Resumo da notícia
- Jogador pode montar sua equipe e atuar ao mesmo tempo como gerente e piloto
- Gameplay é versátil: vai da pura diversão ao realismo da simulação, de acordo com a preferência
- É possível correr em circuitos de países como Austrália, Vietnã e Brasil, que na vida real não acontecerão em 2020
Sejamos justos: ao ser responsável pelo game oficial da Fórmula 1, a Codemasters acaba virando uma óbvia refém de tudo que acontece em uma categoria esportiva cujas regras levam muitos anos para mudar de maneira aprofundada.
O resultado disso é que há pouco espaço para inovação para o game em sua essência e, constantemente, quem jogou os últimos jogos da franquia sente que, na hora de acelerar, frear e superar adversários, há pouca diferença entre F1 2020 e seus antecessores.
Seja seu próprio chefe
A novidade que realmente interessa no game, que chega para PC, PlayStation 4 e Xbox One no dia 10 de julho, está fora das pistas: trata-se do modo My Team, no qual o jogador divide as funções de piloto e dono de equipe.
Outro ponto interessante é que F1 2020 retrata uma temporada do esporte que, de certa forma, nunca existirá. Enquanto no game é possível correr em circuitos de países como Austrália, Vietnã (que faria a sua estreia na categoria) e no Brasil, na vida real essas corridas não acontecerão em 2020 devido à pandemia do novo coronavírus.
No "My Team", você lidera uma equipe recém-ingressada na categoria e, claro, a meta é conquistar o campeonato. Para isso, além de contratar um piloto adicional (e, futuramente, demiti-lo, por que não?) e atuar com o microgerenciamento do time - o que inclui definir quais instalações serão aprimoradas na fábrica da equipe, qual parte do carro será desenvolvida, determinar as atividades realizadas nos dias livres entre uma e outra corrida, entre outros afazeres -, você terá que vestir macacão, colocar capacete e fazer bonito nas corridas para alcançar esse objetivo.
É, sem dúvida, uma adição bem-vinda e que dá um "toque de game" a mais para a franquia. Da mesma forma, é interessante ver a integração entre tudo que você faz dentro e fora das pistas. Quer um exemplo? Uma batida durante uma corrida se reverte em um prejuízo na hora de cuidar das finanças do time. Ou, ainda, dependendo do patrocinador escolhido, há "missões" - fazer a volta mais rápida de uma corrida, por exemplo - que, se cumpridas, garante um dinheiro adicional.
Curiosamente, há muitas similaridades entre o modo My Team e alguns games para smartphones. Quem curte corridas e gosta de procurar jogos para celulares nas lojas online de Android e iOS certamente já cruzou caminhos com games que colocam o jogador na pele de um dono de equipe de automobilismo. Para citar dois, há o F1 Manager (que é oficial da categoria) e o Motorsport Manager (que abrange outras corridas além da Fórmula 1), ambos bem divertidos.
A diferença, claro, é que nesses jogos para celulares a ação de pista se limita ao jogador definir estratégias e dar ordens aos pilotos, como pedir para eles aumentarem o ritmo, serem mais conservadores, entrarem no box para troca de pneus etc.
E, ao meu ver, esse é justamente o principal defeito do modo My Team: não dar opções mais palpáveis para quem quer se limitar a agir fora das pistas.
Tá certo que, nesse modo, todas as sessões de treinos e a corrida podem ser simuladas. Mas isso acontece de maneira bem superficial e tudo que separa a escolha do jogador para simular o treino/corrida e a tabela de resultados dessa simulação é uma tela preta de carregamento.
E ter algo assim parece ser algo totalmente possível, já que pela primeira vez na franquia os pilotos têm notas atribuídas ao seu desempenho - novidade essa que causou algumas confusões nas semanas que antecederam o seu lançamento.
Outra ajuda nesse sentido é que as equipes também são ranqueadas e melhorias nos carros e nas instalações refletem diretamente no seu "poder", assim por dizer.
