CS:GO: Argentino meyern fala sobre entrada na MiBR, "um sonho conquistado"
Quando Ignacio "meyern" Meyer, recém-contratado pela Made in Brazil (MiBR), começou a jogar Counter-Strike: Global Offensive (CS:GO), o time brasileiro estava no topo do cenário competitivo internacional. Hoje, em uma fase de baixa da equipe, o argentino se vê ao lado dos pro-players que acompanhava pela internet e tinha como ídolos, em uma reviravolta surpreendente na ainda curta carreira do jogador, de apenas 17 anos.
Meyern conversou com o START durante um encontro entre jogadores e torcedores promovido pela MiBR em São Paulo, no último domingo (5). Ele manja de português e fala pausadamente, buscando as palavras certas no nosso idioma para se expressar melhor. E faz isso muito bem, inclusive usando gírias brasileiras, como "tá ligado", "da hora" e "mano".
O argentino, nascido em Santa Fé, conta que começou a aprender português jogando com brasileiros pela internet desde 2016. "Eu sou uma pessoa que quer sempre aprender, escutar e perguntar", comenta, antes de fazer paralelo com o jogo. "No CS eu acho que melhorei muito assim", afirma.
Rápida ascensão
Logo em 2017, meyern iniciou a carreira ao entrar para a Furious Gaming. Depois, passou por Isurus Gaming e Sharks Esports, chamando a atenção do treinador da mibr, Wilton "zews" Prado, o responsável por sugerir a contratação de argentino.
O convite para fazer parte da equipe brasileira ocorreu pessoalmente durante as finais da 8ª temporada da Esports Championship Series (ECS), em Arlington, nos Estados Unidos.
Eu estava com a Sharks e chegou uma mensagem: vem para tal lugar. Fui e começamos a conversar. Eu estava nervoso porque não pensava que iria acontecer uma coisa assim neste momento. Virou tudo para mim e estou muito feliz por isso.
Meyern, sobre o contato inesperado do time brasileiro
Meyern entrou para substituir Lucas "Lucas1" Teles, que havia sido contratado pela MiBR menos de seis meses atrás.
O jovem entende que trata-se de uma chance de ouro na carreira e quer aproveitá-la da melhor maneira possível. "É uma coisa incrível que aconteceu na minha vida. É uma oportunidade que poucas vezes a vida dá, a poucas pessoas no mundo", comemora.
Estreia ruim e críticas prováveis
O argentino estreou no time brasileiro durante cs_summit 5, ainda na temporada 2019, em dezembro. Apesar da última colocação dentre as seis equipes participantes, após três empates e duas derrotas, o ele acredita que o time jogou bem, considerando os poucos dias de treinamento antes da competição.
"Nós achamos um estilo de jogo para esses dias, tivemos muito pouco tempo. Eu gostei de jogar com eles, enfrentamos equipes muito boas, não dá para fazer milagre às vezes, mas confiamos no nosso treino de poucos dias. Foi uma experiência muito da hora", analisa meyern.
Ele sabe que irá encarar uma torcida implacável, crítica e exigente. Porém, assegura estar preparado. "É uma coisa com a qual você tem de lidar. Em todo esporte tem isso", conta.
De fã a companheiro de time
Nessa empreitada, meyern contará com a ajuda dos superexperientes companheiros de equipe, os quais o argentino costumava assistir no início da carreira. Nos anos de 2016 e 2017, primeiro como Luminosity Gaming e SK Gaming, a equipe brasileira estava no topo do cenário competitivo e chegou a ser considerada a melhor do mundo, com diversos títulos conquistados, inclusive dois mundiais.
"Quando eu comecei a jogar CS:GO, eu assistia a eles. Eram um exemplo para mim, eu era fã", conta meyern, com sorriso no rosto, acrescentando que, se estivesse em São Paulo em um evento com torcedores do tipo do que ocorreu no último domingo, certamente compareceria para encontrar os jogadores da MiBR.
O argentino admite que ainda está tentando assimilar o momento especial que vive. De torcedor, passou a companheiro de astros do CS:GO mundial.
Conquista de uma região
Ele entende, contudo, que sua entrada para a MiBR possui simbolismo ainda maior. Não é só uma reviravolta surpreendente de sua carreira, mas também uma conquista para a Argentina e a América Latina. O clube brasileiro já teve estrangeiros no elenco, mas norte-americanos, nunca latinos.
No meu país tem muita gente que joga. O cenário é humilde, mas tem muitos times e campeonatos rolando sempre. Por isso, estou sentindo que é um progresso para o nosso cenário eu estar aqui. É um prazer ser um exemplo para o meu país. Ser um argentino em uma equipe como esta é uma conquista para nós, não só para o nosso país, mas também para a região inteira
O hermano, Ignacio "meyern" Meyer, fala sobre sua pátria
Ele acredita que sua presença na MiBR pode, inclusive, impulsionar o desenvolvimento do CS:GO na América Latina: "Juntar os países é uma coisa que eu sempre achei muito boa, porque estamos unindo forças. É um começo de uma nova etapa do CS na nossa região", afirma o jogador argentino.
Meyern e os colegas de MiBR já estão em Los Angeles, nos Estados Unidos, para iniciar os treinamentos para os torneios de 2020, em busca de uma retomada. O time brasileiro, que costumava competir por títulos em muitas competições, teve uma temporada 2019 ruim, de eliminações precoces, polêmicas e trocas no elenco. Com o argentino promissor, a esperança é que a bandeira verde e amarela volte a aparecer no topo do pódio, agora ao lado do azul e branco.
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