Já se vão aí quase 30 anos desde que o Sonic deu as caras nos videogames pela primeira vez, em 1991. Na época, a proposta do criador Yuji Naka era que o ouriço azul fosse uma versão descolada e radical do Mario. Aliás, boa parte do marketing dos produtos da Sega nessa gloriosa época da rixa com a Nintendo consistia em pintar esse verniz "edgy" em seus produtos. A Nintendo era para seus pais, a Sega era para seu tio solteiro que tinha um pinball na sala de estar.
A derrocada da Sega enterrou não apenas o Dreamcast, mas também toda uma inocência pré-32 bits que jamais voltaria. De repente, a Sony tinha desistido dos walkmans e estava fazendo videogames e Bill Gates tinha entrado no meio querendo uma fatia do bolo.
Se você tem filhos, eles vão gostar de Sonic. Se você é um adulto capaz de ver um filme para crianças sem reclamar que a cor do terceiro pelo da orelha esquerda do ouriço foi alterada em dois graus na escala Pantone, você vai curtir também.
Sonic não reagiu bem a esse crescimento forçado. Foi transformado em lobisomem, beijou uma humana na boca e ganhou vários coadjuvantes inúteis em uma série de jogos medíocres que permearam os anos 00. Para piorar, ficou brodinho do Mario, com quem foi bater 5 minutos de porrada sem perder a amizade em Smash Bros. O capitalismo engoliu o ouriço de Naka e cuspiu algo bem diferente.
A versão 2020 vista em Sonic - O Filme é, ao mesmo tempo, mais uma tentativa de atualizar o herói e mais uma concessão criativa em nome de tentar conquistar uma fatia diferente de mercado. Não que importe: o público-alvo real deste longa (crianças) não estava vivo para ver os dias de glória do Sonic e cresceu entendendo o personagem como um artefato menor dentro de um universo que já tinha seus protagonistas (Mario, Link, Pikachu, etc.).
A parte boa disso tudo é que tanto as expectativas quanto a ficha do personagem estão zeradas para o longa de Jeff Fowler. E não é que Sonic entrega bastante? O personagem agora é um ouriço alienígena criança que fugiu de seu planeta natal para a Terra porque era caçado devido a seus poderes. Após um prólogo que junta os melhores clichês do cinema infantil (orfandade, tutoria de um animal de outra espécie, tragédia traumática), o tempo pula e Sonic acaba se unindo ao xerife Tom Wachowski (James Marsden) quando um cientista do governo, Dr. Robotnik (Jim Carrey), descobre sua existência e passa a caçá-lo.
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Divulgação Um ponto forte de Sonic é que ele é um filme desavergonhadamente para crianças, sem remorso nenhum. Ainda bem. A última coisa de que precisávamos era outro Detetive Pikachu.
O Sonic infantilizado pode até incomodar quem sente saudade do velocista silencioso e blasé, mas o roteiro consegue trazer carisma ao personagem. A fuga de Sonic pelos EUA é, principalmente, uma desculpa para o personagem fazer piadas (algumas muito boas) e usar sua velocidade para zoar os outros ao mesmo tempo em que conhece o mundo.
A melhor coisa do longa é Jim Carrey como o maquiavélico Dr. Robotnik. Em um filme com um ouriço que fala, seria uma armadilha fácil usar o papel do vilão para satirizar o próprio universo e tentar ganhar a plateia adulta. Mas Carrey é cuidadoso a ponto de forçar a caricatura ao máximo sem nunca tornar o vilão autoconsciente de sua caricaturice. Um ponto forte de Sonic é que ele é um filme desavergonhadamente para crianças, sem remorso nenhum. Ainda bem. A última coisa de que precisávamos era outro Detetive Pikachu.
Se você tem filhos, eles vão gostar de Sonic. Se você é um adulto capaz de ver um filme para crianças sem reclamar que a cor do terceiro pelo da orelha esquerda do ouriço foi alterada em dois graus na escala Pantone, você vai curtir também.
Após muitas tentativas e erros com esse personagem, é legal ver uma que, dentro de sua proposta, ele se sai bastante bem. O hype de Sonic nunca será como era nos anos 90 e não precisa ser - tudo que a gente quer é um Sonic que funcione sem as muletas da Nintendo. Quem sabe assim, finalmente, ele volte a correr?
