Free Fire: como o jogo mudou a vida de pro-players e streamers
O Free Fire é o jogo mobile mais querido do público brasileiro. Sendo o mais baixado no nosso país, ele se transformou conforme foi crescendo e, dessa forma, também foi revirando a vida de quem se envolveu com o game profissionalmente.
De pro players a streamers, são inúmeros nomes dentro da comunidade de Frifas que creditam o jogo como o principal feitor de grandes mudanças, sejam elas relacionadas a dinheiro, autoestima e novos desafios.
Fizemos uma compilação de alguns desses queridos jogadores que veem o Free Fire como muito mais que um jogo, mas um novo estilo de vida.
Hudson Amorim: a diversão virou carreira
Por ser um jogo democrático, que roda fácil mesmo em smartphones mais simples, o Frifas dá acesso ao mundo dos games mobile a um público que muitas vezes se sentia alienado por não ter equipamentos de última geração.
Para o streamer Hudson Amorim, o alcance maior do jogo é um dos motivos de seu sucesso. "Eu jogava apenas por diversão, era o dia todo. Aí criei o canal e deu certo. Hoje, graças a Deus, me dei bem. E o público é grande porque o jogo roda em qualquer celular. E a criançada hoje tem celular, então abraça tanto um público infantil quanto um mais velho", explicou ao Leo Bianchi em seu blog.
Cerol: doação de fã mudou sua vida
Um início humilde também marcou o começo da carreira de Lucio "Cerol" dos Santos Lima. A reviravolta na vida de Cerol aconteceu após uma série de acontecimentos levarem sua noiva, Ana Caroline, incentivar que ele largasse trabalhos paralelos e se dedicasse ao jogo, que era o grande assunto onde moravam.
Ele conta que não possuía equipamentos de qualidade para fazer boas transmissões e seu canal mudou quando recebeu de presente de uma inscrita "um monitor, teclado, webcam e tudo que um streamer precisava para fazer live. Eu agarrei aquela oportunidade, não podia desapontá-la". Pouco a pouco, o canal de Cerol foi crescendo e o resto é história: hoje no Corinthians, ele também foi eleito como melhor streamer do Brasil em 2019.
Level Up: menino "de favela" campeão mundial
Samuel "Level Up" dos Santos Lima já foi jogador do Corinthians e hoje representa a Vivo Keyd. Assim como Cerol, o pro-player teve um contato inicial com o Free Fire de forma simples, com seu primeiro celular, um Moto G2. Foi com o dinheiro arrecadado pelo seu canal no Youtube que, aos 18 anos, saiu da casa dos pais. "Aluguei um lugar pra mim e foquei na carreira", conta. Após muito tempo investindo em treinamentos e lives, o ápice da carreira chegou na forma de título mundial com o Corinthians. "Hoje me sinto realizado. Feliz. Menino de favela é um cara sonhador, e quando realiza os sonhos fica até besta, não acredita no que tá acontecendo."
Vitinnn: qualquer um pode conseguir
Victor Alexandre "Vitinnn" de Oliveira, jogador da PRG, dá a letra: "não é porque a gente vem da favela, sem um celular bom para jogar, que eles [os jogadores mais novos] não conseguirão chegar onde a gente também chegou. Nós também saímos de lá, então qualquer um pode conseguir".
Weedzão: volta por cima depois do "ban"
Se tem uma coisa que é unânime nos games é o quanto a comunidade de Free Fire é enorme e abraça todo mundo. É por causa do apoio constante dos fãs que muitos nomes cresceram e se tornaram ícones.
Ernani "Weedzão", streamer que já teve passagem pelo Corinthians, contou ao START na BGS do ano passado que pensou em desistir do jogo após ter sido banido por dois meses pela Garena. Ele mudou de ideia quando percebeu que tinha muita gente torcendo pelo seu sucesso: "criei um canal e do nada estava com 15 mil inscritos. Foi quando eu decidi voltar a jogar e não desistir". Hoje com mais de 2 milhões no Youtube, ele credita esse pessoal por tudo que vive com o jogo. "Quem me apoiou foi essa galera inicial, que se inscreveu no meu canal mesmo sem eu postar nada. A comunidade me marcando, me dando força, foi muito legal e me ajudou muito."
Coreano: exemplo de união
A ajuda dentro da própria comunidade também marcou o início da carreira de Adriano "Coreano" Luiz, streamer e proprietário da equipe Morangods. "É uma comunidade muito unida. Eu tive ajuda de vários influenciadores para poder crescer e aprender com eles, assim como hoje sempre tento ajudar novos influenciadores que me procuram", disse em entrevista a Bianchi.
Voltan: uma nova realidade
Para uma das influenciadoras da LOUD, a entrada na equipe de Free Fire significou mudar de vida: "é uma realidade completamente diferente. Eu morava em uma cidade de 12 mil habitantes, filha única... foi até assustador por um lado, mas é isso, tem que seguir a vida".
Voltan foi uma das streamers que representou o Brasil ano passado na Tailândia, no torneio Streamers Showdown. A equipe voltou para casa com o título de campeã e ela comenta que "foi um sonho realizado. Para quem joga Free Fire, representar o Brasil no país em que o jogo foi lançado é uma experiência incrível".
Ana Xisdê: representando a galera
A comentarista de Free Fire viu sua vida mudar quando decidiu se envolver com esportes eletrônicos. Na época, começou com Overwatch, mas foi só questão de tempo até perceber que seu futuro poderia ser diferente com o Frifas. O relacionamento entre Xisdê e o jogo deu tão certo que no Prêmio eSports Brasil do ano passado, foi eleita como melhor caster do país. Falar do assunto a emociona, que comenta: "para mim, é muito além de representar as mulheres e os jogos, mas é representar os espectadores que gostariam de estar ali também".
Nobru: fazendo acontecer
O principal nome do Corinthians no Free Fire é Nobru, jogador de 18 anos que foi eleito MVP no Mundial de onde o time saiu vitorioso. Ano passado, foi premiado como Melhor Atleta Free Fire, Craque da Galera e Atleta do Ano no Prêmio eSports Brasil, mas quem vê toda essa glória pode não enxergar que, antes disso, teve muita luta.
Ele começou a carreira em março de 2019, quando tinha sete espectadores. Hoje, são 7,7 milhões de inscritos em seu canal no Youtube. Depois de ganhar os troféus do Prêmio, ele comentou: "eu olhei para mim mesmo e falei: 'eu vou fazer acontecer' e eu fiz acontecer mesmo".
El Gato: revelando novos talentos
Essa abertura de caminhos para novos talentos marca muito do que é a Los Grandes, organização fundada por Rodrigo "El Gato" Fernandes. "Hoje tem estrutura, contrato, mas quando começou era apenas um monte de amigos. Hoje chegam aqui pequenos, e a gente ajuda a crescer. Temos a Peneira Los Grandes, que é um campeonato interno transmitido na internet. Quem vence ganha um contrato e uma estrutura, como celular e um salário fixo", conta.
O sentimento de poder contribuir para a vida financeira familiar é algo muito comum entre a comunidade, que encontrou no jogo uma forma de ganhar dinheiro e mudar a o rumo da família. El Gato, por exemplo, comenta que "hoje é outra coisa, tenho uma vida boa. Casa, carro, um bom contrato. Faço o que eu gosto, ganho bem e estamos aí, vivendo. Não caiu a ficha".
O streamer vem de uma família com origens humildes, tendo morado em Minas Gerais após a mãe e os irmãos terem saído de Rondônia. Depois de se envolver com uso de drogas e com o apoio da família, começou a trabalhar para mudar de vida. Foi com o auxílio da mãe que comprou o primeiro celular e se envolveu com Youtube pela primeira vez.
El Racha: gratidão pelo El Gato
El Gato, inclusive, é lembrado com carinho por Welington Paulo "El Racha" dos Santos, que afirma que "onde ele vai quer nos levar pra ganhar bem, estar bem estruturado. Não deixa faltar nada. Ele não ajudou só a mim, ajudou muita gente. É um paizão!"
Foi pelo Free Fire que El Racha adquiriu bens para ele e para a família. "Comprei meu apartamento, meu carro e consigo ajudar minha família em Alagoas, estou inclusive construindo uma casa nova pra minha mãe."
Vitinn: a favela venceu
Para quem viu a vida tomar um rumo completamente diferente do que esperava, o Free Fire não é só um jogo: é tudo.Vitinn disse em entrevista ao START que se não fosse o Frifas, ele não saberia o que seria: "vindo de onde eu vim, não sei nem se eu estaria aqui", comentou. Ele e os irmãos Vagner "Vgzinn" e Vinícius "Vnzinn" saíram de Duque de Caixas, no Rio de Janeiro, para morarem em gaming houses em São Paulo. "A favela venceu", é o lema repetido pela família.
God: fábrica de jogadores
Outra equipe que dá espaço para que novos nomes apareçam e se estabeleçam na comunidade é a GOD, criada por Edson "God". A guilda revelou "quase metade do cenário competitivo atual", comenta. Segundo ele, muitas equipes procuram jogadores do time, no mobile e emulador, por saberem que eles são competitivos e de confiança. A GOD também promove peneiras para incentivar quem está começando.
Edson "God" também credita o Free Fire por ter conseguido atingir sua independência financeira: "eu posso viajar para onde eu quiser, mas tem coisa mais importante do que isso. Tudo o que eu tenho está ótimo para mim", comentou em entrevista. Assim como outros companheiros de FF, ele alcançou o sucesso depois de passar por muita provação. Teve diversos trabalhos desde a infância e viu no jogo uma forma de mudar sua trajetória. Hoje, tem quase 1,7 milhões de inscritos no Youtube e afirma que está "começando uma história na vida. Somos todos iguais e não devemos rir de ninguém, porque o mundo cobra e Deus não dorme".
Palominha: fiel às raízes
A streamer Paloma "Palominha" Ribeiro decidiu não sair de sua cidade natal, no interior da Bahia, nem com o seu canal batendo mais de 200 mil visualizações por dia. Ela compartilha: "já consegui (comprar) minha casa e meu carro, graças ao Free Fire".
Coronel: mudança de carreira
Ray "Coronel" Silva, da paiN, conta que a decisão de partir para a equipe foi muito influenciada pelo futuro de sua família. "Eu trabalhava no Tribunal de Justiça como técnico de informática. Eu fiquei pensando "E agora? O salário é tão bom, será que eu vou [para a paiN] ou não vou??". Depois de conversar com o líder da equipe, ele falou que a família dependia dele e ele só poderia sair do trabalho se fosse para algo sério. "No fim das contas deu tudo certo, graças a Deus e estou aí até hoje", completa.
UmaDani: adeus, Japão!
Para Danieli "UmaDani" Soares, a mudança foi ainda mais radical: quando começou a se envolver com Free Fire, morava no Japão e trabalhava 12 horas por dia. Segundo a streamer, o jogo "mudou tudo o que eu tinha na minha vida. Eu voltei do Japão, consegui me estabilizar novamente no Brasil, consegui ficar mais perto da minha filha e da minha família".
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