Com Neymar na torcida, FURIA se expande e mira destaque internacional
Resumo da notícia
- Organização de eSports surgiu em 2017 e já tem times em 6 modalidades, incluindo Counter-Strike, LoL e Free Fire
- Neymar é torcedor fiel da equipe e amigo de Cris Guedes, um dos brasileiros por trás da FURIA
- Investimento inicial partiu de André Akkari, famoso jogador de pôquer brasileiro
- Time já tem escritório nos Estados Unidos e não descarta contratação de estrangeiros para ampliar a projeção internacional
A FURIA, equipe de eSports para qual o craque Neymar Jr. torce, se expandiu para além do Counter-Strike: Global Offensive (CS:GO) e quer muito mais. O clube brasileiro entrou recentemente para os cenários competitivos de League of Legends (LoL) e Free Fire, duas das modalidades mais populares do Brasil, e almeja se tornar uma marca internacional. Para isso, não descarta, inclusive, montar times com pro-players estrangeiros.
Fundada em agosto de 2017 por três empresários brasileiros, a FURIA começou no CS:GO, logo obteve bons resultados em competições pelo mundo e passou a apostar em outros jogos. Com menos de três anos de existência, a organização está hoje em seis modalidades, tendo 48 representantes. São mais de 15 funcionários e duas gaming offices (centros de treinamento), uma no Brasil e outra nos Estados Unidos.
A expansão é consequência do planejamento a longo prazo, dos estudos sobre cada modalidade e da busca por evolução, não necessariamente por resultados, segundo defendem os criadores do clube. A FURIA é capitaneada pelo famoso jogador de pôquer André Akkari, pelo empresário Jaime Pádua, com experiência no mercado financeiro, e pelo empreendedor Cris Guedes, parça de Neymar.
História de FURIA
O trio se uniu a partir da ideia do ex-jogador e hoje treinador Nicholas "guerri" Nogueira de criar uma equipe de CS:GO. Akkari tirou do próprio bolso o investimento inicial para abrir a organização.
A FURIA começou com uma gaming house na cobertura de um prédio em Uberlândia (MG), cidade onde Jaime morava, em setembro de 2017. Foi de lá que o time disputou os primeiros campeonatos online e classificatórios para competições presenciais.
No início de 2018, o elenco teve mudanças que seriam decisivas para o sucesso da equipe, como a entrada de Kaike "KSCERATO" Cerato e a transformação de guerri em treinador. No meio daquele ano, depois de conquistas e dominância no Brasil, o time decidiu que era hora de seguir os passos de outros representantes brasileiros e se mudar para os Estados Unidos, onde o nível de competitividade é maior.
Jogando no exterior, a FURIA passou a ter reconhecimento internacional e chegou a uma competição mundial em fevereiro de 2019, quando disputou a Intel Extreme Masters Season XIII - Katowice Major. O time ficou na 20ª/22ª colocação, dentre 24 participantes.
Conquistas no Counter-Strike
De janeiro a junho de 2019, a FURIA saltou da 49ª para a 5ª posição no ranking das melhores equipes do mundo do site especializado HLTV.org, superando, inclusive, a Made in Brazil (MiBR), considerada a principal potência brasileira no CS:GO. Hoje, a FURIA está na 18ª colocação, atrás da MiBR (15ª).
Em agosto de 2019, a equipe participou de outro campeonato mundial, o StarLadder Berlin Major, e também terminou em 20º/22º lugar.
Nas últimas duas temporadas, a FURIA conquistou dez títulos e boas colocações em outras competições, como o vice na Esports Championship Series (ECS) Season 7, no ano passado, e o 3º/4º lugar na DreamHack Masters Dallas 2019.
Ampliando os horizontes
Com o sucesso no CS:GO, a FURIA iniciou a expansão para outras modalidades de eSports. "Vimos que tínhamos oportunidade de expandir e queríamos replicar o modelo do CS:GO. Nossa companhia teria mais receita, abrangência e base de torcedores", explica Akkari.
O modelo ao qual o jogador de pôquer se refere é a estrutura oferecida aos contratados e a filosofia de trabalho voltada ao desenvolvimento. "Focamos em evolução ao invés de resultado. A maioria dos times são montados para serem campeões. Nós buscamos evolução diária. É fazer hoje o que você não conseguia ontem. Isso traz vitórias e títulos".
Se for entrar para uma modalidade, é para fazer um bom trabalho, com apoio e estrutura para os jogadores, e para compartilhar nossa cultura de evolução
Jaime Pádua, da FURIA
Akkari acredita que tal filosofia é o segredo para o sucesso da FURIA. "Porque a derrota não dói tanto", argumenta. "Você fica mais preocupado em extrair coisas positivas e não há uma cobrança de cima para baixo, desconsiderando o esforço. Existe uma cobrança se a pessoa não se esforça. Somos muito firmes nesta questão de evolução. É o melhor sistema para quem é atleta trabalhar".
