Campeão por acaso: o brasileiro que levou o Mundial de Teamfight Tactics
Resumo da notícia
- Juan "JSchritte" Freitas estava treinando o brasileiro "Yoda"; na última hora, conseguiu ingresso e passou pelas qualificatórias
- Ele se tornou o primeiro campeão mundial de "Teamfight Tactics", jogo de ação em tabuleiro baseado em League of Legends
- Na rotina de treino: jogos de reflexo, memória e resolução de problemas
Não era para Juan "JSchritte" Freitas ter sido o primeiro campeão mundial de "Teamfight Tactics", o jogo de combate em forma de tabuleiro baseado em "League of Legends". Mas lá estava ele no palco da TwitchCon 2019, em San Diego (Califórnia), com a medalha, US$ 16.000 em premiação e uma expressão ainda meio confusa. A ficha ainda não tinha caído.
Dois dias antes do torneio, o brasileiro não era um dos classificados e nem tinha ingresso para o evento. Ele contou com a sorte e a ajuda de figuras como o streamer e jogador profissional Felipe "Yoda" Noronha para escrever seu nome na história. Em conversa com o START, JSchritte, ou Juditi, como é mais conhecido na cena competitiva, falou dessa história improvável.
Campeão por acaso
O Twitch Rivals de "Teamfight Tactics" (TFT) foi o primeiro torneio global do jogo lançado em junho. Ele reuniu 32 competidores na fase final durante a TwitchCon 2019, que aconteceu em San Diego, Califórnia, entre 26 e 29 de setembro.
Desses participantes, havia 8 streamers que garantiram vaga em qualificatórias online, 12 convidados conhecidos da comunidade e 12 jogadores que vieram de uma qualificatória aberta, realizada presencialmente no mesmo dia do evento. Foi nessa última oportunidade que o brasileiro conseguiu entrar na competição.
Essa tentativa, porém, parecia um sonho distante, já que JSchritte nem tinha entrada para a TwitchCon, e todos os ingressos estavam esgotados. Foi aí que o pro-player e streamer Felipe "Yoda" Noronha entrou na história para dar uma nova esperança àquele que viria ser o primeiro campeão mundial de TFT.
"Eu acabei comentando de forma irônica que, se ele (Yoda) me arrumasse um ingresso para o evento, eu iria jogar as qualificatórias", disse JSchritte ao START. "Ele topou a ideia e, a partir daí, começou a correria para planejar onde eu iria ficar e comprar a passagem".
O próprio fato de Yoda participar do torneio era algo que não que estava nos planos originais, já que ele foi para substituir Rafael "Rakin" Knittel, que havia se classificado na qualificatória online no mês anterior, mas não poderia mais comparecer.
JSchritte diz que foi por essas mudanças que ele estava em contato com Yoda. Por ser um pro-player dedicado ao auto-battler e jogando pela Cloud9, ele acabou se apresentando para ser o treinador do Yoda em TFT.
"O Yoda postou no Twitter que precisava de uma ajuda para se preparar para o evento e eu falei que estava à disposição. Ele acabou topando a ideia de eu ser o coach dele".
O Yoda era o único brasileiro que iria jogar (o mundial) e eu queria muito que ele estivesse bem preparado para representar nossa região
Ele teve cerca de uma semana para preparar o jogador de LoL e não fazer feio no mundial. E conseguiu. Yoda até se saiu bem nas primeiras partidas, mas não seguiu adiante para as finais, enquanto Judite foi de coach a campeão mundial de TFT. É essa sequência de eventos improváveis que faz a conquista de JSchritte ser ainda mais especial, e mostra que até os campeões precisam de um tanto de sorte.
Aposentadoria e retorno
A história de JSchritte nos eSports, porém, vem antes de TFT existir. Ele começou a competir em 2015 jogando "Heroes of the Storm", a tentativa da Blizzard de entrar no mundo dos MOBAs.
JSchritte era um dos principais nomes do cenário brasileiro. Jogando por equipes como CNB e Red Canids, ele venceu três vezes a Copa América da modalidade. Porém, a Blizzard decidiu encerrar o cenário competitivo de HotS em 2018, forçando uma aposentadoria e um período de incertezas para o brasileiro, que já tinha se mudado para os EUA para melhorar profissionalmente.
Acabei migrando para outros jogos. Logo em seguida ao término de HotS eu fui pro Dota 2 e, assim que soube do lançamento de TFT, resolvi começar a jogar
Ele, que só tinha jogado "League of Legends" por dois meses quando o MOBA da Riot Games ainda era uma novidade no Brasil, viu-se cada vez mais dentro de TFT, ignorando até mesmo o concorrente "Dota Underlords".
No começo de agosto, veio a nova oportunidade para o brasileiro, e ele foi contratado pela organização Cloud9 para jogar TFT. Logo após o anúncio, ele desabafou nas redes sociais.
Desde então, ele vem se dedicando cada vez mais ao jogo, com uma rotina de treino de mais de 14 horas diariamente.
"Eu jogo em torno de 30 minutos por dia alguns jogos de reflexo, resolução de problemas, memória, velocidade etc . Depois, normalmente jogo em torno de 6 a 10 horas de TFT e, depois, mais 2 a 4 horas de estudo sobre jogo: vendo Reddit e stream de outros jogadores".
Por isso que, além de contar com a sorte, ele também estava com a gameplay em dia e, mesmo não sabendo se iria participar do mundial, já estava preparado.
Em "Teamfight Tactics", o jogador monta um tabuleiro com personagens de League of Legends, levando em consideração tipos de ataque, habilidades e itens de cada um, e depois "assiste" enquanto suas peças enfrentam exércitos inimigos. O gênero "auto-battler" ficou popular em 2019, com a explosão de "Auto Chess", baseado em "Dota 2". Na sequência surgiram "Dota Underlords" e "Teamfight Tactics".
Existem muitos jogadores bons atualmente que ainda não tiveram a oportunidade de mostrar seu potencial e estão só esperando a primeira oportunidade
Ganhar o mundial foi tudo o que JSchritte precisava para saber que TFT é seu futuro agora. A Riot já revelou que um cenário competitivo oficial do modo será criado em 2020, mas será que o brasileiro não tem medo que aconteça com TFT a mesma coisa que HotS?
"Eu não estou muito preocupado com isso, sabemos que uma coisa que a Riot faz muito bem é criar um cenário competitivo sólido", responde.
Até lá, ele continua treinando nos EUA, para ficar mais próximo tanto da organização Cloud9 quanto de um cenário provavelmente mais competitivo quando o cenário se estabelecer.
"Tenho que me manter treinando o máximo possível e me dedicando para os futuros campeonato", finaliza o campeão mundial de TFT.
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