Resumo da notícia
- Jogo de simulação segue o gênero de Civilization, mas traz ideias novas
- Jogador pode escolher ideologia e religião enquanto evolui sua tribo nômade pelas Eras da História
- Game chega para PC via Steam, mas versões para console não estão descartadas
Quando vemos os rumos que a humanidade vai tomando, em meio a pandemias e ataques de racismo, não dá vontade de começar tudo de novo? Pois teremos uma nova chance em Humankind, novo jogo da Sega, que está sendo desenvolvido pela Amplitude Studios, mais conhecida pelos títulos Endless Space e Endless Legend.
Olhando por cima nas fotos e até mesmo nos vídeos, a primeira impressão é de um "clone" do já consagrado Civilization. Mas após algum tempo jogando e conversando com a produtora, percebi que não é bem assim.
Construindo um império
Em Humankind, você começa com uma tribo nômade e precisa coletar alguns recursos iniciais para poder construir a base de seu reino, algo que ocorre quase que imediatamente após o início da partida. No momento em que isso acontece, você tem a opção de escolher qual cultura irá seguir. Na demo, as opções eram os Babilônios, Egípcios, Harapeanos e Micênicos, cada uma com suas próprias vantagens e diferenças. Tais culturas podem ser evoluídas a cada nova Era que passa no jogo.
À medida que você vai obtendo recursos e ampliando seu reino, ganha acesso a novas tecnologias. Há também a possibilidade de escolher o tipo de ideologia e religião que você pretende seguir, o que influenciará a relação com outras tribos, seja de maneira boa ou ruim. Todas as suas decisões acontecem por meio de rodadas e o jogo só te deixa prosseguir quando você fizer tudo o que estiver disponível. A demo estava limitada a 60 rodadas, mas no jogo completo o número será muito maior.
Batalhas existem, mas são opcionais. Dependendo do rumo que a partida tomar, você poderá terminá-la sem lutar contra qualquer uma das outras facções. Contudo, quando as lutas ocorrem, é necessário prestar atenção no layout do campo de batalha, pois isso influencia na eficácia de suas unidades. Um grupo de arqueiros, por exemplo, causará muito mais dano se colocado em um lugar elevado.
Buscando inovar neste gênero
Existem duas diferenças fundamentais entre Humankind e Civilization, com a primeira delas sendo a Fama. O principal objetivo neste game é fazer com que o jogador deixe sua marca na história da humanidade. Para isso, é necessário obter Fama, que você consegue por meio de tudo de notável que realizar na partida: boa administração, vencer inimigos no campo de batalha, conquistar reinos vizinhos, lidar com problemas internos, expandir sua influência e por aí vai.
Não é possível saber qual civilização tem mais Fama até que o jogo acabe, algo que altera bastante as decisões que você toma ao longo da partida. Mesmo se você achar que não está indo bem, pode acabar se saindo vitorioso. Ao final da partida, aquele que tiver mais Fama será o vencedor.
A segunda diferença tem relação com as Eras. Você não fica preso a apenas uma cultura até o final do jogo, sendo possível mudá-la para outra completamente diferente quando passar de Era.
"Você pode manter a mesma cultura e seguir adiante com ela para ganhar mais Fama dessa forma, mas ao fazer isso você, por exemplo, não obterá uma nova unidade emblemática, não obterá um novo alojamento para construir na sua cidade," diz Jeff Spock, diretor de narrativa de Humankind, em entrevista ao START.
"É mais difícil, mas você ganha mais Fama, mas geralmente o que acontece é que quando chega na próxima Era, você pensa: 'Ok, eu tenho esse cara aqui que é muito militarista e para ficar à frente dele eu talvez precise de mais ciência para minhas armas ou de melhores construções para fortificar minhas cidades.' Então você olha no mapa, vê o que está acontecendo e evolui sua cultura e muda sua civilização de acordo com a situação do jogo," explicou Spock.
"Se você olhar Civilization ou qualquer outro jogo similar, você escolhe a facção e joga com ela até o final. Mas quando você escolhe a facção, você escolhe basicamente o método de vitória para o qual você está se encaminhando e você escolhe seu estilo de jogabilidade. E é isso. Você fica 'preso' numa linha reta."
Concluindo sua explicação, Spock diz que Humankind permite a você "se adaptar e mudar de acordo com as alterações na situação do jogo", dando acesso a um tipo muito diferente de jogabilidade.
Lutar ou negociar?
Durante minhas duas horas jogando, em um dado momento na primeira partida, uma das civilizações vizinhas decidiu me atacar, o que me deixou bastante inconformado e me fez decidir dar o troco. Montei um exército respeitável, invadi esta civilização e a conquistei, sendo esta uma das maneiras de ganhar Fama, mas que nem sempre será a ideal.
Segundo Spock, Humankind terá uma inteligência artificial que não será necessariamente agressiva ou passiva. Diferentemente da demo, onde só havia possibilidade de confrontos no campo de batalha contra os vizinhos, será possível uma aproximação diplomática para resolver as diferenças.
