Heal: um velhinho que resolve quebra-cabeças não quer pandemia com ninguém
Quarentena. Pandemia. Isolamento Social. São tempos malucos em que precisamos de algo para nos segurar. Para muitos de nós, videogames são eternas ferramentas de escapismo. Para os mais velhos, essa distração estão em mídias mais analógicas. É a palavra cruzada que o vô e a vó tanto gostam.
O game independente Heal meio que junta esses dois mundos, ao falar sobre um idoso resolvendo quebra-cabeças dos mais bizarros, o que pode ser algo estranhamente revigorante nesses tempos tão doidos.
Passando o tempo
Quando a frustração se torna aprendizado, o incentivo para continuar tentando é parte integral. Heal não é nenhum The Witness ou Myst quanto à complexidade de seus puzzles, e conquista justamente por sua simplicidade, em como ela está associada à evolução do jogador, do lugar onde estamos agora até a próxima resolução.
E não só nossa, de quem joga, mas também do senhorzinho que nos representa ali dentro, naquela realidade escapista e que pode ser tão assustadora quanto a incerteza que há por trás de uma porta recém-aberta.
Heal foi desenvolvido pelo finlandês Jesse Makkonen. Ele diz, em entrevista ao START, que não chegou a pensar muito na hora de escolher alguém da terceira idade como protagonista: "Eu apenas senti que queria fazer um jogo sobre o tema. Suponho que são todas as coisas que me afetam na vida real, não há uma 'inspiração' para isso", conta.
Quebra-cabeças e mistérios
O Senhorzinho, querendo ou não, faz parte do charme do game, assim como um clima macabro que permeia a coisa toda. Parte disso vem do histórico de Makkonen com jogos de terror: Silent of the Sleep e Distraint estão entre suas obras anteriores.
"Heal não é um jogo de terror, mas eu concordo, há uma certa atmosfera sombria ali", comenta o desenvolvedor.
Muito desse clima se apresenta principalmente nas primeiras fases, em que os quebra-cabeças envolvem armários trancados, relógios e rádios antigos. Todos são objetos em um apartamento vazio. Só você, o velhinho e uma trilha de filme de mistério ao fundo.
Makkonen conta que Heal, no final das contas, acabou sendo um jogo mais experimental e que ele nem sabia se daria certo até os últimos momentos do desenvolvimento, o que rendeu algumas dores de cabeça a ele. E esse contraste de proposta abstrata e vida real parece exercer uma influência invisível em Heal.
"Foi (uma experiência) diferente e tomou muito de meu tempo criar todos aqueles quebra-cabeças, mas, vez ou outra, foi bem divertido também!"
É um jogo silencioso, e consegui capturar a atmosfera e história da forma com gostaria
Jesse Makkonen
"Eu não jogo quebra-cabeças"
Pelo resultado, foi surpreendente descobrir que o criador de Heal não é lá tão fã assim de puzzles. Pelo menos ele admite que gosta de bons quebra-cabeças presentes em jogos como Zelda.
"Não tenho uma inspiração clara, mas eu diria que os quebra-cabeças em Heal são semelhantes aos clássicos dos jogos de terror de sobrevivência", revela Makkonen.
Heal está disponível para PC (via Steam) e Mobile (Android e iOS) e com esse jogo experimental já no passado, o desenvolvedor agora prepara seu maior game até o momento:
"Ainda é cedo e as coisas podem mudar, mas no estado atual do projeto, acontece no espaço, você joga como robô, haverá uma história principal e missões secundárias, então vai seguir uma linha semi-sandbox".
Apesar do projeto ambicioso, cito outro game sendo feito por ele, The Human Galley, um jogo de terror psicológico, anunciado há anos, em que controlaríamos um serial killer. Ainda assim, ficamos no aguardo de seu próximo game.
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