Segundo Jaime, a entrada para cada modalidade é muito bem estudada a partir de dados e discussões internas sobre os games. Fatores como a participação da desenvolvedora no cenário do jogo, a competitividade, a audiência dos torneios e a estrutura das equipes são levados em conta. "Se for entrar para uma modalidade, é para fazer um bom trabalho, com apoio e estrutura para os jogadores, e para compartilhar nossa cultura de evolução".
Equipes da FURIA:
- Counter-Strike: desde setembro de 2017
- Counter-Strike (time de base): desde outubro de 2017
- PUBG: desde fevereiro de 2018
- DotA 2: desde junho de 2019
- Fortnite: desde julho de 2019
- League of Legends: desde dezembro de 2019
- Free Fire: desde dezembro de 2019
- Counter-Strike (feminino): desde janeiro de 2020
A FURIA é pop
Depois de passar a temporada 2018 sem praticamente nenhuma novidade, com exceção da entrada para o PUBG, a FURIA começou a se expandir em junho do ano passado, com a contratação de uma equipe de DotA 2. Depois, no mês seguinte, veio o Fortnite.
Em dezembro, o clube entrou para o League of Legends e o Free Fire, duas das modalidades de eSports mais populares do Brasil.
No LoL, apesar de rumores antigos de que iniciaria no cenário competitivo pelo Circuito Desafiante, o torneio da 2ª divisão, a organização aportou direto na elite, no Campeonato Brasileiro (CBLoL), ao adquirir a equipe Uppercut.
No Free Fire, a FURIA contratou o time RyZe xCry, que disputou as finais da 3ª temporada da Pro League, em 2019.
"Foi uma questão estratégica, de diversificação, de estar em modalidades que ainda não se conectavam com nossa base [de torcedores]. LoL e Free Fire têm públicos diferentes do CS:GO, além de serem jogos com torneios e estrutura", detalha Jaime.
Conforme aponta Akkari, a expansão tornou-se possível por conta da maior maturidade do clube e das oportunidades que combinaram com os objetivos da organização neste momento.
Fora dos palcos virtuais, aliás, a FURIA também tem crescido. Um exemplo é o patrocínio da Nike, anunciado em julho de 2019. Foi o primeiro clube de eSports do mundo a contar com apoio da fabricante de materiais esportivos, que depois passou a patrocinar outras equipes, como a sul-coreana T1 e a europeia Giants Gaming.
Um torcedor ilustre
Para a construção de sua imagem, a FURIA conta com uma vitrine de peso: o craque Neymar Jr. costuma acompanhar as partidas da equipe de CS:GO do clube e publicar mensagens de apoio nas redes sociais. Ele é amigo de Cris Guedes, coproprietário da organização e que atua como relações públicas, fazendo a ponte entre a empresa e o mundo corporativo.
Jaime e Akkari não escondem que a exposição internacional proporcionada por Neymar, amante de eSports e torcedor declarado da FURIA, ajuda na imagem do clube e na captação de patrocínios, como o da Nike.
"O Neymar é um grande amigo nosso e torce muito pela FURIA. Ele gosta de saber o que está acontecendo e vibra por nós. Sem dúvidas, a torcida dele faz a diferença no dia a dia, ajuda muito em termos de exposição. É muito benéfico. E nós nunca pedimos nada. É uma coisa espontânea", relata Jaime.
"Quando o Neymar posta que está torcendo por nós, é maravilhoso", comemora Akkari. "É muito bacana, é por carinho, é por amor".
Quando o Neymar posta que está torcendo por nós é maravilhoso. É muito bacana, é por carinho, é por amor
André Akkari, sobre o ilustre torcedor
Planos para o futuro
A FURIA cresceu exponencialmente em menos de três anos e quer ir ainda mais longe. O clube planeja entrar em outras modalidades e se consolidar como uma marca brasileira de relevância internacional. Há centros de treinamento, destinados às demais equipes da organização, sendo pensados e providenciados.
"O principal DNA da FURIA é ser uma organização brasileira com alcance global e nós temos que mostrar que é possível um clube que nasceu no Brasil brigar de igual para igual com grandes organizações do mundo", defende Jaime.
Akkari prevê que a FURIA possa se estabelecer em outros cenários, além do brasileiro e do norte-americano. "Nosso maior objetivo é que a FURIA seja um orgulho brasileiro espalhado pelo mundo", diz o coproprietário do clube. "Tomara que tenha FURIA na China, na Coreia do Sul, na Europa. Estamos levando isso para outro patamar".
Ele, inclusive, não descarta que a organização contrate equipes com pro-players de outros países para cumprir o plano de internacionalização. "Não há problema de ter equipes com estrangeiros. O orgulho vem da organização ter nascido no Brasil e ser genuinamente brasileira".
Por isso, os cabeças do clube prometem: mais dias de FURIA estão por vir.
SIGA O START NAS REDES SOCIAIS
Twitter: https://twitter.com/start_uol
Instagram: https://www.instagram.com/start_uol/
Facebook: https://www.facebook.com/startuol/
TikTok: http://vm.tiktok.com/Rqwe2g/
Twitch: https://www.twitch.tv/start_uol
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.