Free Fire: Como evitar golpes e proteger sua conta
O Free Fire é um dos jogos mais populares do momento. O fenômeno do gênero Battle Royale foi o mais baixado em 2019 nos celulares, batendo outros nomes fortes como PUBG e Call of Duty. A fama do Frifas faz também com que os itens que ficam à venda na loja do jogo sejam extremamente cobiçados, assim como níveis e patentes altos causam admiração para quem começou a jogar recentemente.
Muitos jogadores também não se contentam em obter os itens que estão à venda no momento e buscam alternativas para possuir skins antigas e raras que apareceram no início do jogo, podendo assim demonstrar que estão por dentro das novidades e que possuem grana o suficiente para gastar. É um desfile de ostentação, imitando um pouco os jogadores profissionais e influencers, que são referência na comunidade do Free Fire.
Por conta dessa alta procura por contas que possuam itens caros, raros e níveis altos, começaram a surgir problemas sérios no jogo: roubo de contas, hacks, compras mal-sucedidas e muita enganação rolando solta por grupos no Facebook e WhatsApp.
O START passou algumas semanas em grupos dedicados ao Frifas, conheceu vítimas de golpes e conversou com a Garena para trazer dicas de como evitar perder sua conta —seja por roubos ou por quebrar os termos de uso.
Dica número 1: não seja banido
Nó já falamos disso antes, mas é bom relembrar: usar nomes ofensivos, explorar bugs e usar hacks são algumas atitudes que podem levar sua conta em Free Fire a ser banida. Então ande sempre na linha, e você não terá motivos para se preocupar.
Dica 2: nunca troque a sua conta
Kaique Ribeiro, morador de 24 anos da cidade de Mascote (Bahia), joga Frifas há pouco mais de dois anos e acabou sendo enganado. Kaique tinha uma conta com vários itens raros adquiridos ao longo do tempo, além das recompensas de todos os passes de batalha. Um dia, fez amizade com um jogador mais novo chamado Beto, com quem jogou junto por meses. Eles compartilhavam detalhes da vida pessoal e Beto contava sobre as dificuldades financeiras que enfrentava, e como o Free Fire o ajudava a esquecer um pouco dos problemas diários.
Depois de algum tempo, o jogador baiano decidiu presentear o amigo com algo que ele sabia que Beto desejava: uma conta "upada", cheia de coisas raras. A proposta para Beto foi simples: eles trocariam de contas, assim Kaique continuaria jogando na ex-conta do companheiro. Os dados foram trocados totalmente na base da confiança.
Alguns dias depois, Kaique quis a conta de volta para dar para um amigo que havia perdido seu acesso após ter sido hackeado. "Quando fui passar os dados, vi que o cara tinha trocado tudo, e-mail e senha. Fui falar com ele e ele me falou que não ia dar a conta de volta, que ele ia ficar com as duas. Ele saiu da guilda e me bloqueou e eu perdi o acesso à conta", relata Kaique.
Essas trocas de dados e empréstimo de contas geram diversas reclamações nos grupos dedicados ao Free Fire. No Facebook, são diversos anúncios de jogadores prometendo ajudar a subir de nível e patente, além dos que anunciam vendas. No WhatsApp as propagandas se repetem e fica evidente que a alta procura é o que leva tantos outros jogadores a se dedicarem exclusivamente a uparem contas para depois lucrarem com isso.
Os valores variam de acordo com a raridade dos itens encontrados nas contas. Uma que possua a calça angelical, um dos itens mais desejados na comunidade, além de outras skins incomuns, pode alcançar valores na faixa dos R$ 700. Essa quantia cobre os gastos que o primeiro dono teve e ainda sobra lucro para investir em uma próxima conta.
Lição 2: emprestar conta é correr um risco
A prática, bastante comum, também é responsável por criar disparidade entre os jogadores e incentivar ainda mais os roubos de contas. Para Julian Miranda, representante comercial de 26 anos e que joga Free Fire desde seu lançamento no Brasil, tudo isso "acaba atrapalhando muito aqueles que participam de forma correta e passam horas jogando para alcançar patente e nível alto."
Sabendo que muitos jogadores investem tempo e dinheiro em suas contas, os roubos também ficaram mais frequentes. Kaique também foi vítima disso, quando um colega pediu sua conta emprestada para ver como era jogar com itens raros e nunca mais devolveu. Ele perdeu o acesso aos dados do Free Fire e teve sua conta do Facebook, utilizada para login no jogo, bloqueada.
Semanas depois, Kaique foi contatado por uma jogadora - ela havia comprado a conta roubada, sem saber do golpe que ele havia sofrido. Ela percebeu que tinha algo errado quando foi alterar os dados de acesso e viu que o nome do vendedor não batia com o nome que constava nas informações de login do Facebook. Depois que ele explicou os acontecimentos pré-venda, a jogadora prontamente devolveu a conta ao seu dono original. Kaique ainda deu diamantes de presente como forma de agradecimento. "Agora eu não empresto conta para ninguém, porque já aconteceram dois casos comigo de roubo", afirma.
Lição 3: nunca forneça seus dados nem clique em links suspeitos
Mas não são só empréstimos que acabam se tornando uma grande dor de cabeça. Os anunciantes de vendas de contas costumam exigir dados pessoais dos jogadores, como número de CPF, nome completo e data de nascimento. Muitas vezes, a "oferta" vem acompanhada de um link que pede para o jogador inserir seu nome de usuário e senha: basta preencher para perder o acesso à sua conta em pouco tempo.
Também é comum encontrar quem só realiza a transição mediante pagamento antecipado, o que muitas vezes leva ao sumiço do vendedor e os compradores sem a grana e sem o acesso às contas.
Nos grupos mencionados também há dezenas de instruções para resgate de códigos, que frequentemente não levam a nada além de furto de informações pessoais dos jogadores. A busca pelos diamantes gratuitos e hacks de contas são assuntos de centenas de vídeos no Youtube, com promessas de dinheiro infinito no jogo, acesso a personagens sem necessidade de compra, entre outros "truques". Um dos vídeos que ensina a hackear tem mais de 500 mil visualizações, indicando o quão comum o golpe virou.
As orientações da Garena
A desenvolvedora do Free Fire recomenda que os jogadores nunca compartilhem suas contas uns com os outros, uma vez que elas são pessoais e não devem ser transferidas. Caso identifique a prática, a Garena se reserva no direito de tomar quaisquer medidas cabíveis em relação a essas contas.
Em outro contexto, até mesmo jogadores profissionais podem ser punidos: recentemente, a Garena aplicou suspensões a times e jogadores que não seguiram as regras.
Para evitar hacks e roubos das informações pessoais, a recomendação é que o jogador sempre vincule sua conta a um dos métodos de login oferecidos —dessa forma, a segurança fica mais elevada. Além disso, trocar as senhas do e-mail e sites vinculados com frequência é uma boa sugestão para driblar os hackers.
A Garena ainda orienta os jogadores a só utilizarem o aplicativo oficial do Free Fire e não apps de terceiros, que podem levar ao banimento da conta. VPNs também devem ser evitados, já que mesmo sem querer, o jogador pode acabar infringindo alguma regra e perder o acesso à sua conta.
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