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CBLoL 2021: diretor do Cruzeiro eSports promete "excelência desportiva"

Vídeo do Cruzeiro eSports sobre o CBLoL faz a ponte entre o futebol e os esportes eletrônicos - Reprodução/YouTube/Cruzeiro
Vídeo do Cruzeiro eSports sobre o CBLoL faz a ponte entre o futebol e os esportes eletrônicos Imagem: Reprodução/YouTube/Cruzeiro

Gabriel Oliveira

Colaboração para o START

03/10/2020 10h40

O Cruzeiro entrou para o cenário competitivo de League of Legends (LoL), e a empresa que administra a divisão de eSports do clube mineiro almeja replicar o sucesso esportivo do Free Fire no Campeonato Brasileiro (CBLoL) a partir de 2021.

Mesmo sem fazer parte do LoL, que tem nove anos de presença competitiva no país, o Cruzeiro superou concorrentes históricos da modalidade no processo seletivo dos franqueados do CBLoL. A Riot Games Brasil anunciou ontem (2) a lista das dez equipes selecionadas.

O START conversou com Marcelo Fadul, cofundador e diretor-executivo da E-Flix eSports, empresa responsável pela administração da divisão de eSports do Cruzeiro, para saber da operação do projeto e dos planos.

Cruzeiro nos eSports

Marcelo Fadul Cruzeiro eSports - Reprodução/LinkedIn - Reprodução/LinkedIn
Marcelo Fadul é cofundador e diretor-executivo da E-Flix eSports, empresa responsável pela administração da divisão de eSports do Cruzeiro
Imagem: Reprodução/LinkedIn

O Cruzeiro entrou para os eSports em agosto de 2019, por meio de uma parceria de licenciamento de marca com a E-Flix, primeiro no FIFA e no Pro Evolution Soccer (PES) e depois no jogo de celular da Garena. O modelo de negócio é o mesmo, por exemplo, do Flamengo eSports, gerenciado pela Simplicity One.

Fundada em junho de 2016, a E-Flix possui no portfólio a administração de carreiras de cyber-atletas, da equipe Netshoes E-sports e da eSeleção, a seleção brasileira de FIFA, em parceria com a CBF. Entre os nomes mais conhecidos estão Rafifa e Senna do Boné, ambos de FIFA.

Nosso trabalho é mostrar que, para além dos jogadores, nós somos Cruzeiro, uma história desde os anos 1940 (...) O Cruzeiro do Tostão, do Raul Plassmann. Queremos incentivar a torcerem pelo seu time, pelo time do seu pai
Marcelo Fadul, da E-flix eSports

Em março deste ano, o Cruzeiro contratou uma equipe de Free Fire na Série C da LBFF e logo chegou à Série B. Com a exclusão de outras equipes da Série A, a Raposa herdou a vaga na competição de elite.

Atualmente, o time está entre os primeiros colocados da 3ª Etapa da LBFF, disputada pela internet com 18 participantes.

Há também influenciadores de Free Fire contratados pela organização.

Planos

O Cruzeiro quer replicar, no LoL, o trabalho que resultou no bom desempenho em tão pouco tempo de Free Fire.

"Uma coisa que a E-Flix preza é a excelência desportiva", defende Marcelo Fadul. "Óbvio que isso não está ligado a títulos [necessariamente]. Se eu prometesse títulos, estaria sendo leviano. Tem só uma campeã entre milhares, neste caso entre dez. Podemos dizer que excelência desportiva é estar atento ao mercado".

O diretor-executivo da E-Flix conta que, no Free Fire, o Cruzeiro identificou, entre 1,2 mil participantes da Série C da LBFF, uma equipe que tinha chances de se destacar. Deu certo! "Queremos replicar este modelo, não prometendo títulos, mas prometendo entrega em excelência".

Para entrar no LoL e montar uma equipe competitiva, o Cruzeiro terá de fazer investimentos. Só a aquisição da vaga na franquia do CBLoL custará R$ 4,4 milhões. Clubes que já faziam parte do cenário competitivo de LoL e foram selecionados pagarão R$ 4 milhões.

