Sobreviventes de Man of Medan, atenção: a Supermassive Games tem mais sustos preparados a cada esquina, virada de plano ou mudança de câmera. O horror interativo segue firme e forte com Little Hope, cumprindo a promessa feita ao final da jornada dos jovens incautos pela embarcação mal-assombrada SS Ourang Medan.
START teve acesso a uma apresentação do novo jogo, previsto para chegar ao Xbox One, PS4 e PC no terceiro trimestre de 2020. O diretor do projeto, Pete Samuels, desenrolou um pouco mais sobre trama e gameplay. De influências pontuais, como A Bruxa, de Robert Eggers, ao clássico de Arthur Miller, As Bruxas de Salém, até o prólogo do jogo em si, jogado pelo próprio Samuels, foi possível sentir o clima da coisa toda.
Nova Inglaterra, século XVII
Como todo segmento (ou quase) de uma boa antologia, os episódios são independentes e devidamente apresentados por um anfitrião. Pip Torrens volta mais uma vez como nosso Curador misterioso.
A cidade fictícia de Little Hope foi amplamente inspirada em Andover, vizinha de Salem, e no período histórico de 1692, quando uma extensa caça às bruxas aconteceu. A exemplo de outros trabalhos da Supermassive, como Until Dawn, Little Hope faz questão de pegar emprestado do clichê do grupo de adolescentes desafortunados por um destino imutável. Ou quase, afinal, é característica dos dramas interativos oferecer toda uma gama de ramificações e possibilidades narrativas.
Realidades colidem: o moderno e o antigo, de alguma (sobrenatural) forma se conectam, e mais que isso, pois há sósias existentes nas diferentes linhas temporais. Nos dias atuais, o ônibus que conduz o grupo numa viagem de estudos precisa desviar de sua rota. Evidentemente, uma garotinha no meio da estrada precede a catástrofe, com Little Hope bem no meio do caminho. Décadas antes, uma família disfuncional vê seu completo infortúnio. E como tudo isso estaria conectado à aldeia —e às bruxas— de uma Little Hope no longínquo século XVII?
Horror corporal, slasher, possessão demoníaca? A Supermassive tem em mãos um verdadeiro American Horror Story em formato de videogame
O jovem ator britânico Will Poulter, de filmes como Midsommar: O Mal Não Espera a Noite, ou do episódio Bandersnatch, de Black Mirror, faz parte do elenco, mantendo outra característica da desenvolvedora: a de trazer rostos conhecidos (ou nem tanto assim) ao seu elenco de personagens. Ou vítimas. Preciso mencionar a empolgação de Samuels com suas entidades sobrenaturais, inspiradas em nada menos que nos Cenobitas de Clive Barker.
Samuels faz questão de enfatizar o trabalho de sua equipe de artistas em recriar elementos históricos, de vestimentas a habitações. O próprio texto e narrativa incorporam perfeitamente tais elementos, numa ambientação invejável. Toda a apresentação do jogo é de se admirar, mais ainda quando levamos em consideração o curto período de desenvolvimento. São oito segmentos antecipados para a antologia —provavelmente teremos mais um trailer ao final de Little Hope, e qual será a temática abordada dessa vez? Horror corporal, slasher, possessão demoníaca? A Supermassive tem em mãos um verdadeiro American Horror Story em formato de videogame.
Novos dramas, velhas táticas
Little Hope parece mais aberto a exploração, menos claustrofóbico que os corredores apertados de Medan. Samuels mencionou a câmera mais livre, facilitando tal exploração. O quanto de liberdade teremos para investigar a cidade envolta numa espessa névoa, só saberemos mesmo ao jogar. Escolha de falas continuam divididas entre razão, emoção e total omissão, e nos vinte minutos de gameplay do keynote, aconteceu uma tomada de decisão bastante trágica. Quick time events serão mantidos, como apontou Samuels, só não tivemos mesmo nenhum exemplo nos vintes minutos de gameplay assistidos.
Outro elemento bastante elogiado e diferenciado de Man of Medan estará de volta em Little Hope: a possibilidade de se jogar com amigos. Do sofá, onde até cinco jogadores assumem papéis e passam o controle quando for chegado o momento do calvário de seu personagem, ou online, em até duas pessoas. Decisão acertada, o que nos faz pensar ser essa uma característica de toda a antologia.
Fundamentalmente, o jogo é o mesmo, mudando a temática, a carcaça. O que faz todo sentido, afinal, a proposta é mesmo abordar diversos subgêneros do terror. Nesse caso, o dito "folk horror", ou horror rural, folclórico, com raízes culturais e históricas. Há grandes representantes da vertente no cinema e literatura - Little Hope fará jus as suas próprias inspirações? Descobriremos muito em breve.
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