Conheça "Dragon's Lair", o game da segunda temporada de "Stranger Things"
Se na primeira temporada de "Stranger Things", Mike e sua turma jogavam "Dungeons & Dragons" no porão de casa, em 1984 a garotada de Hawkins se diverte no fliperama com um jogo que exibe gráficos dignos de animações da Disney, muito superiores aos "Pac-Man" e "Space Invaders" que costumavam atrair os jovens nos arcades da época: "Dragon's Lair" era simples, implacável e ridiculamente bonito para a época.
Lançado em 1983 pela Cinematronics, "Dragon's Lair" foi o primeiro jogo a rodar em laser disc. O game deixava os pixels quadriculados e limitados dos anos 1980 para trás. A aventura do cavaleiro Dirk para resgatar a princesa Daphne era desenhada e animada pelo artista Don Bluth, ex-Disney (ele trabalhou em "Robin Hood" e "A Espada era a Lei", entre outros).
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O estilo de animação aproveitava o espaço de armazenamento do laser disc, mas limitava bastante a interação do jogador, que podia apenas dar o comando certo em cada tela pela qual Dirk passava: puxar a alavanca na direção certa para que o herói salte por um fosso cheio de lava ou para golpear com a espada e eliminar um monstro. Qualquer erro era punido com a morte - e o game não poupava o jogador de assistir diversos finais brutais para o pobre cavaleiro.
A dificuldade implacável era intencional: "Dragon's Lair" era um jogo de fliperama, daqueles famintos pelas moedas dos jovens jogadores. Em "Stranger Things", Dustin até reclama da máquina gananciosa. Memorizar os comandos e ter reflexos rápidos eram as únicas formas de sobreviver e resgatar Daphne. Se você soubesse todos os comandos e não errasse nunca, conseguiria terminar a aventura em meia hora.
Adaptações, sequências e influência
Ao longo dos anos, "Dragon's Lair" teve muitas adaptações e recebeu algumas sequências, além de inspirar todo um gênero de videogames baseados em animações ou em filmes. O mais célebre deles é "Space Ace", que segue os moldes de animação clássica do jogo original, mas com temática espacial. Outros jogos similares adotaram filmes com atores reais, como o divertido faroeste "Mad Dog McCree".
Com o advento do CD, os consoles domésticos passaram por uma invasão de jogos desse tipo, inclusive o próprio "Dragon's Lair", mas também títulos de qualidade duvidosa e conteúdo polêmico, como "Night Trap", lançado para Sega CD em 1992. O jogo envolvia monitorar uma casa cheia de garotas para impedir que assassinos acabassem com a vida das moças. A violência e a sugestão sexual de "Night Trap" acabou sendo um dos motivos para a criação da classificação indicativa dos games nos EUA, o famigerado selo ESRB.
"Dragon's Lair" também ganhou uma curta série de desenhos animados e histórias em quadrinhos, além de versões recentes para celulares e consoles como PlayStation 3 e Xbox 360.
Desde 2016, o artista original de "Dragon's Lair", Don Blunth, está produzindo um filme de animação que servirá como prólogo para o jogo dos anos 1980, oferecendo mais informações sobre Dirk e a princesa Daphne, que, nas palavras do animador, não será uma "loira avoada" e terá um papel maior do que o de donzela em perigo.
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