"Super Mario Odyssey" é a sequência de "Mario 64" que sempre quisemos
"Super Mario Odyssey" não é uma revolução. Na verdade, trata-se da mais tradicional aventura 3D do bigodudo desde que "Super Mario 64" criou tais tradições lá em 1996.
O chapéu Cappy não muda a maneira como Mario se comporta no mesmo nível que a F.L.U.D.D. fez em "Sunshine", e o game não tem uma mudança de perspectiva tão grande quanto as proporcionadas pelos planetas de "Galaxy" ou os dioramas de "3D Land", nem de ritmo como a trazida pelo caos do multiplayer de "3D World".
O que "Super Mario Odyssey" tem é a coleção mais variada e engenhosa de desafios de plataforma já criada. Estágios que são grandes mundos abertos com personalidades próprias, segredos por todos os lados e surpresas que brincam com as expectativas de quem achava que conhecia os limites da franquia.
Bowser raptou Peach mais uma vez, e agora conta com a ajuda de um grupo de planejadores de festas malignos, os Broodals, para preparar o casamento forçado.
Para impedir que o vilão consiga o que quer, Mario precisa viajar pelos diversos reinos do mundo na nave Odyssey, contando com a ajuda de um novo companheiro: o chapéu fantasma Cappy. Além de esconder a cabeleira surpreendentemente bem cultivada do ex-encanador, Cappy também pode ser usado como projétil, plataforma para saltos... e como um meio para que Mario 'possua' inimigos e objetos ao seu redor.
É uma mecânica incrível, que se desdobra em várias outras. Ao assumir o controle de um Paragoomba, por exemplo, Mario ganha a habilidade de voar pelo cenário, alcançando lugares antes inatingíveis. No casco de um Hammer Bro, o herói ganha saltos mais potentes e a capacidade de arremessar martelos. E como era de se esperar, certos objetivos só podem ser alcançados com criaturas específicas.
Não seria surpresa se o jogo tivesse meia dúzia de criaturas realmente únicas, e que o resto fosse meramente descartável. Mas "Odyssey" vai muito além: praticamente todos os corpos que Mario possui são utilizados de maneiras inteligentes em quebra-cabeças, e, acima de tudo, são divertidos de usar.
A filosofia do progresso em "Super Mario Odyssey" é bem parecida com a de "Zelda: Breath of the Wild". Mario não ganha novas habilidades ao longo do jogo: ele já começa com todas as ferramentas a seu dispor. A única coisa que separa o jogador das Power Moons espalhadas pelos estágios é a curiosidade necessária para encontrá-las.
E, como em "Zelda", todas as descobertas feitas nos enxutos, porém densos mundos de "Odyssey" são devidamente recompensadas. O game não interrompe a ação quando Mario alcança um objetivo, como acontecia em "Mario 64" ou "Sunshine" - o que abre espaço para que um único quebra-cabeça esconda mais de uma Power Moon em suas entranhas.
O ritmo constante de descobertas e recompensas é incrível, e faz com que as horas passem voando. Do começo ao fim, "Super Mario Odyssey" não deixa de surpreender nem por um momento sequer.
Curiosamente, apesar da genialidade do Cappy ser um destaque inegável, a característica mais forte de "Odyssey" é a diversidade entre os reinos. O jogo vende a imagem de que Mario é um explorador, capaz até mesmo de tirar fotografias de suas aventuras para transformar em cartões postais. Em termos de estrutura, é como uma sequência direta de "Mario 64".
Não é possível entrar em detalhes sobre os estágios mais empolgantes do game sem revelar demais, mas dá para afirmar que "Odyssey" é um daqueles jogos em que os cenários são como personagens. Cada um deles foi criado como se fosse o único. O esmero fica evidente quando observamos os habitantes de cada um dos reinos, ou até mesmo a consistência de suas estéticas.
Jogar "Super Mario Odyssey" é um deleite. Seja em curtas sessões de poucos minutos, ou então em longos finais de semana, o game é capaz de colocar um sorriso enorme na cara de qualquer fã de plataforma. E isso vale até mesmo depois que os créditos rolam: algumas das maiores surpresas ficam para após a derrocada de Bowser.
Imperdível.
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