PS5 e Xbox Series X: O que esperamos da nova geração de videogames
PlayStation 5 e Xbox Series X chegam no final de 2020 e, além do hype típico que acompanha novos consoles, vem um caminhão de dúvidas. Isso porque ainda não sabemos quais as novidades que esses aparelhos trarão para nossa sagrada jogatina diária.
Se por um lado Sony e Microsoft revelam detalhes de suas novidades em doses homeopáticas, nós, jogadores, já temos uma listinha de demandas: se algumas delas já foram meio que confirmadas pelas duas fabricantes, outras ainda são bastante esperadas pela comunidade.
1 - RETROCOMPATIBILIDADE
Por que queremos?
Sabe aquele DVD do primeiro Xbox que você tem no armário ou, ainda, o jogo de PlayStation 3 que você comprou há alguns anos? Seria bem bacana poder aproveitá-los sem precisar comprar novamente, nem depender de adaptações e gambiarras.
Como é hoje?
Atualmente, PlayStation 4 e Xbox One seguem caminhos bem distintos nesse assunto. Vamos começar pelo lado ruim: a retrocompatibilidade praticamente inexiste no PlayStation 4, uma vez que não é possível jogar games que você comprou para os outros PlayStation no atual console. Em termos de games clássicos, a única forma de jogá-los é por meio do serviço de streaming PlayStation Now, indisponível no Brasil.
Já a Microsoft se saiu muito bem nesse quesito com o Xbox One. O console não só tem a funcionalidade de rodar games de Xbox e Xbox 360, como a lista de títulos compatíveis é bem legal:
Consoles retrocompatíveis não apenas beneficiam o consumidor - especialmente os que compram games em formato digital, prática cada vez mais comum -, como também é algo que tem um valor de preservação histórica, por facilitar o acesso a games clássicos e também evitar que eles acabem esquecidos.
O que esperar na next-gen?
Começando pelo Xbox Series X. Phil Spencer, chefe da divisão Xbox da Microsoft, confirmou que o novo console será compatível com todos os jogos de Xbox One já a partir do seu lançamento. E isso também vale para os jogos do primeiro Xbox e Xbox 360 já compatíveis com o One. O Series X, portanto, daria continuidade ao que vimos no atual console da Microsoft.
No lado do PlayStation 5, ao menos por ora, a situação é bem mais vaga. Apesar de a Sony ter confirmado a funcionalidade apenas em relação ao PS4, patentes registradas no Japão dão a entender que a empresa trabalha para fazer com que jogos desde o primeiro PlayStation funcionem no novo console.
2 - JOGOS EXCLUSIVOS
Por que queremos?
Ainda tem muita gente que escolhe o próximo videogame levando em consideração qual terá suas franquias favoritas. A tendência é que o fã de Halo queira se manter no ecossistema que tem jogos da série, e o mesmo vale para quem curte God of War. Além de ter nas séries clássicas um forte argumento de compra, consoles se beneficiam dos exclusivos de outras maneiras.
Uma delas é na hora de mostrar o seu poder, já que games do tipo costumam usar o melhor que cada máquina tem a oferecer. Ao mesmo tempo, apresentar franquias novas também abre a oportunidade de "converter" a base de fãs do console concorrente.
Como é hoje?
A biblioteca de exclusivos é um ponto no qual o Xbox One foi criticado durante boa parte de seu ciclo de vida - o próprio Phil Spencer afirmou em uma entrevista de 2018 que esse era um ponto no qual a Microsoft precisava avançar - e caminha para isso.
Nós nem vamos entrar em discussão se Forza é melhor do que Gran Turismo ou se God of War é mais divertido do que Gears of War, mas sim de variedade: a Microsoft passou muito tempo dependente do trio Forza-Halo-Gears e fez poucas incursões em outras franquias, como Killer Instinct.
Já o PlayStation 4 foi melhor nesse terreno. Contou com franquias novas, com destaques para Bloodborne, Marvel's Spider-Man e Horizon Zero Dawn, além de manter o ritmo com novos episódios de Uncharted, God of War e Gran Turismo. O final de vida do console ainda deverá contar com títulos de peso, como The Last of Us Part II e Ghost of Tsushima.
O que esperar na next-gen?
Esse é um ponto que gera mais expectativas do lado da Microsoft, que passou no mercado de venda de estúdios e voltou para casa com a cesta cheia: Ninja Theory (Hellblade Senua's Sacrifice), Obsidian (The Outer Worlds), Double Fine (Psychonauts), são alguns deles. Por outro lado, o conceito de exclusividade da empresa, ao menos em um primeiro momento, envolverá jogos cross-gen, isso é, que sairão para o Xbox Series X e também para o Xbox One. Em entrevista ao START em 2019, Phil Spencer prometeu "muitos jogos dos estúdios Microsoft" em 2020.