"No jogo em si, a IA irá agir diferentemente. Ela poderá ser conciliatória e diplomática ou poderá ser muito mais agressiva [do que na demo]. Isso irá variar de partida para partida, dependendo da sua diplomacia, da sua área cívica, da sua ideologia e assim por diante. Haverá uma ampla variedade de comportamentos da IA no jogo."
Eventos históricos
Pelo fato de haver muitas culturas diferentes em Humankind, cada uma com suas próprias histórias, perguntamos para Spock se o jogador poderá presenciar eventos históricos, como por exemplo as Guerras Persas que ocorreram na Grécia, já retratadas em filmes, documentários e outros jogos. De acordo com ele, este foi um dos principais aspectos que a Amplitude Studios focou quando começou a desenvolver Humankind.
"Esta é uma das coisas nas quais estávamos batendo cabeça no começo do desenvolvimento. Como será um mapa e soltar eventos históricos que irão ocorrer? Terminamos decidindo por um jogo gerado processualmente. Você não saberá como será o mapa e quais culturas serão escolhidas. É muito difícil para a gente dizer que se você está com os Persas, terá a guerra contra os Gregos, irá ter [A Batalha das] Termópilas e esse tipo de coisa, porque talvez ninguém tenha escolhido os Gregos e eles sequer estejam lá," elucidou Spock.
"Então o que fizemos no lugar é que temos uma grande quantidade de conteúdo narrativo por meio do sistema de eventos, e todos estes eventos são baseados em ocorrências históricas, eventos históricos, que aconteceram ao longo de 5.000 anos. Ao invés de termos, por exemplo, esta guerra ou aquela guerra como um evento, será algo como: você tem um vizinho expansionista e ele está pondo pressão em você, e vocês tem dois sistemas de religião totalmente diferentes e então a população [da sua cidade] se tornou fanaticamente oposta ao inimigo e você poderá tomar vantagem disso e declarar guerra contra ele," concluiu.
Ajuda da comunidade
Quando for lançado, Humankind chegará inicialmente em acesso antecipado, da mesma forma que outros jogos da Amplitude Studios. A razão disso é que os produtores querem obter o máximo de opinião dos jogadores para moldarem o jogo de acordo com aquilo que eles desejam, de modo a mudar ou melhorar o que for necessário.
Contudo, não será um acesso antecipado tradicional. Segundo a desenvolvedora, eles utilizarão um sistema chamado "Open Dev", que segue essa mesma filosofia, mas permitindo aos produtores pedirem que os jogadores testem apenas determinados aspectos do jogo por vez e digam para eles o que acham.
O lançamento de Humankind ocorrerá somente no PC (Steam), mas versões para consoles não estão descartadas, com Spock citando até mesmo a próxima geração de videogames e Stadia. Entretanto, só irão considerar isso depois que criarem uma versão muito polida do jogo para computador, que é a plataforma na qual estão totalmente focados no momento.
Para veteranos e iniciantes
No pouco tempo que joguei Humankind, gostei muito daquilo que vi, tanto na jogabilidade quanto nos visuais. Embora seja um pouco complicado no começo, depois que você entende as mecânicas, o tempo passa bem rápido, pois você tem de prestar atenção a cada detalhe que acontece na partida antes de tomar suas decisões.
Infelizmente o jogo não sairá mais este ano, tendo sido adiado para 2021. No dia em que estiver disponível, ele não terá localização em Português Brasileiro, mas a Sega confirmou ao START, via e-mail, que a Amplitude Studios "irá explorar a possibilidade de adicionar outros idiomas após o lançamento, especialmente se virem a comunidade pedindo por isso".
Embora sem suporte ao nosso idioma, Humankind me prendeu e com certeza oferece algo não apenas para os jogadores que já estão acostumados com games como Civilization, mas também para aqueles que nunca sequer jogaram um, servindo inclusive como porta de entrada para este gênero. Estarei aguardando ansiosamente ano que vem para dar uma nova conferida no game em sua plenitude.
Humankind: O Resumão
- Ao evoluir sua tribo, você pode escolher culturas, como por exemplo Babilônios, Egípcios, Harapeanos e Micênicos, cada uma com suas próprias vantagens e diferenças;
- Todas as suas decisões acontecem por meio de rodadas e o jogo só te deixa prosseguir quando você fizer tudo o que estiver disponível;
- As batalhas são opcionais: dá pra terminar uma partida sem lutar contra nenhum povo;
- O placar de Fama define o vencedor, mas ele só aparece no final da partida, o que aumenta o suspense nas tomadas de decisão;
- Ao contrário de Civilization, você pode trocar de Cultura a cada virada de Era, o que aumenta as possibilidades estratégicas;
- Eventos do jogo, como guerras ou conflitos diplomáticos, são baseados em fatos históricos do mundo real;
- Inteligência artifical pode ser agressiva, passiva ou diplomática, segundo os produtores;
- Humankind passará por etapa de "Early Access" para receber feedback dos jogadores;
- O game é desenvolvido pela Amplitude Studios, mais conhecida pelos títulos Endless Space e Endless Legend;
- Lançamento está previsto para 2021 para PC, via Steam, mas versões para consoles não estão descartadas
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