Às vezes, jogamos algo para imergirmos em histórias fascinantes e nos apaixonarmos por personagens, seja um Disco Elysium ou Kentucky Route Zero. Até então, jogar The Division 2 não envolvia nenhuma dessas características. O que o game tem de bom são as mecânicas de tiro e ambientação em cidades destruídas.
Só que algo mudou com a chegada de Warlords of New York, a nova expansão do game. O regresso para uma Nova York ainda mais destruída não dava dicas de que eu me importaria tanto por um canino, ao ponto de ele passar a ser a grande motivação para salvar a cidade.
Can You Pet the Dog?
Quem está por aí nas redes sociais pode ter deparado com a conta "Can You Pet the Dog" pela timeline, que tem a nobre função que catalogar todos os games em que é possível fazer carinho em cachorros e outros animais.
Desde então, esse simples detalhe passou a ganhar importância tremenda para muitos jogadores, eu incluso. Essa foi, inclusive, uma das decepções com The Division 2, já que o mundo aberto do jogo é povoado aqui e ali por alguns cachorros perdidos em meio ao caos, só que não é possível nenhum tipo de interação com eles.
Agora, Warlords of New York chegou com o intuito de ser o novo ponto de partida para o segundo ano do jogo, com um novo mapa, atividades, armas e com conteúdos adicionais chegando de temos em tempos para justificar o modelo de "jogo como serviço" em The Division 2.
Tudo isso, na real, era fachada.
Vida de Cão
A real intenção foi finalmente apresentar esse filhote de pastor de alemão, que balança o rabinho toda vez que o jogador aparece e que, finalmente, pode receber o carinho merecido.
O Dog não tem nome, mas conquista qualquer um logo de cara e é uma das primeiras coisas que conhecemos em Haven, a nova base de operações dos jogadores em Nova York. Os desenvolvedores da Massive Entertainment ainda tiveram o cuidado de criar animações variadas para cada interação com o pet: às vezes ele rola no chão, em outras ele dá a patinha ou pula pra chamar a atenção.
O que torna esse cachorrinho ainda mais especial é que só é possível interagir com ele em todo o jogo. Nova York está um mato, mas com cachorros, que continuam habitando as ruas abandonadas da cidade. Porém, assim como no jogo base, eles fogem ao se depararem com o jogador.
O máximo que acontece é um encontro aleatório, em que é possível testemunhar um dos sobreviventes tentando fazer amizade com um dos cachorros de rua. Só que o jogador mesmo não pode fazer nada com o dog depois.
Até mesmo em um dos esconderijos do game, que serve de abrigo de animais, com gatos, cachorros e coelhos, não é possível interagir com eles. O privilégio fica todo para o filhote de pastor alemão.
Jogar pra comprar a ração dele
O maior impacto na adição do dog de Haven é que ele deu uma motivação para além de só jogar The Division 2 por sua jogabilidade. Até porque, vamos ser sinceros, toda a narrativa e personagens humanos no jogo nunca foram o ponto forte.
Eles existem mais como uma desculpa para ter algo em que atirar numa metrópole em ruínas, falando no comunicador durante as missões, sem você saber quais dos dois ou três personagens principais que está falando no momento.
A cada nova missão cumprida, eu retornava a Haven só para saber como o estava o doguinho. Agora era por ele que meu agente saia às ruas para tentar salvar Nova York, completando atividades que já tinha enjoado no game base, mas que dariam melhores equipamentos e, assim deixaria aquela bola de pelos virtuais segura.
*A cópia do jogo, na versão de Xbox One, foi cedida pela Ubisoft Brasil.
Os Pets de The Division 2
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