"Suor e Dedicação": Black Dragons fala sobre título da C.O.P.A. Free Fire
Foi uma final eletrizante, disputada quase que ponto a ponto, mas no final, quem saiu por cima foi a Black Dragons. Estamos falando do último dia de disputas da C.O.P.A. Free Fire, que acabou no último domingo (19) com a BD campeã.
A jornada até lá, porém, não foi nada fácil. Foram quase três meses de partidas todos os fins de semana e no sábado (18) a paiN saiu na frente com 70 pontos de vantagem.
Os meninos da BD sabiam que seria difícil, mas não impossível. Luis Fabio "OTREMBB" Sousa de Almeida Júnior, Jhonatan "JUBINHA" Silva de Souza, Pedro Alexandre "PEDRO.RS" Dias Campos e Raphael "Phoenix" Ferreira Sande, o capitão, gritaram booyah três vezes e realizaram 64 abates. Chegaram na última queda do domingo quase campeões e garantiram o título em uma partida eletrizante.
Conversamos com o time campeão e com o técnico Italo Victor "Stark" Barros de Brito sobre o desempenho da BD ao longo da C.O.P.A. e o que esperar para o futuro, agora que a equipe também representará o Brasil na Gigantes Free Fire, competição voltada para a América do Sul.
Ajustes ao longo do campeonato
O pessoal da BD passou todo o torneio aparecendo no top 12 da tabela, garantindo a participação na final. Mesmo não tendo ocupado o topo até o último dia de disputas, nesse período que eles bateram dois importantes recordes no campeonato: maior número de abates em uma única partida (18) e maior pontuação em uma queda (56).
Essas estatísticas impressionantes foram fruto de muito trabalho, conversas e orientações de Stark. OTREM contou que o técnico orientou a equipe a utilizar a fase de grupos para "testar tudo que a gente queria. Ele falou pra gente jogar de boa, de forma leve, sem pressão, porque o que importava era estarmos classificados para a final. Conseguimos atingir o recorde por sermos um time bastante explosivo".
Já na visão de Jubinha, o relacionamento da equipe também foi mudando ao longo do torneio. "Antes mesmo da COPA, o time quase foi desfeito porque a gente não se batia. Tinha muita briga e todo mundo pensava muito diferente. Quando você para ver nossa evolução [da fase de grupos até a final], é impressionante. O Stark fez um trabalho excepcional com a gente e só assim conseguimos ajustar para chegar na final", conta o jogador.
O relacionamento entre os membros do time é visto como essencial na visão do capitão Phoenix. "Nós começamos a ir bem quando paramos de brigar e começamos a confiar um no outro", explica.
É fácil entender o porquê de a equipe ter tido seus momentos de discordância. Enquanto OTREM e Phoenix são mais expressivos, Jubinha e Pedro ficam mais na deles. Essa diferença de personalidade é, de certa forma, a chave do sucesso. Stark fala que para uma partida dar certo, tem que começar com OTREM estressado. No meio de risadas, Phoenix conta que na primeira partida de domingo, o colega assim que caiu em Mill, começou a reclamar do loot. "Ele ficou falando 'meu deus, que loot horrível' [imitando o sotaque baiano de TREM]. Foi aí que eu falei: 'pronto, ele está estressado, estamos no caminho certo'", brincou.
Ainda rindo da situação, TREM explicou o porquê de agir dessa forma. "Eu não gosto de perder, então acho que todo time tem que tem alguém igual eu, que cobro muito a equipe e eu mesmo. Acho saudável, mas sei que tem que ter limite". Stark concorda com o jogador: "ele cobra bastante mesmo, mas se deixa de ser saudável eu entro e falo com ele".
Para Phoenix, esse tipo de comunicação entre a equipe é melhor do que silêncio: "prefiro uma call poluída assim, porque significa que está todo mundo conversando e se comunicando bem".
Estudo, estudo e mais estudo
Não foi sorte o resultado da C.O.P.A. e a Black Dragons deixa isso claro. Com uma equipe técnica responsável por estudar os adversários e as partidas, todos estudaram muito para fazer ajustes finos antes da final.
Phoenix contou que após as quedas de sábado, quando a paiN finalizou o dia com 70 pontos de vantagem, eles sabiam que a participação da BD no domingo teria que ser perfeita. "Não tinha outra saída, teria que ser assim para vencermos. Fizemos reunião à noite até de madrugada, estudando safe, parte teórica e prática. Montamos estratégia e decidimos que não queríamos ser um time previsível e nem fácil de achar no mapa. Foi isso que fizemos. A transmissão só mostrava a gente no final, porque queríamos ser mesmo imprevisíveis. Consegui prever as safes perfeitamente por conta do estudo e o resultado não poderia ser melhor", explica o capitão.
