"Yoshi's Crafted World": uma aventura fofa com o dinossaurinho da Nintendo
Resumo da notícia
- Jogo de plataforma é uma aventura lúdica, sem grandes desafios
- Cenários "de papel" incentivam exploração em busca de segredos
- Modo para dois jogadores deixa as coisas mais interessantes
Os jogos de plataforma, esse gênero clássico e eterno, sempre produziram exemplares para todos os gostos. Você pode encontrar desde variações do tema, como metroidvanias e roguelikes, até experiências, digamos, mais puras, como "Donkey Kong Country: Tropical Freeze" e "New Super Mario Bros. U Deluxe".
Quem chega agora para reforçar essa categoria no Switch é "Yoshi's Crafted World", um jogo de plataforma lúdico e relaxante, que coloca o dinossaurinho verde em aventuras por cenários feitos "artesanalmente", com gaivotas de papel e pontes de papelão. Lançado no último dia 29 de março, exclusivamente para Switch, o jogo é competente e bonito, mas pouco inova no gênero.
O dinossauro Yoshi estreou como coadjuvante em "Super Mario World", jogo de 1990 para Super Nintendo, mas passou a estrelar games próprios já no ano seguinte, com "Yoshi", para Nintendinho. Ainda assim, a série com o personagem que é considerada como "principal" começou em 1995, com "Super Mario World 2: Yoshi's Island".
É esse jogo, inclusive, que introduziu muitas das mecânicas que são vistas em "Yoshi's Crafted World", como a possibilidade de Yoshi transformar inimigos em ovos e usar isso como projétil para atacar outros adversários e até partes do terreno. E isso é bastante útil, já que o cenário como um todo é composto por elementos que lembram recortes de papelão que, muitas vezes, revelam segredos quando destruídos.
Lúdico e relaxante
Se você espera encontrar momentos de desafio ou, ainda, passagens memoráveis em "Yoshi's Crafted World", é melhor ir mudando de ideia.
Sim, existem fases com uma jogabilidade diferente que dá um certo ar de "refresco". Ajuda a quebrar a rotina de tantas fases de ação mais comuns. Mas na maior parte do tempo, a ação se repete: explorar níveis - bem desenhados, aliás -, derrotar inimigos pouco desafiadores e destruir parte do cenário em busca de segredos.
Alguns itens estão bem escondidos, exigindo um bom par de olhos e uma dose extra de perspicácia para serem encontrados. Há desde "missões" dadas por personagens não-jogáveis, como acertar um número determinado de gaivotas de papel em um dos cenários, até quests obrigatórias, como achar as flores, que são como "moeda" para que o jogador avance para novas fases.
Então é melhor relaxar e aproveitar o jogo como uma aventura lúdica e relaxante. Os cenários coloridos, os sons "fofos" do dinossaurinho e o nível de desafio pouco punitivo estão aí para isso mesmo. Até na hora de enfrentar os chefes basta descobrir a mecânica do confronto e esperar que tudo se resolva.
Em dupla é melhor
Por que um Yoshi quando você pode ter dois? Nesse caso, cada um dos jogadores controla um Yoshi de cor diferente e pode usar manobras exclusivas desse modo para alcançar lugares distantes, por exemplo. É mais divertido do que jogar sozinho, e recomendo que você experimente.
A possibilidade de controlar mais de um Yoshi, aliás, é justificada pela história. A ilha em que os adoráveis dinossauros viviam foi atacada por Kamek e pelo Baby Bowser, que queriam roubar um artefato cravejado de joias chamado Sundream Stone, capaz de realizar qualquer tipo de desejo.
Durante a tentativa de roubo, porém, o artefato acaba perdendo suas jóias, que se espalham pelo mundo. A partir daí, cabe aos Yoshis recuperá-las.
Em termos visuais, "Yoshi's Crafted World" é um jogo bonito, com cenários coloridos e um notável cuidado em sua concepção. Em alguns momentos, você pode se lembrar de jogos como "Unravel" e "LittleBigPlanet", seja pelo clima pacífico ou pela interação com os objetos do cenário. A temática de cada "mundo" é variada, o que ajuda a evitar que o jogador fique entediado.
O que faltou, no entanto, foi justamente aquilo que marcou a Nintendo ao longo dos anos: inovação. Ainda que o jogo apresente uma certa variação de jogabilidade nas fases, nenhuma dessas mecânicas é algo propriamente novo.
Soma-se a isso um desafio "passeio no parque" e o jogo acaba sendo mais uma forma de relaxamento e diversão sem compromisso. Não que isso seja ruim, mas acaba deixando "Yoshi's Crafted World" na categoria "fofura de plataforma", e não na lista dos jogos memoráveis da Nintendo.
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