Torneios de eSports: qual a diferença entre ligas abertas e fechadas?
Circuitos abertos ou fechados? Essa é uma pergunta que costuma agitar a comunidade de eSports quando comparamos os diferentes jogos e seus calendários competitivos pelo mundo. De "Counter-Strike" a "League of Legends", passando por "Street Fighter" e "Rainbow Six", cada modalidade tem suas particularidades, com suas vantagens e desvantagens.
A seguir, vamos entender melhor cada formato e trazer a visão de dois especialistas do cenário.
Circuito Aberto: Flexibilidade
Nos cenários competitivos que adotam um sistema aberto, os torneios são independentes e de responsabilidade de organizações terceiras, podendo ou não ter apoio da publicadora do game. O maior exemplo aqui são as competições dos jogos da Valve: "Counter-Strike" e "Dota 2".
Em "Counter-Strike", há diversos torneios que acontecem durante o ano. Os chamados Minors têm premiação total de US$ 50 mil e dão vagas para torneios Majors como IEM, StarLadder e FACEIT. Os Majors são considerados os mundiais do jogo e recebem apoio da Valve. Atualmente, um Major como o IEM de Katowice (Polônia) tem premiação total de até US$ 1 milhão.
Em "Dota 2", a Pro Circuit tem certo controle da Valve, mas pode ser considerada um sistema aberto, já que é composta por torneios Minors e Majors realizados por outras organizações, mas com apoio da produtora. A Pro Circuit resulta no The International, ou TI, o mundial de "Dota 2", que é realizado pela própria Valve.
De forma similar, em "Street Fighter" temos a Capcom Pro Tour, a liga oficial do cenário competitivo do jogo de luta. Ela conta com um ranking dos melhores jogadores e que leva em conta os resultados de alguns torneios independentes como o EVOLUTION, ou EVO. A Capcom Pro Tour resulta na Capcom Cup, o mundial de "Street Fighter" com os melhores colocados da liga.
Circuito Fechado: Regularidade
Em um sistema de liga ou circuito fechado, as competições são administradas pela própria desenvolvedora do jogo em um calendário restrito e fixo de competições no ano. Exemplos desse modelo são os cenários de "League of Legends" e "Overwatch". Mesmo dentro desse sistema, porém, há formatos diferentes.
No Lolzinho, a Riot divide as competições por regiões do globo e promove dois torneios internacionais principais no ano: o MSI, no primeiro semestre, e o Mundial propriamente dito, geralmente entre setembro e outubro. As competições reúnem equipes vencedoras da Ásia, Europa, América do Norte e América Latina, e os critérios de classificação consideram o retrospecto das regiões em torneios anteriores.
Já na Overwatch League, a Blizzard trabalha com o formato de franquias, em que os times - baseados em cidades - compram as vagas no torneio, que acontece por temporadas e Playoffs. Os times são divididos entre conferências do Pacífico e do Atlântico.
Já o cenário de "Rainbow Six Siege" é uma mistura dos sistemas aberto e fechado. O circuito é organizado pela Ubisoft em conjunto com a organização ESL e, apesar de ter um calendário fixo, a liga é mais flexível, com torneios regionais como o Brasileirão R6, e internacionais como a Pro League acontecendo em paralelo. Além disso, são realizados dois Majors por ano, incluindo o Six Invitational.
Aberto x Fechado
É claro que ambos os sistemas têm suas vantagens e desvantagens, que mudam de acordo com as particularidades dos jogos, das empresas, regiões e modelos de negócios. Para buscar uma clareza maior nessa discussão, conversamos com um especialista de cada lado.
Gabriel Souza, mais conhecido como "MiT" no cenário de "League of Legends" e atual técnico da PaiN Gaming Academy, já conviveu tanto com o circuito aberto quanto com o circuito fechado no Lolzinho e defende o último modelo: "Eu sinceramente acho que o circuito fechado favorece muito a paixão e o esporte nacional".
MiT argumenta que o circuito fechado promove uma diversidade maior de pessoas que podem viver no eSport: "A estrutura é mais favorecida para ligas locais, que têm de seis a oito times [como é o caso do CBLOL], todos contando com algum suporte da publicadora. Seja ele financeiro ou na produção de conteúdo para alavancar números para as organizações".
Sem dúvidas, a estabilidade financeira, com jogadores recebendo salários e com plano de longo prazo para ligas, é a principal vantagem e algo que não acontece no circuito aberto.
Já para o analista e comentarista de CS:GO Giovanni Deniz, o "gio", o que o circuito aberto proporciona de melhor é a competitividade, principalmente por contar com mais campeonatos internacionais.
"O circuito aberto, em sua maioria, também facilita trocas de jogadores, o que te força a estar sempre buscando a excelência na equipe em que você estiver, não importando muito se você é o melhor do time ou não, porque ninguém é insubstituível", comenta Gio. "Na minha opinião, isso faz com que os times entrem com sangue no olho para vencer, já que são praticamente chances únicas".
Gio também lembra que o circuito aberto gera mais dinheiro em competições internacionais, o que aumenta o nível de competição. Porém, perde-se em desenvolvimento dos cenários locais. "O cenário de CS (no Brasil) é uma incógnita", ele admite.
Como "CS:GO" adota um sistema aberto, não temos um campeonato nacional como o de "League of Legends", e times formados por brasileiros, como a MiBR, moram e competem fora do país.
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