O resultado, além do título, veio em números. No domingo eles ganharam três das seis quedas e estiveram no top 3 nas outras partidas. Quando comparado com a fase de grupos, em que ao longo de quase três meses ganharam quatro vezes, vemos a evolução. Além disso, eles obtiveram uma média de 51 pontos por partida no último dia da final, com 64 abates em dois dias.
O líder da equipe em número de eliminações ao longo do campeonato foi OTREM, com 106 abates em 82 quedas disputadas. Pedro, Jubinha e Phoenix anotaram 82, 76 e 60 kills, respectivamente - todos bem perto ou acima da média de uma eliminação por partida.
Jornada árdua
Quando perguntados sobre o que vai ser diferente agora que foram campeões, todos os jogadores concordam: reconhecimento e o peso de ter ganho um campeonato oficial da Garena. "Ter título oficial nas costas pesa muito no Free Fire. Dá uma carreira maior para cada um da equipe", fala Phoenix.
Pedro comenta que conquistar o torneio foi uma realização de sonho: "eu sou o mais novo do competitivo aqui e eu sempre quis ganhar um camp oficial - e conseguimos".
A importância do título também significa uma mudança significativa na vida de Jubinha, que começou no Free Fire jogando no celular da namorada. "O sonho de muita gente que quer entrar no competitivo às vezes é atrapalhado por dificuldade financeira e eu já passei por isso. Eu jogava em celular que não era meu, porque o meu não rodava e eu não tinha internet boa. Mesmo assim eu não desisti e agora consegui atingir meus objetivos", conta.
O técnico Stark completa o sentimento de foco: "quem quer entrar no competitivo tem que levar sempre muito a sério, porque sempre tem alguém olhando e uma partida qualquer pode acabar sendo a oportunidade de entrar para uma equipe".
E foco é uma coisa que a BD entende bem. Phoenix começou sua carreira profissional internado em uma UTI após complicações de saúde. Ele contou que a oportunidade para entrar na Black Dragons veio após se destacar na Liga das Estrelas, campeonato organizado pela GOD e-Sports. E para participar, ele teve que descumprir regras do hospital em que estava e levar eletrônicos para dentro do quarto. "Ia ter uma seletiva dentro da GOD para jogar na Pro League e na LDE e eu joguei a final da seletiva na UTI. Meu coração ficou acelerado, as máquinas do hospital ficaram apitando, disparando, mas ganhei. Depois fiquei bravo porque tiraram meu celular e eu não pude jogar a Pro League, mas participando da Liga eu consegui destaque o suficiente para chamar a atenção da BD".
Depois do episódio inusitado, mais empecilhos surgiram. O médico do jogador queria que ele se afastasse dos jogos para cuidar melhor de seu coração, mas ele não quis e aceitou o risco. "Eu falei para o meu médico que preferia ter arritmia do que ficar em depressão, como eu estava. E deu certo, hoje eu e todo mundo aqui vivemos um sonho. Conseguimos ser independentes e ajudar nossas famílias", afirma o capitão.
O futuro
Agora que o título veio, é hora de pensar no próximo: a Gigantes Free Fire acontecerá em breve, com os seis primeiros colocados da C.O.P.A. e mais seis equipes da América do Sul.
"Representar nosso país é uma sensação única, para poucos. Vamos aproveitar essa oportunidade e buscar o título", afirma Phoenix. O mundial também está em vista: "queremos focar no brasileiro [LBFF] para chegar no campeonato mundial e fazer nosso nome", OTREM explica.
Com isso, a pressão aumenta. Stark comenta que "agora que chegamos lá em cima, temos que lutar para permanecer, porque viramos referência. Muitos vão nos olhar, querer copiar, fazer igual. Temos que saber lidar com isso e lutar para continuarmos onde estamos".
"Esse show que demos na C.O.P.A. foi fruto de muita dedicação. Treinamos muito, deixamos de fazer várias coisas que gostamos e dobramos nossa rotina diária. Mas, no final, valeu a pena. Viemos com estratégias novas, muita dedicação pessoal e coletiva para chegar no último dia e fazer coisas nunca antes vistas no Free Fire. Vai ficar marcado na história", finaliza Phoenix.
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