F1 2020
E de resto, tudo bem?
Como ressaltado no início do texto, dentro das pistas tudo segue de forma similar ao visto em F1 2019 - e F1 2018, por tabela. O visual continua fotorrealista, com ótimos efeitos de luz e partículas (especialmente em corridas sob chuva), e o desempenho do jogo em si é ótimo.
O game continua com modos para criar uma carreira de piloto, no qual você começa na Fórmula 2, divisão de base da F1, e também de campeonatos fictícios envolvendo regras específicas. Esses torneios podem ser disputados por carros tanto da F1 atual quanto da F2 e modelos clássicos.
Há ainda um método de progressão por temporadas similar ao visto em games de tiro, como o Call of Duty Modern Warfare. É um incentivo adicional a manter os jogadores entretidos, já que obter pontos dá recompensas como itens estéticos.
A física segue flertando com a simulação - ainda que, dependendo do tipo de ajuda selecionada pelo jogador, o jogo vire quase um game arcade - e, por mais que o ideal seja usar um conjunto de volante e pedais, a franquia F1 ainda continua sendo uma das mais amigáveis aos "pilotos de joystick". Isso é especialmente visto no modo casual, que simplifica menus e a física do jogo, tornando a experiência o mais acessível possível para novatos.
Na hora de pilotar, há novidades pontuais. Agora, é possível colocar um espelho retrovisor no alto da tela, algo útil especialmente em corridas online. No cockpit, o controle do sistema ERS, que permite usar o sistema elétrico do motor para dar mais potência ao carro, algo útil na hora de dar voltas mais rápidas e em situação de ultrapassagem, pode ser acionado apenas com um botão, muito mais prático do que o ocorrido em F1 2019.
Além disso, há um modo de tela dividida que permite o famoso "multiplayer de sofá". E, claro, modalidades para disputas online.
Poderia ir além
Se na parte de simular a pilotagem de um carro F1 2020 mantém os bons predicados dos seus antecessores - o que tende a se refletir em diversão tanto para quem busca enfrentar adversários de carne e osso nos modos online quanto para quem está mais preocupado em bater seus próprios tempos -, o resultado positivo obtido com o modo My Team mostra que ainda há muito espaço para o game evoluir enquanto jogo.
Quer um exemplo de como isso poderia ser obtido? Basta olhar para jogos clássicos, como a série Super Monaco GP, que colocavam o jogador para seguir uma carreira com nível de dificuldade pré-definido e objetivos realistas dentro dessa definição. No jogo antigo, você até poderia ser um exímio piloto virtual e ganhar corridas com a fraquíssima Zeroforce, mas o normal era ir melhorando de equipe aos poucos até chegar na poderosa Madonna.
O que quero dizer é: havia um senso de progressão que não é tão claro nos games atuais. Em F1 2020, por exemplo, a dificuldade é regulada na forma do ativar/desativar de assistências à pilotagem, na definição dos níveis de realismo da física ou na hora de escolher grau de desempenho dos adversários.
Apesar do modo para criar equipe ou seguir a carreira de piloto propor isso, não há nenhuma forma efetiva do piloto virtual começar por baixo, com opções de dificuldade pré-definidas, e ir se aprimorando. A impressão é que, ao enfrentar a inteligência artificial, o jogo sempre está fácil ou difícil demais.
Fica aí a dica para 2021, por que não?
Lançamento: 10/07/2020
Plataformas: PC, PlayStation 4 e Xbox One
Preço sugerido: R$ 109,99 (PC), R$ 249,90 (PS4) e R$ 259,95 (Xbox One)Classificação indicativa: Livre
Desenvolvimento: Codemasters
Publicadora: Codemasters
Jogue também: Forza Motorsport 7, Gran Turismo Sport, Assetto Corsa, Project CARS 2 e Dirt Rally 2.0
*A cópia foi cedida pela Codemasters ao START
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