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OPINIÃO

Disintegration: shooter mostra mais problemas que acertos em teste beta

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Daniel Esdras

Do GameHall

04/02/2020 04h00

O estúdio por trás de Disintegration é a Private Division, que conta com gente graúda da indústria como Marcus Lehto, cocriador de Halo. O cara tem nada mais nada menos que suas iniciais no calçado do Master Chief, personagem que idealizou como diretor criativo da antiga Bungie. Além dele estão vários veteranos que trabalharam em SOCOM, jogo famoso de combate tático da era do PlayStation 2.

Disintegration foi apresentado nos grandes eventos do mundo gamer no ano de 2019. Anunciado na E3, o jogo recebeu um trailer bem mais convincente no The Game Awards, meses mais tarde. A proposta é bem diferente do convencional e mistura o que conhecemos de clássico do gênero de tiro em primeira pessoa com elementos de gerenciamento de unidades em campo, tal qual em um jogo de estratégia em tempo real.

No último dia 28 de janeiro rolou o Beta Técnico, que mostrou mais do que podemos esperar do modo multiplayer e dessa visão interessante para o gênero que anda tão carente de inovações. Jogamos os dois modos e mapas disponíveis no PS4 e te contamos agora o que teve de legal e o que não gostamos.

Jogabilidade inovadora

Disintegration 1 - Reprodução - Reprodução
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Durante o Beta Técnico, só foi possível testar o modo multiplayer. Já foi divulgado que "Disintegration" vai contar com uma campanha completa para um jogador, mas não veremos nada dela no momento, e outros detalhes só serão divulgados mais tarde.

Antes de a ação começar de verdade, é preciso participar de uma simulação que ensina os controles e a dinâmica de combate, tudo narrado e explicado por uma voz para lá de agradável ao fundo.

Logo nesses primeiros minutos foi possível ver como é diferente a pegada do jogo da Private Division. Enquanto você controla um veículo antigravitacional, é possível comandar uma pequena tropa pelo chão. Com os gatilhos esquerdos do controle é possível controlar a altura do veículo, com os gatilhos direitos atirar e definir a posição da tropa.

Cada unidade que você comanda no chão tem o seu próprio ataque especial, que pode ser selecionado com o D-Pad e então disparado com o botão de atirar. Nos outros botões convencionais ficam opções como um "Scan" para analisar o campo de batalha em busca de recursos e uma injeção de velocidade no seu veículo para escapar ou alcançar um inimigo.

Comandar as tropas serve para mais do que apenas combater outros inimigos no chão: elas conseguem trazer cura para a sua nave e executar ações diversas em campo, como carregar objetos e abrir portas. Tudo isso vai dar ao jogo uma dinâmica bem diferente do que estamos acostumados. Minha impressão é que irá funcionar maravilhosamente bem na campanha para um jogador, mas a experiência com o multiplayer foi um pouco frustrante.

Enquanto você controla um veículo antigravitacional, é possível comandar uma pequena tropa pelo chão. Com os gatilhos esquerdos do controle é possível controlar a altura do veículo, com os gatilhos direitos atirar e definir a posição da tropa.

Multiplayer morno

Disintegration 2 - Reprodução - Reprodução
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Após concluir o tutorial, você está livre para procurar partidas contra outros jogadores. Estão disponíveis dois mapas e dois modos, que são selecionados de forma aleatória após encontrar a partida. Isso foi uma opção para reduzir o tempo de procura, que está alto por se tratar de um beta fechado. Não foi confirmado se será igual no beta aberto que rola a partir do dia 31 de janeiro.

Os dois mapas são bem diferentes esteticamente: o primeiro se passa em uma área de metrópole, e o segundo em um lixão no deserto repleto de contêineres e tecnologias empilhadas. Já no design de nível, a pegada é bem parecida. Há vários corredores estreitos, onde é difícil se movimentar, e áreas mais abertas propícias ao combate.

O primeiro modo de jogo é o "Retrieval", em que um time possui uma carga e precisa entregá-la no lado oposto do mapa, passando pelo time adversário. O outro, mais comum, é o "Domination", onde há três áreas no mapa que podem ser dominadas pelos times até que o tempo acabe, e quem fizer mais pontos leva o round.

Para batalhar você pode escolher uma entre sete facções. Cada uma delas tem tropas terrestres diferentes, uma nave equipada com armas diferentes e toda uma dinâmica própria de combate, algumas mais táticas e outras mais focadas no dano puro.

Essa variedade foi a parte positiva da experiência, já que jogar com cada uma das facções é um desafio divertido e deixa a repetição menos cansativa. O design delas é bem caricato, uma facção é formada por cavaleiros templários, outra por palhaços que parecem ter saído de um filme do Coringa, e sinceramente não sei até que ponto isso vai agradar os jogadores. É possível editar algumas opções cosméticas, mas nada digno de nota: só troca de cores e um enfeite na sua nave.

Disintegration 3 - Reprodução - Reprodução
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Já a parte que não emplacou foi o combate. Longe de ser frenético e rápido como prometido pelos desenvolvedores, as naves são bem lentas e meio bobonas na movimentação. Com o bônus de velocidade, que você pode usar de vez em quando, algumas situações interessantes são criadas, mas bem longe da dinâmica de Titanfall por exemplo, que foi a comparação que muita gente fez ao ver as primeiras imagens de Disintegration.

Outro problema é em relação às tropas terrestres. No tutorial você tem a impressão de que elas serão exploradas ao máximo, com várias ações diferentes que não o combate, mas no multiplayer isso não existe. São pouquíssimos lugares para pegar cura ou interagir, e as tropas acabam sendo um problema para lidar enquanto se mira ou foca nas naves inimigas. Talvez tenha sido a adaptação do jogo para o controle, já que toda a proposta me pareceu ter um apelo muito maior para o uso do clássico mouse mais teclado. A verdade é que a jogatina não emplacou, e saí sem vontade de voltar.

Disintegration 4 - Reprodução - Reprodução
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Há ainda problemas graves de frames por segundo no PS4 base, que insistem em cair bastante nos combates e atrapalham muito a experiência. Há também alguns bugs de colisão, mas isso é esperado para um Beta e deve ser corrigido até o lançamento.

Se na teoria Disintegration parece um sopro de ar fresco para o gênero, na prática ele ainda vai precisar se provar. A campanha parece promissora e há o que explorar nessa mistura inusitada de RTS mais FPS, mas o multiplayer deixou a desejar e precisa de muito mais para se tornar um sucesso.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL