Quando pensamos em The Last of Us é comum lembrarmos dos personagens e aspectos da história, mas não tanto do gameplay, que não chamava tanta a atenção. Já The Last of Us Parte II quer diversificar e dar mais atenção ao que tem a oferecer nesse aspecto.
O START jogou uma prévia do aguardado game exclusivo de PlayStation 4. Há muito de Uncharted no gameplay do jogo, e Resident Evil também. Tudo para entregar uma aventura que seja legal também com o controle em mãos, e não só pela narrativa. O texto é sem spoilers.
The Last of Us parte II continua a aventura de Joel e Ellie, com a garota, agora com 19 anos, tomando as rédeas do protagonismo. No trecho disponível para essa prévia, que durou cerca de duas horas, ela está à procura (ou seria à caça?) de uma personagem em Seattle, nos EUA.
A Seatlle que Ellie vê está em ruínas, mais uma das tantas cidades perdidas após o apocalipse que aconteceu no mundo, com a natureza tomando de volta a paisagem urbana. Já a Seattle que nós vemos, como jogadores, é um vislumbre visual que poucos jogos já conseguiram alcançar.
O game justifica sua produção milionária em cada detalhe no cenário, da vegetação tomando conta do concreto e dos carros aos reflexos nas poças d'água
Cenários pós-apocalípiticos são os cenários que mais apareceram em games nos últimos anos e, mesmo assim, o trabalho da Naughty Dog consegue se sobressair.
Não é segredo que a produção do jogo passou por problemas, de adiamentos até questões trabalhistas como o crunch, mas é inegável o nível de qualidade alcançado. O game justifica sua produção milionária em cada detalhe no cenário, da vegetação tomando conta do concreto e dos carros aos reflexos nas poças d'água.
Mas como já dizia o velho ditado: "Quem vê cara não vê coração". E se o coração do novo The Last of Us é a jogabilidade, a prévia mostra que ela pulsa em dois ritmos: Uncharted e Resident Evil.
The Last of Uncharted
The Last of Us e Uncharted são crias do mesmo estúdio, a Naughty Dog, então não é surpresa que o novo jogo pegue inspiração em algumas características das aventuras de Nathan Drake. A principal e mais perceptível na prévia foi a exploração.
O trecho testado não fugia muito da estrutura linear, mas apresentava áreas um pouco mais abertas que convidavam para alguns pequenos desvios de rotas. Um prédio residencial abandonado ali na esquina não era o objetivo principal, mas ser curioso pode recompensar com itens e colecionáveis.
Até o fato de Ellie agora ter um botão dedicado ao pulo já abre possibilidades de escalar e vasculhar mais lugares, descobrindo mais segredos pelos cenários.
Ellie balança em cordas para alcançar um objetivo secreto, resolve pequenos enigmas para abrir um cofre cheio de suprimentos e passa por sequências de ação típicas de filmes. Definitivamente, há muito de Uncharted em The Last of Us Parte II.
Resident of Us
The Last of Us não é um jogo de terror, mas tem lá seus momentos tensos, quase sempre envolvendo os infectados, os zumbis do game. Pela prévia, a continuação terá mais trechos assim, porém mais aterrorizantes e assustadores.
Os gritos das criaturas agora estão mais estridentes e grotescos. Ainda bem, então, que Ellie agora possui uma nova habilidade de esquiva, que é bastante útil em combates corpo a corpo
Uma sala completamente escura cheia de espreitadores (a versão mais avançada e perseguidora dos infectados) querendo te matar foi o suficiente para trazer um clima Resident Evil que nunca senti no primeiro game. Nesse gato-mia dos infernos, os vultos captados pela lanterna e, principalmente, os sons dos infectados eram as principais fontes de arrepio.
Os gritos das criaturas agora estão mais estridentes e grotescos. Ainda bem, então, que Ellie agora possui uma nova habilidade de esquiva, que é bastante útil em combates corpo a corpo. Pena que a nova mecânica funciona melhor para inimigos humanos. Para os estaladores, qualquer vacilo é a morte em uma mordida.
Foi um momento que não esperava ter em The Last of Us, o que deixa uma expectativa para quais outras surpresas, com ambientações e clima diferentes, o jogo final pode trazer.
The Last of Us
The Last of Us parte II é bonito, pode ser assustador e tem mais exploração. O trecho escolhido para a prévia queria mesmo destacar esses elementos, que dão mais diversidade para o gameplay, o que é ótimo.
Nada desses aspectos, porém, descaracteriza o que os jogadores já conhecem do game anterior. Ainda há muitas garrafas e tijolos pelo cenários para despistar inimigos, sistema de craft para criar aquele molotov salvador no meio do combate e um arsenal de armas que deixa Ellie tão ou mais mortal que Joel no primeiro game.
Agora, algo que também surpreendeu positivamente foi o jogo ser mais amigável para quem prefere uma abordagem furtiva. O que também faz sentido por Ellie não ser uma força bruta como é Joel, mas ser mais ágil e rápida.
Isso é visto, por exemplo, por todo cenário de confronto agora ter uma vegetação alta para Ellie se esconder, o que dá até ares um pouco de Assassin's Creed ao jogo, além da nova mecânica de se arrastar e ficar embaixo de carros.
No último segmento da prévia, a tática de guerrilha em atacar, se esconder e atacar de novo, eliminando todos os inimigos com paciência e estratégia foi bem mais divertido do que qualquer confronto de arena que o primeiro game insistia em apresentar.
No final das contas (e da prévia), é bem animador saber que The Last of Us parte II parece ser um jogo tão divertido de jogar do que de assistir. Já era hora.
The Last of Us Parte II chega em 19 de junho ao PlayStation 4 e totalmente localizado para o português brasileiro, com dublagem e legendas.
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