Desde o dia zero, o dinheiro para FIFA e Free Fire é dos envolvidos com a E-Flix e seus parceiros, sejam comerciais ou internos, de investidores sócios
Marcelo Fadul, sobre os investimentos em eSports

CBLoL 2021 Franquias - Divulgação/Riot Games - Divulgação/Riot Games
Cruzeiro e LOUD são os novatos entre as 10 organizações que disputarão o CBLoL a partir de 2021
Imagem: Divulgação/Riot Games

Questionado sobre o aspecto econômico, Marcelo faz questão de ressaltar que o dinheiro dos eSports vem inteiramente dos patrocinadores e dos próprios investidores da E-Flix.

O Cruzeiro tem vivido, no futebol, profundas crises financeira, administrativa e esportiva. Torcedores criticam os eSports por acreditarem que o clube, mesmo em situação delicadíssima, repassa dinheiro para os jogos eletrônicos, o que não é verdade, de acordo com Marcelo.

"O Cruzeiro não tem investido. Desde o dia zero, o dinheiro para FIFA e Free Fire é dos envolvidos com a E-Flix e seus parceiros, sejam comerciais ou internos, de investidores sócios", explica o executivo.

Já a receita obtida é compartilhada com o clube mineiro, em razão da exploração da marca.

O time de LoL, ainda a ser montado nesta janela de transferência, ficará baseado em São Paulo, onde são disputadas as partidas do CBLoL. Mas o Cruzeiro está estudando possibilidades de interação com a sede em Belo Horizonte (MG).

Ligação com o futebol

Cruzeiro de 1968 - Reprodução/Que Fim Levou - Reprodução/Que Fim Levou
Cruzeiro de 1968: Zé Carlos, Neco, Darci, Pedro Paulo, Procópio e Raul. Agachados: Natal, Evaldo, Tostão, Dirceu Lopes e Rodrigues
Imagem: Reprodução/Que Fim Levou

Marcelo admite, é claro, que os acontecimentos do futebol têm reflexo nos eSports. Dias de derrota nos gramados ou de notícias ruins sobre a administração do clube são mais complicados para a o trabalho nas redes sociais.

Aliás, a comunicação tem sido uma preocupação da E-Flix na gestão do Cruzeiro eSports.

"Estamos conseguindo fazer uma comunicação muito separada, mas, na hora certa, sendo conjunta. O Cruzeiro eSports tem tido bons resultados no Free Fire e no FIFA, e é isso que o torcedor cruzeirense quer", comenta o diretor-executivo da E-Flix. "Independente dos acontecimentos, o Cruzeiro eSports continua entregando conteúdo".

Ele acredita que, com o Cruzeiro, é possível modificar uma característica da audiência nos eSports: parte das pessoas torce por cyber-atletas e os acompanha em qualquer equipe que representem. No futebol, os torcedores têm clubes do coração e muito raramente trocam de time, independente dos jogadores contratados.

"Nosso trabalho é mostrar que, para além dos jogadores, nós somos Cruzeiro, uma história desde os anos 1940, antes era Palestra Itália. O Cruzeiro do Tostão, do Raul Plassmann. Queremos incentivar a torcerem pelo seu time, pelo time do seu pai. Não há dúvidas de que, neste ponto, o futebol é importante", exalta Marcelo, sem descartar novos públicos.

Movimento natural

Cruzeiro Free Fire LBFF - Divulgação/Cruzeiro  - Divulgação/Cruzeiro
A equipe de Free Fire do Cruzeiro disputa a Liga Brasileira (LBFF)
Imagem: Divulgação/Cruzeiro

De acordo com o executivo, a entrada para o LoL é um movimento natural dentro dos eSports, devido à relevância da modalidade.

"Talvez seja a modalidade número 1, não em público, porque tem o Free Fire, mas em estrutura combinada com o público e em alcance. O League of Legends é muito relevante e a torcida clama por isso mesmo antes da franquia, desde o primeiro dia nosso", diz Marcelo.

Para o diretor-executivo da E-Flix, o modelo de trabalho no LoL não será uma inovação, já que o sucesso do Free Fire será replicado, mas a responsabilidade cresce em razão da associação à Riot Games e a outras importantes equipes brasileiras.

Em nota publicada em seu site, o Cruzeiro exaltou: "O mercado de jogos eletrônicos está em crescimento acelerado por todo o globo, alavancando cifras exponenciais e com níveis de audiência online superiores aos esportes tradicionais, atingindo diretamente o público mais jovem. E assim o Cruzeiro promove o engajamento com esta nova geração".

É hora, portanto, de levar o Cruzeiro para outras arenas de disputa.

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