Não tem vez para Allejo ou Blanka. O personagem de videogame que melhor representa o Brasil é o Tcheco. O nome pode parecer estrangeiro, mas ele é uma cria 100% brasileira e já estrelou dois games: Tcheco no Castelo do Sarney, de 2015, e o recente Skatemasta Tcheco.
Com um skate nos pés e um jogo que poderia ser uma pérola do Phantom System (ou PolyStation), Tcheco é o verdadeiro "orgulho do Brasil". Se não acredita, provamos aqui porque Skatemasta Tcheco é o mais puro suco de cultura brasileira.
1 - O jogo é uma "gratificação instantânea de baixo custo"
O trailer de Skatemasta Tcheco é uma maravilha memética com selo brasileiro de produção. Além disso, ele passa muito bem o que é o jogo em menos de um minuto.
Skatemasta é um jogo simples de plataforma 2D e que funciona muito bem nessa simplicidade, divertindo logo de cara. Essa característica também mostra que ele é um jogo brasileiro feito para o público nacional, que está cansado de lançamentos de games acima de R$ 200. No Steam, o game custa maravilhosos R$ 2,99.
Por isso, Tcheco sabe que, às vezes, o que muitos jogadores querem é só relaxar com um joguinho que custe o mesmo que um cafezinho no boteco da esquina. Uma gratificação instantânea de baixo custo.
2 - Um dos chefões do game é a Sônica
Skatemasta Tcheco é estruturado em fases que podem ser concluídas em qualquer ordem. Uma delas é o "Parque da Sônica", que tem como chefe final o próprio amálgama da protagonista da Turma da Mônica com Sonic, o ouriço da Sega.
Sônica é dentuça e tem um tom verde amarelado. A mistura é bizarra, para dizer o mínimo, mas nada mais natural em um jogo do Tcheco.
O padrão de ataque da Sônica também é uma junção maluca da luta final do Bowser, de Super Mario World, com o Robotinick, de Sonic The Hedgedhog.
3 - Os reviews são um destaque à parte
Como toda obra cultural que se preze, Skatemasta Tcheco também passou pelo crivo do público. As análises disponíveis na página do jogo no Steam pegam bem o espírito zoeiro do game.
No meio de palavras-chave como "divertido", "controle preciso" e "fator replay" há também reflexões sobre a vida que poderiam ser uma letra da banda Charlie Brown Jr.
4 - A melhor tela de Game Over que você já viu
Perder faz parte da experiência de quem curte um jogo, e o famoso "game over" chega para todos. Skatemasta Tcheco, pelo menos, faz do fim algo também zoeiro com a sua tela de "gueime over"
Apesar de fúnebre, a cereja do bolo fica para o epitáfio no túmulo de Tcheco: "Nasceu nenê, morreu nenê".
A frase, segundo o que nos contou o criador Marcelo Barbosa, veio de arquivo de ideias "bobas" que ele tem guardado no computador e que se encaixou direitinho para a tela de game over.
5 - Um tratado sobre amizade
Brasileiro adora se zoar, mas também sabe ajudar os amigos na hora do perrengue. Por isso uma das mecânicas em Skatemasta é Tcheco receber uma ajuda nas lutas contra os chefes, caso o jogador tenha coletado todas as letras pela fase.
Essa ajuda vem de personagens de outros games indies, como a Mavra, de Blazing Chrome. Como o próprio criador do jogo, Marcelo Barbosa, contou em entrevista, isso aconteceu porque ele mesmo teve ajuda de muitos desenvolvedores brasileiros enquanto estava aprendendo a criar os jogos.
Os amigos de outros jogos ali presentes para mim representam a ajuda que tive (e sigo tendo) do pessoal envolvido nessa área
Marcelo Barbosa, criador de Skatemasta Tcheco
Caiu até uma lágrima aqui.
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