa V3" oferece um modo paralelo que mistura jogo de tabuleiro e RPG, além de minigames e vários desbloqueáveis. Como só a história principal já rende mais de 30 horas de diversão, trata-se de um pacote com uma vida útil bem duradoura.
Em um mundo ideal, eu falaria mais sobre a história. Mas é impossível entrar em detalhes sem estragar algumas das melhores surpresas do game. Basta dizer que ele é o que melhor aproveita todos os seus personagens (nos outros, era comum um ou outro estudante fazer papel de figurante; mas não aqui), e que ele é extremamente corajoso nos rumos que toma. Goste ou não da história que "Danganronpa V3" veio para contar, pode ter certeza de que você passará um bom tempo com ela em mente.
"Danganronpa V3: Killing Harmony" tem versões para PlayStation 4, Vita e PC.
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.