Dirge of Cerberus: sequência de Final Fantasy VII é o patinho feio da série
Demorou quase dez anos para que Final Fantasy VII ganhasse uma sequência nos videogames e ela não poderia ser mais diferente: Dirge of Cerberus é um jogo de ação e tiro, lançado para PS2 em 2006 e que até hoje é mal visto.
Sem ser um RPG "puro", protagonizado por Vincent Valentine, um personagem opcional do jogo original, Dirge of Cerberus é realmente algo inusitado para a série. Para entendê-lo melhor, precisamos analisar o contexto em que ele foi lançado.
Final Fantasy VII-2
Dirge of Cerberus faz parte do chamado Compilado de Final Fantasy VII, o universo expandido do RPG da Square Enix formado por games, livros e animações. Enquanto Crisis Core, o RPG de ação lançado para PSP, servia como prequela para o jogo original, Dirge of Cerberus é a obra mais avançada na cronologia, mostrando acontecimentos três anos depois do FF VII.
Na história, uma nova ameaça surge na forma de Deepground, o braço da Shinra existente para criar super-soldados geneticamente modificados. Vincent une forças com Reeve, outro que retorna de FF VII e agora é fundador da nova World Regenesis Organization, para conter seus avanços.
Em paralelo, a trama do jogo explora mais do passado de Vincent: seu amor pela cientista Lucrecia, seu confronto com o maligno cientista Hojo e um maior entendimento das monstruosidades existentes dentro dele, como Chaos e Galian Beast, as habilidades de limit break dele no RPG.
Seguindo as tendências
Dirge of Cerberus é a primeira (e, até o momento, única) empreitada de Final Fantasy no mundo dos hack'n slash. O game foi fruto da parceria da Square Enix com a Monolith Software, do ex-Squaresoft Tetsuya Takahashi (e criador de Xenogears e Xenosaga), e há um motivo bem claro para essa aposta da empresa no gênero.
Lá pela metade dos anos 2000, jogos de ação estavam em alta. Devil May Cry abriu a porta com os dois pés e de forma estilosíssima, seguido por Ninja Gaiden e God of War, todos de suma importância para um estilo de jogo em constante evolução.
Já a ação em Dirge of Cerberus misturava combate corpo-a-corpo e a distância, pois Vincent e sua arma Cerberus são inseparáveis, e era recheada de elementos de RPG, com direito a XP, Matérias e transformações inerentes aos Limit Breaks de Vincent. Tudo isso, quando somado, não agradou os críticos.
A famosa revista de games japonesa Famitsu avaliou a produção com um severo 28 de 40 (o sistema de análise da revista reúne quatro avaliadores, que dão nota de 0 a 10 cada um, por isso o máximo que um game recebe é a nota 40). Como comparação um tanto sarcástica, o recente Remake de FF VII levou 39, assim como Final Fantasy X.
Comparar Dirge of Cerberus a outros sucessos da época, como os já citados God of War, Ninja Gaiden e, em especial, Devil May Cry 3, foi inevitável, mas também um tanto desonesto. Em nenhum momento passado, o ex-Turk Vincent Valentine demonstrou qualquer tipo de capacidade sobre-humana a ponto de ser pareado a Kratos ou Dante. O jogo não é tão visceral, frenético ou complexo assim, e tudo bem.
Dirge of Cerberus não vai aparecer em nenhuma lista de melhores hack'n slash de sua geração, mas cumpriu seu papel de experimentar com gêneros estranhos a Final Fantasy
Servindo aos fãs
O público, por outro lado, fez sua parte: o jogo vendeu mais de um milhão de cópias nas primeiras semanas, somando Japão e ocidente, mostrando a força da marca e de seu sétimo capítulo em específico.
Até porque o esforço dos envolvidos em dar continuidade aos eventos de Final Fantasy VII é perceptível, com participações dos protagonistas Cloud, Tifa e Barret em cutscenes, além de revisitar lugares como Kalm Town e Nibelheim agora refeitas com a tecnologia gráfica da época. O fanservice se fez total nesse ponto.
Dirge of Cerberus não vai aparecer (assim como jamais apareceu) em nenhuma lista de melhores hack'n slash de sua geração, mas cumpriu seu papel de experimentar com gêneros estranhos a Final Fantasy, voltando seus holofotes a um personagem que, até então, não havia recebido o destaque merecido. Tem lugar cativo, ainda que um tanto monstruosamente exótico, no coração dos fãs mais fervorosos do universo de Final Fantasy VII.
SIGA O START NAS REDES SOCIAIS
Twitter: https://twitter.com/start_uol
Instagram: https://www.instagram.com/start_uol/
Facebook: https://www.facebook.com/startuol/
TikTok: http://vm.tiktok.com/Rqwe2g/
Twitch: https://www.twitch.tv/start_uol
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.