Novo coronavírus muda a rotina das equipes de eSports no Brasil
Resumo da notícia
- Equipes estão orientando atletas, reforçando alimentação e analisando mudanças nos treinos
- Torneios presenciais de League of Legends e Counter-Strike permanecem inalterados em São Paulo
- Decisão de Free Fire está mantida, mas sem presença de jornalistas e com equipe reduzida
A preocupação com a disseminação do novo coronavírus chegou aos centros de treinamento das equipes de eSports do Brasil. Com a expansão da doença, clubes brasileiros mudaram rotinas e adotaram medidas extras de higiene. Já são mais de 98 casos confirmados e 1.485 suspeitos no País, a maioria deles em São Paulo, onde estão concentradas as principais atividades de eSports.
Nenhuma das organizações consultadas pelo START relatou a existência de suspeitas ou confirmações de infecção entre pro-players, técnicos ou membros da administração. Entretanto, precauções passaram a ser adotadas de maneira preventiva.
Em São Paulo, o Governo do Estado confirmou que a transmissão já passou a ser comunitária, quando não é mais possível identificar a origem das novas infecções, o que indica que o vírus começou a circular livremente. Inicialmente houve as contaminações importadas (de quem se infectou em outros países) e, depois, a transmissão local (de pessoa para pessoa dentro do território nacional).
O último boletim do Ministério da Saúde aponta 56 casos confirmados e 753 suspeitos no Estado de São Paulo.
O que os clubes estão fazendo
A Vivo Keyd diminuiu a interação entre os funcionários administrativos e os cyber-atletas, pois as equipes de administração e do clube "têm mais contato com o mundo externo", segundo o head de Comunicação e Marketing do clube, Wender Roberto.
Ele acrescenta que os pro-players devem usar álcool gel diariamente para higienizar as mãos, em horário de almoço, pré-início de treinos, intervalos e ao término do expediente, e manter uma boa alimentação.
O Flamengo Esports reduziu o número de pessoas que acompanham a equipe de League of Legends nos eventos e colocou cartazes explicativos sobre a doença no centro de treinamento. Frascos de álcool em gel estão disponíveis em todas as salas.
Entre outras medidas, a PRG Esports diminuiu a circulação de pessoas no gaming office. Há dois jogadores de Counter-Strike: Global Offensive (CS:GO) treinando das próprias casas, assim como os membros da equipe de Free Fire. Funcionários da administração estão trabalhando em regime de home office em mais dias da semana.
O time de Free Fire do Corinthians deixou de fazer ações externas não obrigatórias, orientou os cyber-atletas sobre os cuidados a serem tomados e decidiu liberá-los para casa após a conclusão da Liga Brasileira (LBFF).
A KaBuM informa que, seguindo as recomendações das autoridades de saúde, instruiu pro-players e outros trabalhadores do clube a lavar as mãos constantemente, evitar contato com pessoas com sintomas ou que estiveram em áreas de risco e não frequentar locais com aglomerações.
A paiN Gaming diz que mudanças na rotina de treinos "serão avaliadas nos próximos dias", mas que já adotou outras medidas preventivas. "Estamos disponibilizando álcool em gel, redobrando os cuidados com alimentação e reforçando os cuidados de higiene necessários para precaução diariamente", informa o clube, por meio de nota.
A Redemption se organiza para oferecer o máximo de serviços na casa da organização para que os jogadores não se exponham desnecessariamente. Álcool em gel e máscaras estão sendo providenciados.
"Outro ponto de foco tem sido a saúde dos atletas, para, caso o pior aconteça, eles estejam saudáveis e possam combater a doença de melhor forma. A alimentação está sendo ajustada, além de incentivos para rotinas mais saudáveis, como academia e exposição ao sol", detalha o diretor de eSports da Redemption, Vinicius Aguiar.
No centro de treinamento da Falkol eSports, as responsáveis pela limpeza têm especial atenção com locais comuns de toque, como maçanetas, torneiras, teclados, mouses e mesas, e redobram a higienização quando há visitas.
"A princípio as rotinas de treino não serão alteradas, mas está sendo implementado hoje um protocolo de atuação para casos de suspeita de contaminação. Estamos organizando uma palestra com infectologista para conversar com os colaboradores, com o objetivo de explicar o que é o vírus, tirar dúvidas e ensinar métodos preventivos", conta o dono da Falkol, Aristóteles Azevedo.
A INTZ declara estar seguindo as recomendações da Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI) e acompanhando com atenção possíveis novas instruções governamentais.
O START procurou ainda outras importantes organizações brasileiras, como FURIA, LOUD, RED Canids Kalunga e Team One, mas ainda não recebeu respostas.
Campeonatos presenciais mantidos
Ao contrário do que vem ocorrendo em outras partes do mundo, competições presenciais de eSports no Brasil continuam sendo realizadas.
Disputado em um estúdio em São Paulo semanalmente e sem torcida, o Campeonato Brasileiro de League of Legends (CBLoL) está mantido porque, conforme a Riot Games Brasil, o Governo do Estado não recomenda o cancelamento de eventos.
"A Riot Games no Brasil está tomando todas as medidas necessárias e reforçando a funcionários, parceiros e jogadores sobre a importância de continuar seguindo as diretrizes de prevenção do covid-19. Além de enfatizar nossos protocolos normais, estamos implementando medidas adicionais em diversas áreas da nossa operação e nos processos de trabalho de nossos times", explica a desenvolvedora, por meio de nota, sem detalhar quais são as precauções extras.
Já os jogos decisivos da LBFF serão realizados neste fim de semana sem a presença de jornalistas ou público, e com equipe reduzida.
A BBL informa que tem alterado processos durante a realização do campeonato de CS:GO CLUTCH, como restrição no número de pessoas presentes e aumento na conscientização sobre a higienização individual.
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