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A FromSoftware é muito mais que "Dark Souls"

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Imagem: Divulgação

Makson Lima

Colaboração para o START

03/08/2019 04h00

Muito antes do sucesso de "Dark Souls", "Bloodborne" ou "Sekiro", a FromSoft já existia e cultivava sua popularidade em diversos nichos. De mechas destruidores de cidades a maldições ancestrais japonesas, seus títulos eram extremamente diversificados, mas com público quase inexistente no ocidente.

Nossa missão de hoje é investigar esse passado e mostrar que o estúdio que adora torturar os jogadores já tinha um currículo de respeito muito antes de ficar famosa.

15 anos depois

Antes de mais nada, saiba que em breve você vai poder reviver um pouco desse passado "perdido" da From. Em 6 de agosto chega "Metal Wolf Chaos XD" (Xbox One, PS4 e PC), 15 anos após seu lançamento no Japão, e pela primeira vez no ocidente.

Um relançamento bizarro assim só poderia ter surgido de uma parceria inesperada: estamos falando da distribuidora indie Devolver Digital e a From Software. E pensar que tudo surgiu da troca de Tweets.

Masanori Takeuchi, produtor de "Metal Wolf Chaos" e de tantos outros, como "Otogi" e "Enchanted Arms", e o atual CEO da empresa, Hidetaka Miyazaki, criador de "Dark Souls", hoje são figuras celebradas, rockstars dos games. Mas tudo era diferente há 15, 20 anos. E como mantemos a filosofia do "relembrar é viver", separamos alguns jogos para comemorar a chegada de "Metal Wolf Chaos" e apontar o quão versátil a desenvolvedora sediada em Tóquio sempre foi.

ARMORED CORE 4

Lançamento: 2006 (Xbox 360, PS3)

Armored Core 4 - Reprodução - Reprodução
Mecha: uma religião
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A maior das franquias da FromSoftware (são, ao todo, 15 jogos lançados, entre spin-offs e remasterizações, e cruzando por diversas plataformas, com gênese no primeiro PlayStation) é também onde Miyazaki começou sua carreira como game designer. É altamente discutível qual o melhor da série ou qual o ideal para se iniciar, mas o pré-requisito é mesmo curtir jogos de ação em 3D com robôs, muita destruição e personalização. "Armored Core 4" foi o escolhido pois marca a estreia de Miyazaki na direção.

KUON

Lançamento: 2004 (PS2)

Kuon - Reprodução - Reprodução
Kuon pegou carona na explosão do horror oriental no ocidente
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Japão feudal, folclore e criaturas mitológicos compõem o cenário de "Kuon", terror de PS2 que acabou se tornando uma relíquia aos colecionadores, sendo dos jogos mais caros para o console devido à baixa tiragem de cópias na época do lançamento. "Kuon" pegou carona na explosão do horror oriental no ocidente pós O Chamado, lá pelos idos dos anos 2000. São três protagonistas, ou seja, três perspectivas distintas das maldições que assolam um feudo em Quioto. Descobrir o significado do próprio nome do jogo, que nada mais é que um ritual profano onde cadáveres são postos juntos num casulo, já é motivo para causar alguns pesadelos.

SHADOW TOWER

Lançamento: 1998 (PS)

Shadow Tower - Divulgação - Divulgação
Shadow Tower era um RPG estranho, sem níveis de evolução
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Quando "Shadow Tower" chegou ao primeiro PlayStation, em 1998, "King's Field" já era franquia consolidada. Considerado um spin-off com temática mais soturna e macabra, o dungeon crawler manteve diversas características de seu primo distante, como a perspectiva em primeira pessoa e a alta dificuldade. "Shadow Tower" tinha características bizarras para um RPG até mesmo para a época, como a total ausência de nível de evolução e música (!).

KING'S FIELD IV

Lançamento: 2002 (PS2)

King's Field IV - Reprodução - Reprodução
A perspectiva em primeira pessoa num mundo totalmente em 3D foi revolucionário para os RPGs da época
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Há quem diga que "King's Field" é o irmão bastardo de "Demon's Souls", e só quem encarou essa, que é das franquias mais difíceis dos videogames, pode confirmar. Foi o primogênito da FromSoftware e um dos primeiros jogos a chegar ao PlayStation. A perspectiva em primeira pessoa num mundo totalmente em 3D foi revolucionária para os RPGs da época, isso quando ainda nem existia alavanca analógica - era tudo na base do d-pad! A quarta iteração é também a mais refinada, mais convidativa da franquia. Ou seja, um bom ponto de partida para quem quer conhecê-la.

ECHO NIGHT: BEYOND

Lançamento: 2004 (PS2)

Echo Night: Beyond - Reprodução - Reprodução
Fantasmas espaciais sabem das coisas
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Outra franquia muito querida por fãs das antigas da FromSoftware é "Echo Night". Os cenários dos jogos vão de extremos: de transatlânticos a estações espaciais. O ponto em comum é a presença de almas atormentadas, ainda com pendências neste plano terreno. Normalmente, seu objetivo é exorcizar tais fantasmas, seja encontrando itens, realizando feitos ou resolvendo quebra-cabeças. "Beyond" ("Nebula", no Japão), o último lançado, toma forma na lua, com direito a casamento espacial, traje de astronauta e outras peculiaridades, como morrer de susto com a presença de uma alma penada.

NINJA BLADE

Lançamento: 2009 (Xbox 360, PC)

Ninja Blade - Divulgação - Divulgação
Ninja Blade segue o estilo de jogos como Devil May Cry, mas com bastante ênfase no aspecto cinematográfico
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A parceria Microsoft + FromSoftware rendeu uma pérola dos jogos de ação hack 'n slash: "Ninja Blade". Os cenários urbanos de Tóquio foram alvo fácil para uma espécie de parasita demoníaco, que domina o lugar e seus habitantes. Cabe a Ken Ogawa salvar o dia. "Ninja Blade" segue no mesmo estilo de jogos como "Devil May Cry" e "Ninja Gaiden", só que com bastante ênfase no aspecto cinematográfico ou, em outras palavras, Quick Time Events. Exterminar pragas colossais com um desses era puro êxtase ninjutsu - TODOME!

OTOGI: MYTH OF DEMON

Lançamento: 2002 (Xbox)

Otogi - Reprodução - Reprodução
Demônios gigantes voadores, ou "só mais uma terça-feira"
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"Otogi: Myth of Demons" e sua continuação, "Immortal Warriors", são duas relíquias do primeiro Xbox, e também representantes do gênero hack and slash. Encarar a jornada sombria e fantástica de Raikoh Minamoto com toda bagagem pós-Demon's Souls nos faz pensar o quanto esses jogos estão, de fato, interligados, o quanto serviram de inspiração ao futuro. Para a época e até aos padrões de hoje, "Otogi" trouxe uma quantidade ridícula de armas para usar, estágios para vencer e demônios para trucidar. É mais um desses que se tornou artigo de colecionador e, infelizmente, não foi contemplado na retrocompatibilidade do Xbox One.