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Macabro, porém fofo: Skelattack é a Konami indie em busca de identidade

Esqueletos, morcegos e criaturas do inferno, mas tudo com muita fofura - Divulgação
Esqueletos, morcegos e criaturas do inferno, mas tudo com muita fofura
Imagem: Divulgação

Makson Lima

Colaboração para o START

02/06/2020 08h30

Sem alarde, a Konami publicou o jogo indie Skelattack, talvez representando uma nova fase para a empresa, que há anos vive da série Pro Evolution Soccer e um ou outro jogo esquecível, como Contra: Rogue Corps.

Skelattack é um jogo de ação e plataforma em 2D com a aura de desenhos animados dos anos 1990 e aquela temática Tim Burton: o "macabro, porém fofo", com esqueletinhos por todos os lados. Infelizmente, o game não vai muito além disso.

Fofura do além

Skelattack é surpreendentemente focado em sua narrativa e agarra, tal qual abraço de vampiro, seus personagens e motivações, seguindo por caminhos emotivos.

Há carisma na estética "Turma do Penadinho" ao se inverter o protagonismo: sua missão é manter os aventureiros fora das "dungeons", praticamente o "outro lado" do que sempre fazemos nos jogos do gênero.

Mas quase nada é verdadeiramente memorável quando olhamos para o gameplay em si, e talvez aí esteja um dos apelos de Skelattack: sua simplicidade. É bater o olho em Skelattack para já associá-lo a tantos outros Metroidvania. A ironia é um game publicado pela Konami não lembrar de imediato clássicos como Castlevania: Symphony of the Night, e sim Hollow Knight.

Skelattack game indie Konami - Divulgação/Ukuza - Divulgação/Ukuza
Skelattack está mais próximo de um Hollow Knight que de um Castlevania
Imagem: Divulgação/Ukuza

Isso pode ser um tanto nocivo. Afinal, altas expectativas tendem a aumentar o tamanho da queda, e a dor é a mesma caso você seja apenas um saco de ossos. O jogo tem lá suas idas e vindas, com novos (e poucos) poderes adquiridos jornada afora, mas está bem mais enraizado no desafio dos espinhos "one hit kill", com pulo duplo (e eventual triplo) inerente, do que a qualquer elemento de RPG.

Pelo menos o jogo oferece uma honesta dose de diversidade: como quando Imber, seu companheiro morcego, agarra você pelo crânio e, com muito esforço, bate suas pequenas asas por entre armadilhas mortais.

Skelattack personagens - Reprodução - Reprodução
O herói esquelético Skully e seu companheiro Imber
Imagem: Reprodução

Skelattack se constrói de pedaços um tanto disformes. É um monstro de Frankenstein quase na puberdade. Ele poderia ter abraçado sua alta dificuldade, afinal, o competente design de fases está lá, ou então aprimorado o sistema de combate, pois há boas batalhas contra chefões.

Skelattack capa - Divulgação/Ukuza - Divulgação/Ukuza
Imagem: Divulgação/Ukuza
No panorama geral das coisas, porém, temos um jogos tão inofensivo quanto atrapalhado e adorável. Tem apelo nos personagens carismáticos e suas motivações, diversidade de cenários e trilha sonora, mas, tal qual assombração sem crendice, some em meio à multidão.

A concorrência é braba para Skully e Imber, mesmo que eles só se importem mesmo em salvar o mundo dos mortos-vivos da invasão dos (quase) sempre nefastos seres humanos.

Plataforma: PS4, PC (via Steam), Xbox One e Switch
Preço: US$ 19,99
Desenvolvimento: Ukuza Inc.
Publicação: Konami
Jogue também: Hollow Knight, Guacamelee!, Shovel Knight

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