Até o começo de 2020, no meu gosto pessoal, não tinha quem tirasse o posto de melhor RPG da geração de Persona 5. Isso foi até a chegada de Persona 5: Royal, versão cheia de conteúdo adicional e melhorias.
O novo jogo é exclusivo para PlayStation 4, e traz consigo também algumas dúvidas: afinal, do que se trata esse sobrenome "Royal" que Persona 5 ganhou? O jogo realmente mudou muito? E, mais importante: será que estão cobrando preço de jogo cheio para algo que poderia ser, simplesmente, um DLC? Vem comigo que eu vou respondê-las uma a uma.
Versão definitiva
Persona 5 Royal segue uma tradição que a Atlus criou para a série desde Persona 3. O game, lançado em 2006 no Japão e 2007 nos EUA, ganharia um ano depois (2007 e 2008, respectivamente) a versão Persona 3 FES, com mudanças em sistemas de jogo e um novo epílogo. A tradição se repetiu com Persona 4 e a versão Golden para o portátil PSVita. Agora, é a vez de Persona 5 Royal.
Em relação ao original, Persona 5 Royal traz:
- novos personagens
- uma nova masmorra
- mudança em sistemas de jogo para tornar atividades paralelas e a navegação mais simples
- novos Personas, as entidades que você invoca para te ajudar em batalhas
- novos chefes
- novo desenvolvimento de história e personagens
- nova abordagem para os Mementos, a dungeon "infinita" do game.
É uma mudança profunda no game e que, grosso modo, o torna mais gostoso de jogar, simplificando ações, como o deslocamento por dungeons, e dando uma mãozinha com sugestões de quais atividades você pode fazer naquele momento. Assim, quem está jogando não fica perdido diante do enorme conteúdo que há no game.
Isso, por si só, já afasta a ideia de que Royal é um mero DLC de Persona 5 e acaba sendo um argumento para que ele seja vendido como um game à parte.
Vida paralela
O que não muda, no entanto, é que Persona 5 Royal continua sendo uma viagem para uma vida paralela. O protagonista, Joker, continua "mudo" e sendo um estudante em período probatório - ele foi processado após salvar uma mulher de ser abusada por um sujeito poderoso que acaba se prejudicando no processo - que é mandado para Tóquio, onde deve começar uma nova vida longe de confusões.
Na nova cidade ele descobre que tem o poder de entrar no Metaverse, uma realidade paralela que nasce dos desejos subconscientes das pessoas. Nela, ele e seus amigos atuam como um grupo de vigilantes chamados Phantom Thieves, cuja missão é usar essa realidade paralela para mudar a atitude de criminosos e fazer eles se arrependerem e confessarem seus crimes.
Nessa realidade paralela, os personagens podem usar a força de entidades chamadas Personas - que se baseiam em seres mitológicos, nomes famosos da literatura etc. O personagem principal pode usar diversos Personas diferentes, além de fundir os já adquiridos para formar novos ou sacrificá-los para fortalecer outros.
Não é preciso dizer que colecionar os Persona acaba sendo uma atividade paralela bastante divertida - e capaz de tomar horas e mais horas dos jogadores.
Fora das batalhas também há muito o que fazer, afinal Persona 5 Royal é praticamente um simulador de vida: o jogador vai à escola, por exemplo, e desenvolve laços de amizade com outros personagens, engatar um relacionamento ou se divertir em inúmeras atividades paralelas que, por tabela, ajudam a expandir a história do jogo.
O que é bom no original, ficou
E, por falar em narrativa, ela segue em linhas gerais o visto em Persona 5. É interessante notar como o jogo não se priva de abordar temas extremamente adultos e pesados - abusos psicológicos, por exemplo -, mas nunca de maneira desnecessária ou "barata". O desenvolvimento narrativo do jogo ocorre de maneira fluida, de maneira a manter a atenção do jogador - algo fundamental em um game que, facilmente, extrapola a centena de horas de jogo.
O melhor paralelo que posso fazer aqui é que ao terminar Persona 5 original, há quase três anos, me senti como se estivesse vendo o último episódio de uma série ou de um anime que acompanhei por anos. Você certamente vai gostar mais ou menos de algum personagem, mas todos eles te marcarão por algum motivo.
Essa sensação de continuidade também é vista nas questões técnicas. Persona 5 Royal mantém a excelente direção de arte de Persona 5, o que se traduz em um visual extremamente estiloso, tanto no jogo em si quanto até mesmo em menus.
Aqui, é interessante notar que houve melhorias gráficas tendo o PlayStation 4 Pro como alvo. E, claro, a trilha sonora não pode ficar de lado. A obra de arte de Shoji Meguro, uma mistura de acid jazz, fusion, pop e rock, está presente, com algumas adições e mudanças no estilo "qual música é usada onde" - ela, inclusive, é boa a ponto de merecer ser ouvida mesmo quando não se está jogando.
E para quem jogou Persona 5?
Se você, assim como eu, gastou centenas de horas em Persona 5, o que posso dizer é que encarar Persona 5 Royal se torna um agradável reencontro com personagens marcantes. Além disso, as novidades funcionam como um ótimo combustível para mais um viagem pelo mundo do game.
Já quem não pegou Persona 5 e está em dúvida se vale partir diretamente para Persona 5 Royal, a minha recomendação é: sim, vá direto para o game novo. Você não estará perdendo conteúdo ao fazer isso, pelo contrário: já vai curtir, de cara, a aventura mais completa e em uma versão do jogo que elimina (os já poucos) pontos negativos do original.
Mas vale o aviso: apesar de ser uma aventura fantástica, é preciso disposição para encarar o jogo e sua centena de horas. Além disso, a recomendação é estar com o inglês em dia: uma coisa que não mudou de Persona 5 para Persona 5 Royal é que o game não conta com qualquer tipo de localização para o português.
Lançamento: 31/03/2020
Plataformas: PlayStation 4
Preço sugerido: R$ 249,90
Classificação indicativa: 18 anos
Desenvolvimento: Atlus
Publicação: SEGA of America
Jogue Também: Final Fantasy VII Remake, Dragon Quest XI, Shin Megami Tensei
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