Análise: Bom de jogar, "FIFA 19" só tropeça na hora de agradar brasileiros
Se você fosse criar um game de futebol, como ele seria? Confesso que é difícil imaginar alguma característica que já não esteja presente na série "FIFA". Depois de tropeçar durante a década passada, a série virou o jogo sobre a franquia "Pro Evolution Soccer", sua eterna rival, e desde então não saiu do posto de referência desse estilo de game.
É claro que optar entre "FIFA" ou "PES" envolve uma boa dose de gosto pessoal, especialmente porque, nos últimos anos, o game da Konami evoluiu consideravelmente em sua jogabilidade, ficando menos travado e mais agradável de jogar, como falamos na análise de "PES 2019". Além disso, há todo o conteúdo relacionado ao Campeonato Brasileiro, algo que certamente faz os olhos de muitos jogadores brilharem por essas bandas.
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Lançado hoje (28) para PC (R$ 239), PS4 (R$ 239,90), Switch (R$ 237,50) e Xbox One (R$ 216) - haverá versões para os imortais PS3 e Xbox 360 - "FIFA 19" não faz essa média com o futebol brasileiro e, sim, isso é algo que faz falta. Eu adoraria começar uma carreira, por exemplo, com meu time do coração, mas ele é exclusivo do game concorrente. Paciência…
Essa falha - que, deixando claro, é algo que certamente incomodará apenas brasileiros -, porém, é compensada com sobras pelo pacote de jogo que encontramos em "FIFA 19". Há modalidades para todos os gostos, seja você do tipo que curte jogar sozinho, contra amigos dividindo o sofá ou desafiando os melhores jogadores do mundo.
Soma-se isso a mudanças na jogabilidade e gráficos levemente aprimorados e temos o que "FIFA 19" traz aos jogadores. Será que vale a pena investir?
Vejamos.
Dois modos de jogar
Nós falamos um pouco sobre as mudanças da jogabilidade de "FIFA 19" quando pudemos testar rapidamente uma versão preliminar do game. Simplificando, as principais alterações se concentram na forma como os jogadores dominam a bola, executam passes e chutam ao gol.
"Nossa, mas isso é praticamente tudo", você deve estar pensando. Não é bem assim: apesar de supostamente afetar todos os elementos da jogabilidade, essas alterações são sutis e, ao menos por aqui, não causaram tanta estranheza se comparadas ao visto em edições anteriores da franquia (parece que o Wendell Lira discorda dessa afirmação!).
Mudança maior, no entanto, é vista na hora de chutar o cabecear a bola em direção ao gol adversário. O chamado "arremate calibrado" é a principal novidade do game e tende a ser um tanto complexo de ser dominado. Ele funciona da seguinte maneira: quando o jogador quiser chutar ou cabecear ao gol, ele aperta uma vez o botão de chute e, em seguida, precisa pressionar o botão novamente quando o pé ou a cabeça do atleta virtual forem entrar em contato com a bola.
Caso esse tempo seja perfeito, o resultado será uma conclusão mais forte e precisa ao gol.
É bastante provável que a maioria dos jogadores encare a novidade como uma dose desnecessária de complexidade. Falo por experiência própria: nas primeiras partidas eu perdi diversas oportunidades de gol por me preocupar em fazer o tal "arremate calibrado". Conforme fui jogando mais, no entanto, passei a me entender melhor com a novidade e usá-la sem ter que pensar tanto.
De qualquer maneira, quem quiser jogar do jeito tradicional pode desativar a função no menu de controles. Sem muitos dramas por aqui.
Fora isso, "FIFA 19" é um game extremamente familiar. Ele ainda tem uma curva de aprendizado um pouco mais acentuada do que a vista em "PES 2019" - que é o tipo de jogo que basta sentar, pegar um controle e sair se divertindo -, mas algumas partidas são suficientes para a adaptação de novatos. No mais, as partidas continuam imprevisíveis e jogadores que pensam "fora da caixa" e jogam de maneira criativa tendem a se dar bem.
Outro tipo de jogador que deverá se dar bem é aquele que gasta um tempo acertando o posicionamento e a tática do time. Esse tipo de mudança está mais perceptível em "FIFA 19" e quem dominar a troca em tempo real de estratégia tende a levar uma vantagem considerável, especialmente em partidas contra jogadores de carne e osso.
Pacotão de modos
Falamos lá em cima que "FIFA 19" compensa a ausência de times brasileiros com uma variedade enorme de modalidades. Bem, as mais conhecidas, como o FIFA Ultimate Team, as ligas online e o modo carreira continuam presentes e não há tanto o que se falar sobre eles - a não ser que eles tendem a consumir muitas horas de quem se aventurar a jogá-los para valer.
O modo história, por sua vez, na verdade se divide em três: é possível seguir as histórias de Alex Hunter, sua irmã, Kim Hunter, e seu amigo, Danny Williams. No caso dos rapazes, a ênfase é a Liga dos Campeões. Já Kim tenta se firmar na liga norte-americana de futebol feminino. De qualquer forma, há passagens interessantes na narrativa e momentos de jogabilidade variada, como durante treinos e atividades específicas.
O licenciamento da Liga dos Campeões é um dos grandes trunfos de "FIFA 19" e isso significa que o principal torneio de clubes do mundo está presente em diversas modalidades do game. É possível jogar o torneio em um modo específico, ou usar ele de pano de fundo em partidas únicas ou campeonatos personalizados.
Por fim, o que mais mudou foi o modo de partida rápida. Uma vez selecionado, o jogador poderá definir diversas características da partida, algumas que, inclusive, mudam completamente as regras do futebol. É possível especificar que apenas gols de cabeça irão valer, ou ainda que o time que marcar um gol perderá um jogador.
Há também um modo "sem regras", que muita gente brincou que seria o "battle royale" de "FIFA 19". Não chega a tanto, mas essas partidas geram situações divertidas que, muitas vezes, lembram aqueles rachões que a gente tirava nas ruas do nosso bairro.
Vale o seu dinheiro?
Essa é uma questão complicada quando falamos de franquias anuais. Se comprar novos jogos não é algo barato, especialmente no Brasil, jogadores mais assíduos tendem a enfrentar um esvaziamento do game antigo sempre que uma nova edição é lançada.
Se você joga "FIFA" de forma mais casual, dificilmente "FIFA 19" terá novidades tão marcantes a ponto de ser uma compra obrigatória. Isso é ainda mais notável se considerarmos "FIFA 18".
Quem decidir se aventurar pela nova edição do game de futebol da EA encontrará um pacote robusto, capaz de agradar jogadores com as mais variadas preferências. Há tropeços, claro - a ausência de clubes brasileiros e a narração em português de Tiago Leifert e Caio Ribeiro que, claramente, utiliza as mesmas frases de anos anteriores são os mais notáveis -, mas, de maneira geral, "FIFA 19" traz muito mais acertos. E, no final do dia, isso é o que acaba importando.
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