Já a Sony ainda deixa a sua rapadura bem guardada nesse ponto. Com exceção de Godfall, que apareceu meio que sem querer, nenhum nome de peso foi mencionado para chegar ao mercado junto com o console. No meio dessa escuridão, em um primeiro momento é mais seguro apostarmos nossas fichas em possíveis continuações de games já vistos nessa geração, como God of War e Horizon Zero Dawn, além das famosas remasterizações.
3 - SEM "LOADING"
Por que queremos?
A resposta curta seria: porque irrita. Ninguém gosta de ficar na frente da TV ou do monitor vendo uma tela de loading por vários segundos, às vezes até minutos, antes de começar a jogatina em si. Destiny 2, Pillars of Eternity 2, Control, Bloodborne. A lista de jogos que têm um tempo de carregamento maior do que deveria é gigante.
Como é hoje?
Hoje a situação varia. Enquanto os consoles "2.0" da geração, caso de PlayStation 4 Pro e Xbox One X, costumam se sair melhor nesse quesito, isso ainda depende bastante do game. Há soluções interessantes, como God of War, que usa transições de ambiente - as famosas frestas por onde Kratos e Atreus se espremem para passar - para carregar o próximo cenário, e Forza Horizon 4, que tem um carregamento inicial longo para, sem seguida, oferecer um mundo aberto mais dinâmico.
Uma solução para os videogames atuais é apostar em um SSD, que pode ser instalado tanto internamente - caso do PlayStation 4 -, quanto externamente, solução que vale para ambos os consoles. Neste caso, os tempos de carregamento diminuem consideravelmente.
O que esperar na next-gen?
Três letras: S, S e D. Tanto PlayStation 5 quanto Xbox Series X virão com SSD de fábrica, notícia que por si só é ótima - de maneira geral, mesmo os SSDs mais simples costumam ser mais velozes do que HDs.
A dúvida que fica é em relação ao espaço de armazenamento. Arrisco dizer que 1 TB, hoje em dia, é o mínimo necessário para evitar aquela rotina de ficar apagando e reinstalando games. Mesmo que a velocidade do SSD facilite parte da instalação, a conexão com a internet ainda é um fator limitante, especialmente no Brasil.
O lado bom é que, com o SSD, há a possibilidade de deixar os jogos menores. A explicação é que, para diminuir o tempo de carregamento em HD comum, muitos desenvolvedores duplicam os dados, de maneira que eles possam ser lidos de forma mais rápida. Com o SSD isso não será necessário, abrindo espaço para jogos mais econômicos em termos de megabits.
4 - RAY TRACING
Por que queremos?
Esse pode ser considerado o Santo Graal da atualidade quando falamos em técnicas de renderização - mais até do que o "4K 60fps". O ray tracing tem a ver com iluminação: os raios de luz do mundo real seguem um caminho que se origina na fonte de luz (o Sol ou uma lâmpada, por exemplo), atinge objetos e reflete em direção aos nossos olhos.
A questão é que simular o trajeto de todos esses raios de luz seria algo que exigiria um poder de processamento absurdo, então o que o ray tracing faz é usar algoritmos para simular apenas o trajeto dos raios de luz que, efetivamente, atingem "os olhos" da cena mostrada em um game, por exemplo.
Como resultado, temos cenas com iluminação muito mais realistas, o que representa um enorme salto em termos de qualidade visual.
Ray Tracing: os jogos que têm (ou terão) suporte à tecnologia
Como é hoje?
Quem quer experimentar as maravilhas do ray tracing hoje em dia só tem um caminho a seguir, que é jogar no PC. A empresa mais avançada nessa técnica é a NVIDIA, com as placas da série RTX. Spoiler: não sai barato.
O que esperar na next-gen?
Tanto Xbox Series X quanto PlayStation 5 contarão com a tecnologia via hardware dedicado - o que é ótimo, uma vez que não há a necessidade de "desviar" poder de processamento para isso. No caso do PS5 havia um rumor de que o console utilizaria alguma forma de simular esse efeito visual em vez de processá-lo de forma nativa em sua placa gráfica. Em uma entrevista ao site Wired, no entanto, o arquiteto de sistemas da Sony, Mark Cerny, negou esses boatos e confirmou que a placa de vídeo do console será, sim, responsável por processar o efeito.
