Free Fire: CamilotaXP fala sobre seu campeonato feminino, o CampLota
A apresentadora Camila "CamilotaXP" Silveira anunciou seu primeiro torneio "autoral": a primeira edição do CampLota, um torneio voltado exclusivamente para equipes femininas de Free Fire, começou nesta terça-feira (18).
Com 12 times participantes e premiação total de R$ 30 mil e 38 mil diamantes, o campeonato vai acontecer no modo Contra Squad no sistema de pontos corridos ao longo de sete rodadas, sempre às terças —a final está marcada para 29 de setembro, dia do aniversário de Camila.
Conversamos com a apresentadora sobre como surgiu a ideia do CampLota, a importância das mulheres no Frifas e o que esperar para o futuro.
Nascimento do torneio
Camilota conta que a ideia surgiu por sua vontade de se envolver mais com o cenário competitivo feminino. "Sempre quis ter mais contato com o público de mulheres nos jogos, seja em Free Fire ou League of Legends, onde comecei. Mas jamais imaginei que ia tomar essa proporção. Achei que seria mais um campeonato na comunidade, mas acabou ganhando reconhecimento em pouco tempo e o pessoal está bastante engajado", explicou.
Inicialmente pensado apenas para premiar diamantes, a proporção do torneio aumentou com a entrada de parceiros e patrocinadores. Com tanta gente criando interesse, uma segunda edição já está programada para acontecer, mas ainda sem data definida.
Como a apresentadora e seus parceiros na empreitada não sabiam da popularidade que o CampLota alcançaria, essa primeira edição vai contar apenas com equipes selecionadas pela BOOYAH!, plataforma de streaming da Garena que vai transmitir o torneio. La Furia, Singularity, God Girls, Stars, KOF Girls, Game Over, Las Grandes, Suicide Squad, UP Gaming, Seal Bounce, Ninjas Girls e as atuais campeãs da Liga NFA, Hype Girls, estão confirmadas.
Mas não para por aí: Camilota nos contou que uma equipe misteriosa também participará, só que saberemos quem elas são apenas ao longo do torneio. "É uma equipe bem conhecida lá fora e que criou essa line no Brasil por causa do Camp" foi a única dica que conseguimos obter da apresentadora.
Além de dar visibilidade para as jogadoras profissionais, Camilota comenta que a ideia é também dar espaço para que mulheres que queiram trabalhar nos bastidores. "Para mim é uma realização pessoal enorme, porque eu quero ver cada vez mais mulheres comentando, fazendo análise, jogando. Quero trazê-las para dentro do cenário e ver o crescimento."
Machismo no Free Fire e a importância de campeonatos femininos
"O machismo é uma coisa muito real no mundo dos esportes eletrônicos. Jogadoras, apresentadoras, analistas e jornalistas sofrem com isso", ela comenta. "O que estamos fazendo [trabalhando nesse meio] é uma forma de abrir espaços para outras mulheres entrarem também. No mundo em geral, nós sempre ficamos 50 passos atrás dos homens, porque infelizmente é como a sociedade funciona", Camilota completa.
O preconceito com mulheres não é novidade nos games - mas, no Free Fire, o jogo parece estar caminhando de forma positiva para melhorar o ambiente feminino. Apesar não haver competições oficiais da Garena voltadas para jogadoras profissionais, torneios menores como o CampLota e a Liga NFA vão, aos poucos, conquistando espaço e mostrando que as mulheres jogam muitíssimo bem sim e estão no mesmo nível que os pro players da Liga Brasileira.
"Espero que com o campeonato as mulheres saiam felizes e animadas e se sintam mais unidas para a próxima edição. Eu não sei quem criou essa ideia que entre mulher ter concorrência. Nós temos que nos ajudar. Estamos no século 21 e ainda tem gente que não entende o feminismo."
Mesmo não tendo nenhum torneio do tamanho da LBFF acontecendo para as mulheres, Camilota acha que isso é apenas questão de tempo: "tem muita menina que joga, a mulherada é um público enorme no Free Fire."
"Eu sinto que estamos tendo uma evolução muito mais rápida do que outros jogos, porque o cenário competitivo não existe há tanto tempo e mesmo assim já tem várias equipes femininas formadas e competindo. Estamos numa realidade muito legal e muito interessante para a evolução da mulher no esporte eletrônico", ela explica.
Além disso, Camila também cita como exemplo a LOUD, organização que possui várias mulheres como influencers e jogadoras. "O que a LOUD faz pela comunidade é algo incrível, são gigantes. Você ver as meninas ali faz com que você se sinta representada também. É um pensamento do tipo 'se ela consegue estar ali, eu também consigo'. É muito bom isso", finaliza.
Dicas para quem está começando
Camilota conta que quando entrou no competitivo de Free Fire, na época da Pro League, não sabia o que esperar da comunidade. Foi uma surpresa muito boa, então, quando foi recepcionada de braços abertos, tendo sido vencedora do Prêmio eSports Brasil 2019 como Personalidade do Ano.
"Eu gosto muito da energia do público, dos jogadores. Eu entrei com um pouco de receio, não sabia o que ia dar. Mas nossa, a comunidade é absurda. Eles são abertos a receber gente de tudo quanto é tipo, de todos os lugares."
Para a apresentadora, isso se dá devido ao histórico tão diferenciado do público que compõe o Frifas: "é um jogo muito acessível, então você vê pessoas que saíram de locais super humildes e hoje estão aí, com o maior sucesso profissional e pessoal. São milhões de jogadores casuais e profissionais mudando de vida por causa do Free Fire e é necessário manter os pés firmes no chão e não perder a humildade", completa.
Já para as mulheres que estão buscando uma oportunidade de entrar no cenário competitivo, seja jogando ou participando das organizações de campeonatos, a dica de Camilota é uma só "não desista nunca". Ela explica que por mais que às vezes o sentimento de desistência passe pela cabeça, ele não deve ser seguido. "Olhe para trás na sua caminhada e veja tudo o que você passou. Isso dá uma força maior para seguir em frente. Leve isso como base para sua vitória."
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