Muito além do Mega Drive! Veja 10 ótimos jogos do Sonic
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O primeiro trailer de "Sonic: O Filme" chegou nesta terça-feira (30), dividindo a opinião dos fãs. O live-action, que tem Jim Carrey no papel do vilão Dr. Robotnik, tem estreia marcada para novembro de 2019. Mas enquanto esperamos para ver se o filme é uma bomba ou não, que tal relembrar 10 excelentes games do ouriço supersônico?
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Sonic Mania Plus Lançado em 2017, "Sonic Mania" foi aclamado pelos fãs ao trazer de volta de forma criativa a jogabilidade 2D e o estilo visual original dos jogos consagrados no Mega Drive. Em 2018 ganhou uma edição melhorada, "Sonic Mania Plus", adicionando novos personagens e um modo de jogo inédito.
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Sonic 3 & Knuckles "Sonic The Hedgehog 3", lançado em 1994, já era um jogo fantástico por si só, mas quando conectado junto com o inovador "Sonic & Knuckles" (que permitia que outros jogos fossem fisicamente conectados a ele, criando novos recursos), ele se transformava em algo ainda melhor.
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Entre as opções liberadas, o jogador podia controlar Knuckles em "Sonic 3" ou coletar as Super Esmeraldas para liberar a transformação Hyper do ouriço e do equidna vermelho.
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Sonic CD Lançado em 1993 para o dispositivo Sega CD, quase um ano após "Sonic the Hedgehog 2", o aclamado game coloca Sonic viajando no tempo enquanto luta para salvar Amy Rose das garras do robô Metal Sonic (primeira aparição de ambos na série), a então criação do diabólico Dr. Robotnik. Um jogo imperdível, com uma excelente trilha sonora!
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Sonic the Hedgehog Lançado em 1991 para o Mega Drive, o jogo de estreia do nosso querido ouriço foi um sucesso instantâneo. Além dos belos visuais e trilha sonora, trazia um gameplay com velocidade alucinante, algo inédito nos videogames da época.
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Foi um dos grandes responsáveis pelo sucesso da Sega e do Mega Drive, especialmente nos Estados Unidos. Um jogo que marcou a história dos games.
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Sonic Adventure O histórico e revolucionário "Sonic Adventure" foi lançado originalmente para o Dreamcast em 1998 e marcou época por ser o primeiro game 3D da saga principal. Ele trazia novos visuais para os personagens e pela primeira vez vozes dubladas para os nossos heróis, além de uma trama surpreendentemente elaborada.
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Sonic Advance Em 2001 a Sega anunciou que deixaria de fabricar consoles para se dedicar ao desenvolvimento de jogos multiplataforma. "Sonic Advance" foi o primeiro game da franquia a ser lançado em um sistema da Nintendo. No caso, o simpático portátil Game Boy Advance.
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Sonic Advance Produzido pela Dimps em parceria com a Sonic Team, o jogo agradou bastante os fãs ao apresentar um gameplay semelhante aos clássicos do Mega Drive, mas com um visual renovado baseado em Sonic Adventure.
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Sonic Adventure 2 Em 2001 a Sega lançou "Sonic Adventure 2" no Dreamcast. Além de melhorar todos os aspectos do game anterior, ele trouxe também vários personagens novos para o universo do personagem, como Rouge the Bat e Shadow The Hedgehog. Foi o último jogo do ouriço para uma plataforma Sega, antes de entrar na era da multiplataforma.
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Sonic Colors "Sonic Colors" foi uma grata surpresa que chegou ao Wii (também tem versão no portátil Nintendo DS) em 2010. Ele tinha um bom gameplay 2D e 3D, e introduzia os seres chamados Wisps, que concedem novas habilidades aos heróis. Infelizemente, como ficou restrito a essas plataformas acabou não sendo tão conhecido.
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Sonic Generations Lançado em 2011, "Sonic Generations" celebrou o 20º aniversário do ouriço juntando as suas duas versões, o Sonic Clássico e o Sonic Moderno, em uma nova aventura nostálgica 2D e ao mesmo tempo tridimensional moderna. Um título imperdível para qualquer fã do azulão.
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All-Stars Racing Transformed Quem não tem um sistema da Nintendo para jogar "Mario Kart" pode recorrer ao divertidíssimo "Sonic & All-Stars Racing Transformed", game que segue a mesma linha da famosa série de corrida do bigodudo. Além de Sonic e sua turma, o jogo também conta com personagens de outras franquias da Sega, como Alex Kidd, Ulala, Nights, Joe Musashi, Giulius Thunderhead, entre outros.
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E vale lembrar que um novo game de corrida chamado "Team Sonic Racing" chega em breve para os consoles da atual geração.
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