5 - CROSSPLAY
Por que queremos?
Para jogar com os amigos online, hoje, você precisará ter o mesmo console que eles na maioria dos casos. Agora imagina só se você tem uma amiga ou um amigo que gosta de Halo e tem um Xbox, enquanto você gosta de God of War e optou por um PlayStation, mas ainda assim podem jogar, sei lá, um Call of Duty juntos, cada um no seu aparelho. Maneiro, né? Pois isso é o crossplay.
Como é hoje?
O crossplay hoje em dia não é algo que se vê em todo canto. A discussão em torno dessa possibilidade começou em 2016 e vem se estendendo a outros jogos - o caso de Fortnite, com a Sony resistindo até o último momento, foi emblemático. Microsoft e Nintendo, por sua vez, parecem mais alinhadas com isso, como vimos no caso de Minecraft.
O que esperar na next-gen?
Não há perspectiva de revolução nesse ponto, infelizmente. Espera-se que o crossplay seja discutido e viabilizado caso a caso. O lado bom é que há precedentes de que a funcionalidade é totalmente viável de ser implementada, sendo mais uma questão de vontade de desenvolvedores e fabricantes de consoles do que, propriamente, um desafio técnico.
6 - SERVIÇOS DE QUALIDADE
Por que queremos?
Vivemos, mais do que nunca, a era das assinaturas e, vamos combinar, é muito maneiro pagar um valor mensal e ter acesso a uma biblioteca de jogos, como acontece atualmente com o Xbox Game Pass. De lado das empresas, por sua vez, ter assinantes significa manter uma fonte contínua de arrecadação e ter um ambiente sempre de jogadores ativos.
Como é hoje?
Apesar de a EA ter sido uma das pioneiras nesse quesito com o EA Access, não há como negar que o Xbox Game Pass foi o que mais fez, e ainda faz, sucesso. O preço cheio do serviço é de R$ 39,99 por mês em sua versão Ultimate (que inclui também a Xbox Live Gold), o que dá quase R$ 480 ao ano. Para termos uma ideia, com essa mesma grana você não conseguiria comprar nem dois jogos AAA em preço de lançamento (R$ 250).
Já a Sony? Bem, a empresa é bastante conservadora nesse ponto e, em boa parte do mundo, o que resta é assinar a PlayStation Plus, receber seus jogos "grátis" no fim do mês e ter acesso à jogatina online. Tá certo que os jogos mensais da PS Plus têm sido bons nos últimos meses, mas, diante da concorrência, é pouco, muito pouco.
Também é bom lembrar que outras empresas seguiram o modelo da Microsoft, com a Uplay Plus, da Ubisoft, e a Apple Arcade, da Apple.
O que esperar na next-gen?
O Xbox Game Pass tende a continuar, no mínimo, como já é hoje - o que é ótimo, diga-se de passagem. Não seria surpresa, porém, a Microsoft tirar algum coelho da cartola.
O que resta à Sony e correr atrás. Um "PlayStation Game Pass" seria extremamente desejável e, arrisco dizer, essencial para a empresa caso ela tenha aspirações de manter o seu console na liderança do mercado.
7 - SEM "CONSOLES 2.0"
Por que queremos?
Imagine só: você junta seu suado dinheirinho, compra um console novo só para descobrir, três anos depois, que ele ganhará uma nova versão mais potente, porém mais cara. E que você, dali em diante, jogará sempre uma versão piorada dos games.
Como é hoje?
Se até a geração de PlayStation 3 e Xbox 360 o máximo que acontecia era o lançamento de versões mais compactas dos consoles ou com revisões de hardware, visando aumentar a durabilidade, com PlayStation 4 e Xbox One a coisa tomou um rumo diferente. A chegada de PlayStation 4 Pro e Xbox One X agradou apenas quem tinha uma (boa) grana extra sobrando.
O lançamento dos aparelhos era uma clara tentativa de manter as linhas de consoles atrativas diante dos PCs que, por concepção, são máquinas em constante evolução. Além de tentar seguir uma estratégia vista em outras áreas da tecnologia, como novas versões de smartphones que são lançadas no intervalo de um ano, por exemplo.
O que esperar na next-gen?
Por mais que eu queira ser otimista e falar que não veremos upgrades de "meia-vida" para PlayStation 5 e Xbox Series X, é bastante improvável que isso não aconteça. Ao menos por ora, essa é a única maneira de dar doses de poder no meio do ciclo de vida desses aparelhos e, com isso, manter a atratividade em termos técnicos diante de PCs que não param de evoluir.
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